A MULHER, A VIUVEZ E OS PROVÉRBIOS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

viuva

Se a mulher casada já não é bem vista pelos provérbios, imaginemos os comentários proverbiais direcionados à solitária viúva. A verdade é tão doída que um provérbio chinês reza que “A mulher com sorte morre antes do marido, a desgraçada morre depois”, uma vez que nada tem mais a esperar da vida. Entretanto, a morte da mulher é regozijo para o marido, pois “Luto por mulher morta só dura até a porta”, confessa um provérbio catalão, uma vez que “A mulher só oferece ao marido dois dias de felicidade: o das núpcias e o da morte”, como informa um ditado inglês. Tais bizarrices nos dão conta de como a vida da mulher em tempos idos era totalmente desprovida de respeito.

E como não poderia deixar de ser, os homens são aconselhados a não se casarem com viúvas, pois, segundo um provérbio francês, “Mulher que enterra um marido não se importa em enterrar outro”. E um inglês adverte: “Não cases com uma viúva, a menos que o primeiro marido tenha sido enforcado”, ou “Não te cases com viúva, pois a cada briga recordará o defunto”, sem falar que “Viúva é como lenha verde: chora, chora, mas pega fogo”. E se é rica, a coisa se complica, pois “Viúva rica por um olho chora, por outro pisca”, afirma um provérbio brasileiro. E pisca mesmo, principalmente se teve por companheiro um brutamontes, desprovido de qualquer sensibilidade.

O casamento é visto em grande parte das culturas como de fundamental importância para que a mulher tenha a sua fonte de sustento, a fim de que seja provida pelo homem. Quando fica viúva, ela se sente diminuída diante da família e da sociedade que a humilham e dela fazem troça, perdendo sua respeitabilidade, conforme afirma um provérbio mali: “O baobá caiu, agora as cabras sobem em cima dele”, ou um chinês que apregoa: “Uma viúva é um barco sem leme”, ou seja, ela não tem mais quem a oriente e proteja, a menos que se case novamente. Um provérbio espanhol, para lá de generoso, oferece uma boa solução para a viúva desgovernada, mas, se ela for atraente: “Viúva bonita deve ser casada, enterrada ou colocada num convento”. Quanta bondade!

Como acham que a mulher sempre necessita da companhia de um homem (um pai antes e um marido depois), em algumas culturas, na ausência de um deles, a viúva é “herdada” por um dos irmãos do marido morto, assim como seus filhos, pois ela não tem condições de gerir a própria vida, quanto mais a dos filhos. Um provérbio espanhol reza que  “Filho de viúva ou é malcriado ou mal-acostumado”.

Tais provérbios retratam uma época em que a mulher não trabalhava fora, não estudava e não era dona do próprio nariz. E, portanto, eram vistas como um encargo, mas hoje os tempos são outros. Bem, nem em todas as culturas… Muitas há que ainda continuam na Idade Medieval. O que é lamentável.

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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POEMA PARA MINHA MÃE QUE PARTIU

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Autoria de LuDiasBH

poema

Por favor, todos vocês, ouçam-me por piedade!

Parem todos os relógios e as máquinas; calem
os telefones fixos e os móveis; ensurdeçam as
vozes dos homens e animais; enrouqueçam os
instrumentos e sons dos arredores; emudeçam
todos os sonidos da Terra e que só as lágrimas
anunciem a descida de seu corpo, seguido pelo
murmurar choroso do vento:
— Ela partiu! Ela foi embora para sempre!

Que as aeronaves singrem no ar lastimando-se
e que escrevam nos céus a verdade mais cruel:
ELA PARTIU para nunca mais voltar.

As estrelas não são bem vistas, apaguem-nas,
uma a uma, por favor! Guardem eternamente
a lua, as flores; desmontem pra sempre o sol e
a brisa; escureçam o azul do céu de uma vez;
despejem os oceanos na amplitude do Cosmo;
livrem-se da música, das flores e árvores onde
cantam os curiós, sabiás, canários e rouxinóis
porque coisa alguma trará a beleza de tempos
atrás e nada existe que possa minimizar minha
dor, pois eu nunca mais ouvirei o som doce de
sua voz no durar de meus dias na Terra.

Por favor, meus parentes e meus amigos, atem
laços violetas nas torres das igrejas; botem um
manto roxo nos letreiros luminosos; inibam as
crianças de divertirem-se nos parques; enlacem
tarjas negras nos braços dos passantes; cubram
a felicidade impressa no rosto dos enamorados;
empanem de preto a cor verdejante dos campos
e deixem-me também murchar, expirar, morrer,
porque minha vida já não tem mais significado.

