Arquivo da categoria: História da Arte

O mundo da arte é incomum e fascinante. Pode-se viajar através dele em todas as épocas da história da humanidade — desde o alvorecer dos povos pré-históricos até os nossos dias —, pois a arte é incessante.

A ANUNCIAÇÃO (Aula 30 A)

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                           (Clique na imagem para ampliá-la.)

Já vimos que a arte de Giotto — especialmente em Florença — foi responsável por mudar toda a história da pintura, abandonando a rigidez da arte bizantina. Contudo, não podemos nos esquecer de que nem toda a Itália abraçou tais mudanças ao mesmo tempo. Em Siena — cidade rival de Florença — os artistas continuavam a trabalhar com as influências recebidas dos países do norte europeu. Seguiam a tradição medieval de ajustar as figuras a um determinado padrão, ainda que conhecessem o formato e as proporções reais das coisas. Ao analisarmos esta pintura, veremos que os mestres de Siena não romperam com a tradição bizantina abruptamente como fizeram os de Florença, embora possamos ver indícios dos ensinamentos de Giotto nesta obra. Primeiramente é necessário acessar o link Simone Martini e Lippo Memmi – A ANUNCIAÇÃO e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

Obs.: Faz-se necessário que o participante leia o texto indicado pelo link, integralmente, para aguçar a sua capacidade de interpretação das obras.

  1. O retábulo Anunciação é obra dos pintores italianos Simone Martini e de seu cunhado Lippo Memmi, dois mestres da escola do conceituado Duccio que ficava na cidade de….

    1. Siena
    2. Florença
    3. Veneza
    4. Roma

  2. O retábulo é uma construção de madeira, mármore ou de outro metal, com adornos, que fica por trás  e/ou acima do altar e que normalmente contém um ou mais painéis pintados ou em baixo-relevo.

    A afirmação acima está:

    1. incorreta
    2. correta
    3. semicorreta
    4. Nenhuma das respostas.

  3.  A composição em estudo é uma obra religiosa. Os medalhões apresentados na pintura referem-se aos…….

    1. anjos
    2. santos
    3. profetas
    4. apóstolos

  4. O artista Simone Martini foi um dos mais famosos mestres do estilo…….. da cidade de Siena,  tendo sido muito admirado pela delicadeza de sua arte.

    1. Bizantino
    2. Românico
    3. Grego
    4. Gótico

  5. Maria segura na mão esquerda um livro vermelho, entreaberto por seu dedo……….., como se o estivesse lendo anteriormente.

    1. indicador
    2. polegar
    3. mindinho
    4. anelar

  6. O anjo Gabriel traz na mão esquerda um ramo de…………, simbolizando a paz e sua missão de anunciador.

    1. oliveira
    2. lírio
    3. açucena
    4. murta

  7. Toda a pintura lembra um minucioso trabalho de………….., com as figuras sobressaindo do fundo dourado, tendo sido ali habilmente colocadas no complexo formato de retábulo.

    1. artesão
    2. bordadeira
    3. ferreiro
    4. ourives

  8. Os dois artistas trabalharam o corpo da Virgem Maria de modo que esse ficasse emoldurado……..

    1. pelo Espírito Santo
    2. pelo medalhão
    3. pelo arco ogival
    4. pelo recosto do banco

  9. É possível enxergar os ensinamentos do mestre Giotto nesta obra através das figuras  tridimensionais nela presentes, tais como:

    1. o vaso
    2. o banco
    3. o livro
    4. Todas as respostas estão corretas.

  10. No centro da composição, no alto do arco ogivado, há uma pomba, símbolo do Espírito Santo, rodeada por querubins de…………….

    1. quatro asas
    2. três asas
    3. duas asas
    4. uma asa

  11. A cena acontece num cenário……………….., ricamente decorado em ouro. As duas figuras centrais são delgadas, líricas e magnificentes.

    1. realista
    2. imaginário
    3. não fictício
    4. não ilusório

  12. Todas as afirmativas relativas à pintura estão corretas, exceto:

    1. O anjo Gabriel desce do Céu para levar a mensagem de Deus enviada à Virgem Maria.
    2. No centro da composição, no alto do arco ogivado, há uma pomba, símbolo do Espírito Santo.
    3. Os corpos esguios com curvas suaves estão cobertos por vestimentas flutuantes.
    4. O corpo da Virgem Maria se expande para ficar emoldurado pelo arco ogival da direita.

