Rubens – A QUERMESSE

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Autoria de Lu Dias Carvalho

AQUER

A composição denominada A Quermesse, também conhecida como A Feira da Aldeia ou Dança dos Camponeses, é tida como uma das mais belas pinturas de paisagem do artista barroco Peter Paul Rubens, o mais importante de todos os pintores flamengos do século XVII. Nela ele segue os passos de Pieter Bruegel, o Velho, ao apresentar uma pintura com aldeões, numa cena tradicionalmente flamenca.

Na pintura Rubens apresenta uma festa numa aldeia, ao ar livre, com mais de 70 figuras em cores brilhantes, mas com pouca definição em relação aos traços fisionômicos. As figuras estão divididas em grupos, sendo retratadas diversas situações. A movimentação e a alegria dos camponeses mostram a animação que ali reina. Embora haja muitos personagens e encontrem-se em grupos, o pintor conseguiu uma grande unidade em sua obra.

Os acontecimentos narrados são típicos da vida daquela gente simples: casais abraçados, mães amamentando seus filhos, homens com jarras e copos nas mãos, uma velha virando um copo de cerveja na boca de um homem, grupos rodopiando freneticamente ao som da música ou simplesmente conversando, pessoas deitadas, músicos tocando (debaixo da árvore), alguns se acariciando, um homem assentado sobre um barril e caído sobre uma mesa, etc.

A festa desenvolve-se em frente a uma grande casa, pintada em tons de terra, circundada por grandes árvores, onde pessoas jovens e velhas divertem-se. Chamam a atenção, sobretudo, as saias rodadas das mulheres que se avolumam, aumentando a sensação de movimento rápido. À direita, na parte inferior, estão os tachos e vasilhames, onde foi colocada a comida. Um cão procura por restos, enquanto patos e uma galinha fazem o mesmo.

Rubens, além de ter feito trabalhos em conjunto com Pieter Bruegel, o Velho, também foi influenciado pelo artista, como prova o quadro descrito, sendo, sem dúvida alguma, um grande herdeiro de seu estilo. Nesta paisagem o pintor coloca o homem como elemento principal da paisagem e não como elemento secundário.

Embora este tipo de composição trouxesse um pretexto para denunciar os vícios, Rubens não faz uso de tal prerrogativa. Ele tinha por objetivo harmonizar formas e cores, ao retratar a divertida festa na aldeia, cujo motivo não se sabe ao certo. Tanto pode ser a comemoração de um casamento como o término de uma colheita, uma vez que feixes de trigo são vistos em primeiro plano à esquerda. A animação contrasta com a quietude da paisagem.

Com sua técnica apurada, rápida e de cores brilhantes, Rubens serviu de inspiração para muitos pintores franceses, inclusive para o famoso pintor Watteau em suas pinturas denominadas “fêtes galantes”.

Ficha técnica
Ano: 1635
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões: 149 x 261 cm
Localização: Museu do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
1000 obras-primas da pintura europeia/ Editora Könemann
http://www.louvre.fr/en/oeuvre-notices/village-fete
Rubens/ Taschen

2 comentaram em “Rubens – A QUERMESSE

  1. Antônio Messias

    Lu

    Bela arte, faz lembrar o festival de Woodstock em 1969 em uma fazenda na cidade de Bethel, nos Estados Unidos. Nota-se poucas cores e bastante locais de penumbra convidativos a suposta orgia em época de prevalente puritanismo.

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    1. LuDiasBH Autor do post

      Antônio

      Rubens foi um artista completo, tendo transitado nos mais diferenciados gêneros.

      Abraços,

      Lu

      Responder

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