Eu lhes suplico, ó gentis presentes, que não me
estanquem a voz com frases feitas; não me falem
de céu, paraíso ou eternidade; não me consolem
com promessas vazias e não me entorpeçam com
o sono da caridade, pois tudo será inútil diante da
dor pungente que me dilacera corpo e alma. Mas,
por favor, abracem-me! Apenas abracem-me!

Ó minha mãe e adorada amiga, jamais tocarei
de novo a sua face e nem sentirei a ternura de
seu abraço; não ouvirei sua voz chamando por
meu nome e nem sentirei o repercutir de seus
passos pela casa. Quando a noite ou o dia vier,
eu estarei só, e sozinha estarei quando a vida
me machucar, pois você era o meu Norte e o
meu Sul, era também o meu Leste e o Oeste.

Você, minha mãe, era tudo para mim — o meu
incondicional amor — desde que visitei a Terra.
Era os meus dias úteis e meus finais de semana,
a minha força, os meus causos, a minha poesia
e era também a minha alegria mais profunda.

Eu imaginava que o amor de mãe fosse eterno,
porém a realidade aparece agora nas lágrimas
que ora correm pelo meu rosto murcho e roto,
na dor que despedaça meu coração sem rumo,
coo sentimento forte de ter morrido junto, para
depois constatar angustiada que fiquei pra trás,
aqui, sozinha neste vasto e inseguro mundo.

Que nos abracemos agora todos nós, filhos sem
mãe, deserdados do amor materno. Que o nosso
conforto seja capaz de arrefecer o nosso luto, por
termos ficado tão sós, sós nos braços do mundo.
Mas a vida deve continuar, dizem os sábios, pois
assim é, nada há que a mude, apesar de tudo.

Nota: poema em homenagem à minha mãe Etelvina Dias e a todas as mães que já nos deixaram. Foi inspirado no poema “Funeral Blues” de W. H. Auden.

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Mestre da Vida da Virgem – O NASC. DA VIRGEM

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Autoria de LuDiasBH

A Escola de Colônia, no final do século XV, encontrava-se profundamente influenciada pela segunda fase da pintura flamenga, com a predominância da arte de Rogier van der Weyden e de Dieric Bouts, embora a arte de Stephan Lochner continuasse tendo um grande prestígio na produção da escola. O Mestre da Vida da Virgem, também conhecido por alguns, mas não aceito por outros, como Master of Wilten ou Johann van Duyren, faz-se notar em meio a esse grupo, tendo feito inúmeros retratos no período. Foi responsável por criar uma série de oito composições referentes à Vida da Virgem Maria, e sete delas estão presentes em Munique e uma em Londres. É um dos mais famosos pintores do Gótico tardio da Escola de Colônia (título que descrevia as pinturas alemãs em geral, utilizado pela primeira vez no século XIX, mas que depois passou a referir-se aos pintores que residiam na cidade medieval de Colônia, entre 1300 e 1550).

Santa Ana, deitada numa imensa cama de madeira com dossel vermelho, forrada com uma longa colcha da mesma cor, sobre um lençol branco, entrega sua filhinha Maria, que acabara de nascer, a uma das mulheres presentes, para que seja levada ao banho. A cena acontece num amplo quarto, onde estão presentes nove mulheres, incluindo a velha mãe, pois, segundo a tradição, Santa Ana e Joaquim já se encontravam idosos, quando nasceu Míriam, que significa “Senhora da Luz” em hebraico, e que foi passado para o latim como Maria.

As figuras humanas estão divididas em três grupos de duas e três mulheres, sendo que uma delas se encontra sozinha. Debruçada sobre Santa Ana, uma mulher recebe o bebê, enquanto a outra, atrás, segura um pano para envolvê-lo. Duas figuras de pé conversam entre si. Próximas aos pés do leito, três jovens preparam o banho. Uma delas despeja água numa vasilha, aparentemente de madeira, enquanto a outra testa o calor do líquido. A terceira do trio traz nas mãos um pano branco para enxugar a criança. E à esquerda da cama, de costas para o observador, debruçada sobre uma arca aberta, outra jovem estende um tecido branco, provavelmente uma roupinha de pagão, para uma das responsáveis pelo banho.

Um par de chinelos, cruzado em forma de tesoura, provavelmente pertencente à nova mãe, encontra-se próximo à arca de madeira, trabalhada em alto-relevo, e que se encontra repleta de panos brancos cuidadosamente dobrados. Uma almofada encontra-se no chão, próxima ao recipiente com água, provavelmente será usado para colocar o bebê após o banho. Ao fundo, na lateral esquerda, um armário de madeira traz sobre si alguns objetos.