  13. Esta pintura, obra de dois mestres italianos, é tida como uma das mais belas obras-primas da arte………….

    1. românica
    2. grega
    3. gótica
    4. estilo Internacional

  14.  A técnica usada pelos artistas foi:
    1. têmpera sobre madeira
    2. têmpera sobre tela
    3. afresco
    4. aquarela

Gabarito
1.a / 2.b / 3.c / 4.d / 5.b / 6.a / 7.d / 8.c / 9.d / 10.a/ 11.b/ 12.d/ 13.c/ 14.a

Obs.: Conheça outra obra de Simone Martini acessando o link abaixo:
Simone Martini – CRISTO CARREGANDO A CRUZ

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O ESTILO INTERNACIONAL  (Aula nº 30)

Autoria de Lu Dias Carvalho

Vimos anteriormente que o artista italiano Giotto di Bondone foi responsável por mudar toda a concepção que se tinha sobre a pintura até então. Suas obras repassavam a sensação de que a cena acontecia diante dos olhos do observador ou até mesmo que ele fazia parte do que nelas acontecia. Tais mudanças na pintura aconteceram especialmente na cidade de Florença. A pintura bizantina, até então assimilada pelos artistas italianos, parecia rígida e ultrapassada. A formidável mudança ocasionada por Giotto, contudo, não atingiu toda a Europa de um dia para o outro. Suas ideias alcançaram os países ao norte dos Alpes, enquanto os métodos dos pintores góticos do Norte passaram a ter efeito sobre os mestres meridionais.

Os artistas da cidade italiana de Siena — grande rival de Florença — continuavam atraídos pelo gosto e pelo estilo dos artistas do gótico do Norte, sem, contudo, romper abruptamente com a tradição bizantina. Um contemporâneo de Giotto de nome Duccio (c. 1255/6–1315/18) deu nova vida às antigas formas da pintura bizantina. Os pintores Simone Martini (1285?–1344) e Lippo Memmi (1291-1356) — dois jovens mestres da escola de Duccio — dão uma amostra dessa escola com a belíssima obra denominada “Anunciação” (vista acima), que iremos estudar na próxima aula. 

Os mestres da cidade de Siena tinham predileção por formas delicadas e pela representação de um estado de espírito lírico. Agradavam-lhe as curvas suaves das vestimentas esvoaçantes sobre os corpos esguios. Como podemos ver na ilustração acima, a pintura delicada desses artistas se parece com uma obra de ourives, com suas figuras sobressaindo de um fundo dourado, habilmente distribuídas na composição. Os artistas medievais de antes, por desconhecerem o formato e as proporções reais das coisas, usavam uma maneira especial para ajustar as figuras a um determinado padrão, de modo a formar um arranjo satisfatório na obra. Os artistas de Siena, contudo, superaram isso, levando em conta parte dos ensinamentos do grande mestre Giotto.

 A França ainda era tida como o principal centro cultural da Europa, tendo as ideias e os estilos franceses grande influência no território europeu. Nessa época — final do século XIV — tanto artistas quanto ideias transitavam livremente de um centro para outro, sem que houvesse qualquer rejeição pelo fato de uma realização ser estrangeira ou não. A arte passava por um grande período de abertura. Foi nesse período de final de século marcado por tão grande interação entre os povos europeus que surgiu um estilo conhecido entre os historiadores como “estilo Internacional”. O Díptico de Wilton (ver link abaixo) é um belo exemplo dessa fase. Os artistas desse estilo eram dedicados à observação e às coisas delicadas.

Uma habilidade diferente passou a fazer parte da vida dos artistas dessa época — realizar estudos da natureza e repassá-los para suas composições. Foi adotado o caderno de esboços com exemplares de plantas e animais. A perícia com que os artistas retratavam a natureza, levando em conta um detalhamento cada vez maior, passou a ser apreciado pelo público. Mas os artistas queriam ir além, almejavam adquirir um profundo conhecimento do corpo humano para transpô-lo para suas estátuas e pinturas, como haviam feito os gregos. A partir do momento em que eles passaram a buscar tais conhecimentos, ficava claro que a arte medieval estava cada vez mais ficando para trás, cedendo lugar a um dos períodos mais ricos e interessantes da História da Arte — o Renascimento. 

