A ARTE DO EXPRESSIONISMO (II)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

Os artistas expressionistas punham grande ênfase na forte reação psicológica e emocional de seus temas e não no tema em si. O que almejavam era atingir o observador através de seu lado emocional. O que mais retratavam eram paisagens, a vida cotidiana, o nu feminino e a vida das ruas de Berlim. Como as obras refletiam a visão interior de cada artista, o movimento jamais poderia ser homogêneo, pois cada artista possuía uma visão de mundo. O escritor e crítico alemão Paul Fechter considerava que havia dois tipos de Expressionismo: um “intensivo” — inspirado na experiência interior, sendo Kandinsky seu principal representante — e outro “extensivo” que procedia de uma relação enriquecida com o mundo exterior, tendo em Max Pechstein seu maior representante.

No que diz respeito ao Expressionismo, o alemão Kurt Pinthus — escritor e crítico — dizia que “na arte, o processo de criação deve ir do interior para o exterior, não do exterior para o interior, pois o importante é retratar a realidade interior mediante os recursos do espírito”. Dentre as características da arte expressionista estão presentes, como elementos essenciais, a distorção linear, a reavaliação do conceito de beleza artística, a simplificação radical de detalhes e o uso de cores intensas. Os artistas expressionistas eram de acordo que, se havia a presença do mal no mundo, ele não poderia ser ignorado, mas, sim, deveria ser retratado.

Os primeiros trabalhos artísticos dos expressionistas foram em geral influenciados por Van Gogh, Edvard Munch e pelos pós-impressionistas, contudo, nos anos de 1905 a 1908 eles acabaram por encontrar um estilo expressionista próprio, quando passaram a pintar, fazendo uso de cores brilhantes e vivas, usando empastamento grossos com pinceladas rápidas e explosivas, criando um efeito tremido. Mesmo trabalhando quase sempre ao ar livre, os expressionistas faziam uso de uma perspectiva limitada e, aos poucos, foram abrindo mão de imitar a natureza.

Os nazistas, ao chegarem ao poder em 1933, coibiram o Expressionismo, assim como outras artes de vanguarda que, para eles, eram vistas como “degeneradas”. Vários artistas europeus exilaram-se nos EUA, permitindo que, a partir dos meados de 1930, o Expressionismo influenciasse inúmeros jovens artistas naquele país. Contudo, essa guerra levou consigo muitas vidas expressionistas, pois muitos desses artistas tiveram que ir para o front. Dentre os mortos podem ser citados os nomes de August Macke (morto em 1914) e Franz Marc (morto em 1916), autor da ilustração acima, intitulada “O Destino dos Animais”.

O Expressionismo alemão atingiu o seu ápice com o Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), mesmo o grupo tendo se desintegrado com o início da Primeira Guerra Mundial. Mesmo assim, a arte expressionista espalhou-se por toda a Alemanha após o final do conflito. No início dos anos 1920, o Expressionismo, ou o que sobrevivera dele, já se encontrava muito mudado. Muitos artistas passaram a tomar um novo rumo. Uma famosa frase do compositor austríaco Arnold Schoenberg que veio a tornar-se um dos slogans do Expressionismo diz que “A arte surge por necessidade, não por habilidade”.

Não se pode esquecer também o nome de outros artistas expressionistas que trabalharam independentemente, não se unindo a nenhum grupo. Em Viena pode ser citado o jovem Egon Schielle que chocou os burgueses com o erotismo carregado de seus trabalhos, sendo inclusive preso sob a pecha de “divulgar desenhos indecentes”. Os trabalhos do austríaco Oskar Kokoschka, outro artista independente, também desagradaram os críticos, por acharem que ele era um “superfovista”.

O Expressionismo influenciou várias artistas no Brasil, contribuindo para estimular o Movimento Modernista. À época houve um grande interesse em expor as realidades social, cultural e espiritual do povo brasileiro. A segunda exposição da artista Anita Malfatti já apresentava traços expressionistas. Lasar Segall — pintor e escultor de origem lituana — tem como destaque sua obra “Navio de Imigrantes”. Candido Portinari criou quase cinco mil obras abordando questões sociais (ver as obras desses artistas presentes aqui neste site).

Nota: a composição que ilustra este texto, intitulada Cavalo na Paisagem, obra de Franz Marc, criada em 1910, é um óleo sobre tela da fase expressionista. É tida como uma das obras mais maduras do artista, na qual são vistas duas de suas principais características: animais como tema e o uso não convencional de cores primárias brilhantes.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO EXPRESSIONISMO (I)
Anita Malfatti – ESTUDANTE RUSSA
Franz Marc – O DESTINO DOS ANIMAIS
Kandinsky – IMPROVISAÇÃO III
Kirchner – DUAS MULHERES NA RUA
Munch – O GRITO
Portinari – RETIRANTES
Segall – NAVIOS DE EMIGRANTES
Teste – A ARTE DO EXPRESSIONISMO

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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