Ficha técnica
Ano: c. 1460
Técnica: painel de carvalho
Dimensões: 85 x 105 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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A MULHER E A FALTA DE INTELIGÊNCIA

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Autoria de Lu Dias Carvalho

burra

A mulher tem aspecto de anjo, coração de serpente e cérebro de burro. (Provérbio alemão)

Destituir a mulher de qualquer laivo de inteligência é o papel das culturas machistas. Como é que alguém que não tem cabeça pode ter cérebro, a parte mais nobre do corpo, responsável por manejá-lo? – questionam essas culturas. Porém, explica o machismo obsoleto que a natureza é muitas vezes responsável por graves distorções, a ponto de permitir que uma mulher nasça inteligente, qualidade que deveria ser acessível apenas aos homens. Um  provérbio russo logo explica o porquê de uma pessoa do sexo feminino nascer bem dotada intelectualmente: “Era para ser rapaz, mas acabou sendo moça”. Quanto azar da “pobre” família! É para rir, mesmo!

Para ratificar que a mulher é desprovida de inteligência, reza um provérbio judaico que “A mulher tem seios no lugar do cérebro”, ou seja, como ela é muito limitada e ignorante, jamais poderá ocupar o lugar que por direito cabe ao homem. Mas alguém já ouviu dizer que seios possuem neurônios? E com o tamanho deles nos dias de hoje, muitas mulheres mal aguentariam levantar a própria cabeça, se fosse confirmada fosse a teoria das culturas machistas. O mais engraçado é que tal macheza baba sobre os peitões, ainda que inflados pelo silicone.

A mulher, tida como dentro dos padrões estabelecidos como belos, sofre um verdadeiro esculacho. Ela carece de uma fagulha sequer de inteligência, conforme afirma o provérbio mongol: “Mais bela do que um pavão, porém menos inteligência do que uma pedra”. E um provérbio japonês vem endossar o mongol, ao dizer que “Cabeça de boneca e cérebro vazio”. Mas, se o pai é rico, a filha não tem que se preocupar com o fato de ser bonita e burra. Ele é consolada com um provérbio marroquino: “Beleza já tens, minha filha, a inteligência terei de comprá-la”. Um pai consciencioso, que quer um bom futuro para os netos, já que a mãe não tem cérebro, arremata com um provérbio judaico: “Um pai deve casar a filha com um homem culto, mesmo que seja obrigado a vender tudo para pagar o dote”. Uau!

Triste mesmo é o futuro da garota que nasceu muito inteligente sem ser rapaz, pois o provérbio polonês diz que “Uma jovem que lê, que canta e compõe, dificilmente encontrará um marido”. Partindo desta premissa todas as mulheres solteiras são inteligentes, enquanto as casadas… Coitadinhas, são tão burrinhas! E o pior é que me encontro entre elas. Vixe Maria!

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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A MULHER E OS PÉS

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Autoria de Lu Dias Carvalho

pes

Os pés da mulher são vistos como fetiche em algumas culturas, enquanto noutras ninguém lhes dá a mínima atenção, a não ser os podólatras (pessoas que obtêm prazer por meio do contato com os pés). Tal obsessão encaixa-se no grupo da parafilia (distúrbios psicossexuais em que a excitação sexual não se encaixa dentro dos padrões normais). Os pés são, metaforicamente falando, uma representação do tamanho da genitália feminina. E devem ser pequenos, pois, quanto menores forem mais atração exercem, pois mostram a vulnerabilidade da fêmea, reafirmando o quanto ela é frágil e, consequentemente, submissa ao macho. Tais culturas se esquecem de que o tamanho dos pés, normalmente, está ligado à estrutra corporal. Mas vá lá entender a humanidade!

As mulheres de pés grandes não são bem vistas pelos provérbios, porque representam um perigo para o homem. O macho é sempre alertado: “Procure uma mulher de pés pequenos, porque a de pés grandes é como você”, ou seja, a de pés grandes irá competir com o poderio masculino. É por isso que “A moça de pés grandes têm problemas depois do casamento”, pois o homem diz: “Não quero um sapato maior do que meu pé.”, ou seja, uma mulher superior a ele, que  poderá usurpar o seu poder dentro da família.

Quem não se lembra do sofrimento pelos quais passavam as crianças chinesas em tempos idos? Elas tinham que se transformar em mulheres com pés pequeninos e em forma de lótus, para agradar seus maridos, ficando literalmente aleijadas. E quem nunca ouviu contar a história de Cinderela que, com seu “sapatinho” de cristal, quase deixou um certo príncipe ruim do juízo, revirando toda um reino para botar o sapatinho no pezinho da moçoila? As histórias infantis, muitas vezes, são expressões do machismo. Nelas, poucas são as mulheres empoderadas. E quando o são, fazem o lado ruim do conto infantil – as bruxas. Já pensaram nisto?