Exercício
Para o enriquecimento deste texto/aula os participantes deverão responder as duas perguntas e acessar o link abaixo:

1. Qual era a predileção dos mestres de Siena e o que lhes agradava?
2.Como surgiu o estilo Internacional?
3. Pintor Anônimo – O DÍPTICO DE WILTON

Ilustração: 1. A Anuciação, 1333, obra de Simone Martini e Lippo Memmi

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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O SÉCULO XIV E O REFINAMENTO (Aula nº 29)

Autoria de Lu Dias Carvalho

                            

                                               (Clique nas figuras para ampliá-las.)

Já vimos anteriormente que o século XIII ficou famoso pela construção das catedrais, o que exigiu a participação de inúmeros artistas nos mais diferentes ramos da arte. Tomamos conhecimento também de que a Europa de meados do século XII era um continente ainda bem pouco povoado, sendo os mosteiros e os castelos dos barões os mais importantes centros de poder e saber. A Igreja, voltada para a construção de catedrais, dava início ao despertar do orgulho cívico nos burgos e cidades. Contudo, cento e cinquenta anos depois, tais cidades transformaram-se em importantes centros comerciais, onde até a nobreza, abrindo mão de seus palácios resguardados no campo, escolhia morar na cidade, ostentando sua riqueza nas cortes poderosas. Os burgueses tornavam-se cada vez mais independentes tanto do poder da Igreja quanto do domínio dos senhores feudais.

Foi no século XIV que o gosto dos detentores do poder e das riquezas passou a mudar, buscando mais o refinado do que o monumental e imponente. Os arquitetos góticos que até então se dedicavam quase que especialmente à construção de igrejas, passaram a trabalhar na decoração e nos rendilhados intrincados. As igrejas perdiam a sua primazia, dando espaço para os edifícios seculares (municipalidades, universidades, palácios, pontes, etc.). Tanto é que na Inglaterra o estilo gótico puro das primeiras catedrais — denominado estilo Primitivo —, após as mudanças dos métodos dos arquitetos passou a ser chamado de estilo Decorado.

O Palácio dos Doges (ver primeira ilustração acima à esquerda), símbolo de Veneza e uma maravilha do gótico veneziano, é um exemplo do desenvolvimento do estilo tardio do estilo gótico. Além de seus maravilhosos ornamentos rendilhados é também uma edificação grandiosa, a exemplo das catedrais. Outro exemplo característico desse estilo é a janela oeste da Catedral anglicana de Exeter, situada no Reino Unido (ver ilustração central).  É também conhecida como Igreja da Catedral de São Pedro em Exeter.

As esculturas em pedra do século XIV eram bastante encomendadas para ornamentar as igrejas, contudo, os trabalhos feitos em metais preciosos ou marfim ocasionavam grande destaque aos artistas da época. A pequena estátua de prata dourada, esmalte, pérolas e pedras preciosas da Virgem e o Menino (ver ilustração à direita), criada por um ourives francês, é um exemplo desse tipo de trabalho minucioso, sendo conhecida com a “Virgem de Jeanne d’Evreux”. Obras como essa ornavam a capela de um palácio, destinando-se aos cultos particulares.

O exímio ourives deu leveza à figura da Virgem que, ao apoiar a mão no quadril, a fim de sustentar seu Menino, faz uma pequena curvatura, pendendo a cabeça em direção a ele. O pequeno Jesus toca no rosto da mãe. O corpo da Virgem Maria repassa a sensação de balançar suavemente. Tudo neste relicário apresenta um acabamento belo e impecável, a exemplo do manto que desce do braço direito. Na mão direita ela segura um cetro em forma de uma flor-de-lis, decorado com pedras preciosas e pérolas. Esse símbolo muitas vezes representa a monarquia francesa, mas no contexto religioso associa-se à Santíssima Trindade ou à Virgem. A postura da Virgem, conhecida como a “virgem de ternura”, era uma iconografia bizantina, muito comum aos artistas góticos que a adequava ao estilo gótico.

Outro campo em que podemos apreciar a dedicação dos pintores do século XIV no que diz respeito aos detalhes encantadores e finos é o dos “manuscritos iluminados”, tão admirados quanto o saltério, como o “Saltério da Rainha Mary” (ver link abaixo).

