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Autoria de Lu Dias Carvalho
O estilo denominado Art Nouveau — termo que em francês significa “Arte Nova” — floresceu nas últimas décadas do século XIX. Trata-se de um estilo artístico que se fez presente nas artes gráficas, artes plásticas, artes decorativas, design, arquitetura e escultura. Materiais como cerâmica, madeira, ferro, vidro e cimento foram muito usados por tal estilo.
O termo Art Nouveau em Paris dizia respeito ao nome de uma loja. Na Itália era conhecido por Stile Liberty, nome de uma loja de departamento inglesa. Na Alemanha recebia o nome de Jugendstil em razão do jornal moderno de nome Die Jugend. O maior impacto deste estilo versátil e decorativo, popular em toda a Europa e Estados Unidos, foi sobre as artes aplicadas (ou utilitárias) que passaram por um grande desenvolvimento na década de 1880, época em que pintores, arquitetos e escultores dedicaram-se intensamente à fabricação e à decoração de objetos úteis, como mostram as peças de vidro de Louis Comfort Tiffany (ilustração central) e René Lalique (ilustração à esquerda), assim como os cartazes de Mucha e os desenhos de Charles Rennie Mackintosh.
A Arte Nova, assim como o Simbolismo, abraçou o elemento da fantasia. A diferença encontrava-se no fato de essa buscar primeiramente o efeito decorativo, sendo também o primeiro estilo a contar com a comunicação de massa. Sua influência na arte foi da pintura e arquitetura à arte gráfica e design. Ao abster-se de conteúdo emocional e narrativo, contribuiu para abrir caminhos para o surgimento da arte abstrata. Dentre suas características estão a valorização do trabalho artesanal, o uso das formas da natureza (folhas, flores, etc.) e o uso de símbolos.
O que se buscava através da Arte Nova era, através do planejamento, dar vida a um estilo internacional moderno, tendo como base a decoração. Tinha por características o uso de linhas fluentes muito estilizadas, motivos orgânicos inspirados nas plantas, apreço pelos padrões lineares sinuosos, o predomínio das formas naturais estilizadas (folhas, gavinhas, etc.). As mulheres que figuravam na Arte Nova eram levemente inspiradas nas “femmes fatales” — anteriormente popularizadas pelos simbolistas —, mas sem aludir à sedução, carregando um objetivo meramente decorativo.
Várias fontes contribuíram para dar origem à Arte Nova, como as gravuras japonesas, o movimento britânico Arts & Crafts, as estilizações empregadas por artistas como Paul Gauguin, Vincent van Gogh e Edvard Munch. Tal estilo herdou do movimento simbolista a busca da evocação e da expressão, assim como parte de sua iconografia: lírios, esfinges, vampiros, etc. De certa forma a pintura simbolista também criou uma arte decorativa com o predomínio de referências, associações e sentimentos. A obra “O Beijo” de Gustav Klimt é também considerada como pertencente à Art Nouveau.
O artista hamburguês Otto Eckmann (ilustração à direita) — um dos mais importantes ilustradores da revista alemã Die Jugend (Juventude) — foi um grande seguidor da Arte Nova, tendo criado desenhos para móveis, cerâmicas e papéis de parede. O pintor holandês Jan Toorop que iniciou sua carreira como simbolista acabou abraçando as obras puramente decorativas deste estilo. Hector Guimard criou estruturas fortes e rítmicas que sugeriam insetos e asas de borboletas para as entradas do metrô de Paris. O espanhol Antonio Gaudí foi um grande arquiteto do estilo em Barcelona. Algumas de suas obras podem ser vistas no Parque Güell, em Barcelona, Espanha.
Ao contrário dos outros estilos estudados, a Art Nouveau recebeu nomes diferentes, levando em conta o país onde marcava presença: “Jugendstil” (estilo da juventude) na Alemanha; “Stile Liberty” ou “Arte Nuova” na Itália; “Secessão” na Áustria e na Hungria; Style Glasgow” no Reino Unido; “Style Tiffany” nos Estados Unidos; “Modernista” na Espanha, etc.
Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha
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