É interessante notar que nas culturas em que as mulheres cobrem o corpo, os pés são colocados mais em evidência no imaginário popular, isto porque, muitas vezes, eles são a única parte visível do corpo da infeliz enclausurada em toscas burcas. E, através deles, o homem imagina poder avaliar a idade da mulher e, possivelmente a sua beleza, como reza o provérbio etíope: “A beleza da mulher vê-se nos pés.

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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O HOMEM É A CABEÇA DA MULHER

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Autoria de Lu Dias Carvalho

cabeça

Mantém-te afastado do amor da mulher, pois sua beleza é lasciva e o seu corpo é um cemitério de luxúria. (Provérbio hebraico)

A história da mulher através dos tempos é de muita obediência acompanhada da depreciação de seu corpo físico. Ela foi sempre menosprezada por ter um corpo feminino e não masculino, a começar pelo fato de “não ter cabeça”, ou melhor, por essa parte de seu corpo só servir para transportar peso: lenha, água, gamelas com produtos agrícolas, entre outras coisas, enquanto o macho do passado seguia na frente, apreciando a paisagem, sem se importar com a mula descadeirada que seguia atrás. É possível encontrar uma série de provérbios que atestam isso. E mais triste é saber que, em pleno século XXI, muitas mulheres continuam como mulas de carga em várias partes do mundo, subjugadas pela vontade masculina.

Nas culturas em que a distância entre macho e fêmea humanos é acentuada, o corpo feminino ainda é visto como fonte de pecado, tendo o homem que ser muito previdente para não se deixar seduzir pela luxúria que dali emana. É por isso que, principalmente nas sociedades guiadas por extremistas religiosos, a mulher é obrigada a ocultar seu corpo, para que não venha a perturbar o espírito masculino, despertando-lhe o desejo, pois toda a fonte do mal está nela, que é sempre cheia de astúcia e pecaminosidade. Poderosa, não?

O engraçado nesta farsa é que a mulher, se seguir direitinho as leis do macho, ganhará a salvação. Se for dedicada e cumprir o papel de esposa obediente e temente a seu companheiro, poderá se tornar o corpo do marido, embora ele seja sempre a cabeça, pois é quem tem o cérebro, a parte mais importante da estrutura humana. O corpo é visto como inferior, porque é responsável pelas emoções e pelos impulsos não controláveis, enquanto a cabeça é superior, pois nela está a mente, a razão, a massa cinzenta, a inteligência. A mulher, coitada, não possui nada disso – reza a cultura machista. Mesmo o Cristianismo reza que o homem é a cabeça da família, alimentando o ego do machismo. O Budismo é talvez a religião mais liberal para com as mulheres.

Diz um provérbio holandês que “Uma mulher não tem cabeça”, ou seja, ela não deve ter ideias próprias e, tampouco, vontades, pois isso é de competência do marido, ser supremo, responsável por todas as decisões da família. Para que seja considerada boa e digna de ser elogiada, a fêmea humana tem que se lembrar de que é acéfala, mula sem cabeça. Coitada! A obediência é que a torna uma companheira perfeita. Tanto é que a jovem que se julga dona de suas ações, e que só faz o que bem quer, está fadada a ficar solteira para sempre, uma vez que “Uma jovem com vontade própria nunca se casará”. Trocando em  miúdos, deverá sempre ser amestrada pelo homem.

Uma mulher virtuosa cobre sempre a cabeça, pois só assim será respeitada. A perniciosa, fonte de todo o mal, deve sempre abaixar os olhos diante de um homem, para não espalhar o desejo e a confusão, pois “A mulher é como uma cebola, deve sempre curvar a cabeça”. Se o homem é a cabeça, como poderia a pretensiosa também ambicionar tal posição uma vez que “Não pode haver duas cabeças sob o mesmo chapéu”? Ainda bem que o uso de chapéu entrou em desuso.

O engraçado é que a mulher é também considerada o pescoço que segura a cabeça, logo, poderá girá-la para onde bem entender.  Por isso, o provérbio russo diz com muita sensatez que “O marido é a cabeça, a mulher é o pescoço; ela pode orientá-lo para onde quiser”. Hum! E um provérbio inglês confirma que “O homem é a cabeça, mas é a mulher que a gira”. Ainda bem que caíram na real!

Calminha, meu caro leitor. A mulher não deve se sentir vingada com o afago dos dois provérbios acima, pois, para acabar com a possibilidade de que ela possa ficar girando muito o pescoço, um provérbio inglês ensina que “Às jovens que assobiam e às galinhas que cacarejam convém cortar-lhes o pescoço”. E um provérbio alemão acaba por colocar a mulher no lugar que o machão julga ser o dela, ao dizer que “A mulher pode mandar no coração e na panela, mas o corpo e a cabeça pertencem ao homem”. Quanta petulância!

Fonte de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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