Nota: Manuscritos iluminados são livros escritos à mão que foram decorados (iluminados) com ouro, prata ou cores brilhantes. As iluminuras podem incluir pequenas ilustrações (miniaturas), iniciais, bordas ou outros elementos decorativos. Elas eram usadas para indicar divisões no texto, contar histórias e adicionar beleza e elementos visualmente memoráveis aos textos. Os exemplos remanescentes mais antigos de tais obras datam da antiguidade tardia (do século III ao V). A iluminação de manuscritos atingiu seu auge na Europa medieval quando iluminadores, trabalhando dentro de oficinas chamadas scriptorias, produziram saltérios, Bíblias, textos litúrgicos, vidas ilustradas dos santos e outras obras iluminadas. (Biblioteca Digital Mundial)

Exercício
Para o enriquecimento deste texto/aula os participantes deverão responder a uma pergunta e acessar os dois links abaixo:

1. O que são manuscritos iluminados e onde eram usadas as iluminuras?
2. SALTÉTRIO DA RAINHA MARY
3. ILUMINURA DO EVANGELHO DE LORSCH

 Ilustração: 1. Palácio do Doge, (iniciado em 1309, Veneza, Itália)/ 2. Catedral de Exeter c. 1350-1400/ 3. Virgem de Jeanne d’Evreux, c. 1324-39.

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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A LAMENTAÇÃO DE CRISTO (Aula nº 28 A)

Autoria de Lu Dias Carvalho                                                           (Cliquem na imagem para ampliá-la.)

Lembremo-nos de que até então nenhum artista fora capaz de trazer tanta inovação para a arte quanto o italiano Giotto di Bondone, ao descobrir como se criava uma ilusão de profundidade numa superfície plana, trazendo a sensação de que a cena acontecia num palco. É por isso que ele mudou toda a concepção da pintura. Deixou-se guiar pela recomendação dos frades pregadores que em seus sermões pediam aos devotos que tentassem conceber uma imagem visual mental em relação às narrativas cristãs e, mais do que vê-las, procurassem senti-las. Deveriam imaginar como os fatos narrados teriam acontecido, como se a história sagrada estivesse acontecendo diante de seus olhos. Estudaremos agora uma das mais famosas pinturas de Giotto. Primeiramente é necessário acessar o link Giotto – A LAMENTAÇÃO DE CRISTO e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

Obs.: Estou notando que alguns participantes não leem a explicação sobre a obra em estudo, não se direcionando ao link em destaque, o que empobrece sua capacidade interpretativa das obras de arte. Faz-se necessário ler o texto integralmente!

  1. As mais famosas obras de Giotto foram feitas usando a técnica ………., assim chamada porque a cena tinha que ser pintada na parede, enquanto o emboço ainda estava úmido.

    1. da aquarela
    2. do guache
    3. do mosaico
    4. do afresco

  2. O tema desta composição é:

    1. A Virgem abraçando o filho pela última vez.
    2. A revoada de anjos descendo jubilosa do céu.
    3. O velório em torno do corpo de Jesus Cristo.
    4. O sofrimento dos santos diante da morte de Cristo.

  3. Em relação à obra podemos dizer que Giotto:

    1. Seguiu ao pé da letra as recomendações da Igreja.
    2. Mostrou-se interessado em mostrar a cena como a imaginava.
    3. Representou o que realmente havia acontecido.
    4. Retratou diferentes episódios dentro de uma mesma pintura.

  4. O gesto de São João visto na pintura é de….

    1. dor e indignação.
    2. tristeza e pessimismo.
    3. Incredulidade e respeito.
    4. indiferença e aceitação.

  5. De acordo com a distribuição das figuras na composição somos levados a imaginar que:

    1. Elas se mostram emboladas.
    2. Faltam ar e espaço entre elas.
    3. Nenhuma delas pode se mover.
    4. Existem ar e espaço entre elas.

  6. São afirmações corretas acerca de Giotto di Bondone e sua obra, exceto:

    1. Apresenta personagens realistas e tridimensionais.
    2. Rompe com as regras da arte bizantina e do cristianismo.
    3. Impede o observador de ligar-se ao tema da composição.
    4. Quebra a rigidez da composição bizantina.

  7. A composição apresenta o corpo de Cristo que foi retirado da cruz, sendo rodeado por sua chorosa família e seus amigos, quase todos de cabeça baixa e de ombros caídos, pouco antes de seu sepultamento.


    O ponto central da obra é:

    1. Jesus Cristo
    2. A Virgem Maria
    3. São João Evangelista
    4. Maria Madalena
  8. O principal foco de emoção da cena, atraindo o olhar compungido do observador, está…..

    1. no rosto e mãos das figuras;
    2. na postura do corpo de Maria;
    3. no corpo de Jesus Cristo;
    4. nas mulheres de costa.

  9. Apesar da indignação, os personagens portam-se com extremado………… diante do corpo sem vida de Jesus.

    1. calma
    2. respeito
    3. submissão
    4. indiferença

  10. Apenas uma das afirmativas abaixo em relação aos anjos está incorreta:

    1. Doze anjos espalhados pelo céu azul assistem à cena com grande pesar.
    2. Alguns abrem os braços, enquanto outros apertam o rosto com as mãos.
    3. Eles rezam ou choram, olhando desconsolados para todas as direções.
    4. O desespero dos anjos contrasta com a cena taciturna vista embaixo.

  11. A paisagem repassa uma sensação de tristeza com sua árvore morta que simboliza a frágil árvore do conhecimento………..

    1. da tristeza e da dor.
    2. do bem e do mal.
    3. do renascer da vida.
    4. da bondade e do amor.

  12. Com esta composição o fenomenal artista italiano Giotto di Bondone antecede o uso ………………. que só viria a ser totalmente desenvolvida cem anos depois.

    1. da bidimensionalidade
    2. da tela plana
    3. do esboço
    4. da perspectiva

Gabarito
1.d / 2.c / 3.b / 4.a / 5.d / 6.c / 7.b / 8.a / 9.b / 10.a / 11.b / 12.d

Obs.: Conheça a vida do artista acessando o link abaixo:
Mestres da Pintura – GIOTTO DI BONDONE

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GIOTTO – O GÊNIO DA PINTURA (Aula nº 28)

Autoria de Lu Dias Carvalho

     

                                                 (Clique nas gravuras para ampliá-las.)

Os artistas italianos (pintores e escultores) demoraram a entrar no espírito da arte gótica, preferindo manter contato com Constantinopla, onde predominava o estilo bizantino, ao invés de buscar Paris, onde o Gótico servia de imitação para a Alemanha e a Inglaterra. Porém, isso também teve importância para a arte, pois o grande conhecimento da tradição bizantina foi o que permitiu aos artistas italianos — com a aproximação do final do século XIII — obter o nível de aperfeiçoamento dos escultores das catedrais nórdicas, também contribuindo para transformar a pintura. A arte bizantina foi responsável por ajudar os pintores italianos a vencer o empecilho que separava a pintura da escultura, pois, embora essa última se tratasse de um estilo inflexível, foi capaz de salvaguardar muitas das descobertas dos pintores helenísticos.

A tarefa do escultor é muito mais simples ao reproduzir a natureza, pois ele não precisa criar ilusão de profundidade mediante o uso da perspectiva ou da modelação em luz e sombra, como é o caso do pintor. Sua estátua ergue-se num espaço real e luz real, criando um grande grau de realismo. Foi por isso que os escultores das esplêndidas catedrais góticas atingiram um grau realístico tal, que nenhum pintor do século XIII foi capaz de conseguir em suas obras. Outra causa que levou à inferioridade desses artistas foi o atrelamento da pintura às regras cristãs, levando os pintores a renunciar a qualquer aspiração de criarem uma ilusão da realidade.

Giotto di Bondone (c. 1267–1337) foi o gênio da arte italiana que conseguiu romper o conservadorismo da arte bizantina, buscando reportar para a pintura as figuras realistas da escultura gótica, inaugurando, assim, um novo estilo na arte pictórica. Ele se especializou em afrescos religiosos. Suas mais famosas criações são murais ou afrescos que se trata de uma técnica de pintura em parede ou teto, feita com tinta diluída em água sobre revestimento ainda fresco e úmido. A tinta precisa ser aplicada no momento certo. Se o gesso estiver muito úmido, a imagem não ficará nítida. Se muito seco, a tinta não grudará na superfície da parede. Suas pinturas eram inspiradas na vida de Cristo e da Virgem Maria, na vida de São Francisco de Assis e na personificação das virtudes e dos vícios.

A arte cristã primitiva — ao contrário da antiga ideia oriental que achava que a clareza ao contar uma história estava no fato de mostrar todas as figuras — rezava que apenas o absolutamente necessário deveria ser mostrado. O pintor Giotto opôs-se a tal ideia, achando que essa excessiva simplicidade era desnecessária, pois muitas vezes afetava a real compreensão do ensinamento repassado. Ele foi capaz de introduzir em suas obras técnicas capazes de criar a ilusão de espaço, fazendo com que todos admirassem as suas habilidades de narrador de histórias. Seus relatos sagrados eram vistos como convincentes monumentos emocionais que tocavam o coração dos fiéis.

A primeira imagem acima, criada por Giotto, representa a “Fé”. Uma matrona segura uma cruz com a mão direita e um pergaminho com a esquerda. O que mais chama a atenção na obra é a sua semelhança com uma escultura gótica, repassando a ilusão de ser uma estátua, quando na verdade trata-se de uma pintura. O artista deu destaque aos braços, modelou rosto e pescoço e botou profundas sombras nas pregas esvoaçantes das vestes da figura. Até então nada parecido com esta pintura do artista italiano havia surgido num período de mil anos.

Giotto havia redescoberto a arte de dar vida à ilusão de profundidade numa superfície plana, ou seja, numa pintura. Com seu novo método criativo o pintor mudou toda a concepção da pintura, repassando a sensação de que a cena acontecia diante dos olhos do observador, pois, para ele, a pintura não era uma mera substituição para a escrita, cuja função única seria a de narrar os ensinamentos cristãos. Ele desejava que os devotos se sentissem fazendo parte da composição.

A segunda imagem representa uma das belas obras de Giotto  intitulada “A Morte de São Francisco de Assis” em que ele mostra o exato momento em que um dos frades presentes na cena, levanta o hábito do santo e vê que ele tinha recebido estigmas, ou seja, as marcas da crucificação de Cristo. É possível notar como cada um dos monges reage emocionalmente à descoberta de que seu líder espiritual  tinha grande afinidade com Cristo. Observem como o uso da profundidade permite que as inúmeras figuras fiquem bem posicionadas na composição.

Os afrescos de Giotto di Bondone foram caiados de branco em 1700, por ordem dos Medici, em um esforço para modernizar e simplificar o interior das grandes igrejas de Florença. A cal foi removida em 1852 e a arte restaurada. Na década de 1960, eles foram reparados da restauração em 1852. Em 1966, a grande enchente danificou grande parte da igreja. Esse trabalho de limpeza durou pelo menos 10 anos.

O afresco acima, representando a morte de São Francisco, mostra-se bastante irregular em razão dos muitos danos pelos quais passou. Ainda assim, dá para notar a expressão extremamente calma do rosto do santo, enquanto há uma grande tristeza no rosto dos monges e nobres próximos ao seu leito, ajoelhados em oração. As figuras demonstram a marca registrada de Giotto: corpos impassíveis e de constituição sólida, com mantos esvoaçantes e roupas descendo em dobras e pregas belamente ornamentadas que resistiram ao  tempo.

A fama de Giotto di Bondone foi imediata, atingindo várias cidades italianas, ganhando ele a estima de todos, embora se conheça muito pouco sobre a primeira fase de sua vida. Até então não se preservava o nome do artista para a posteridade, tanto é que pouco sabemos sobre os nomes dos escultores de obras magistrais da arte gótica.  Tampouco os artistas se preocupavam com isso. Na maioria das vezes sequer assinavam suas obras, sendo apreciados apenas no seu tempo. Como disse o Prof. E. H. Gombrich, ao referir-se a Giotto: “Dos seus dias em diante a história da arte, primeiro na Itália e depois em outros países, passou a ser também a história dos grandes artistas”.

Exercício
Para o enriquecimento deste texto/aula os participantes deverão responder as duas perguntas e acessar o link abaixo:

  1. Por que Giotto di Bondone foi importante para a arte?
  2. O que chama a atenção na sua obra , ilustrada acima?
  3.   Mestres da Pintura – GIOTTO DI BONDONE

Ilustração: 1. Fé, c. 1305 (detalhe de um afresco)/ 2. A Morte de São Francisco de Assis” (c. 1315-1320).

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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OS RETRATOS NA IDADE MÉDIA (Aula nº 27)

Autoria de Lu Dias Carvalho

      

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A arte deu um grande passo no século XIII, quando os artistas, vez ou outra, deixavam de lado seus cadernos de modelos com o objetivo de criar algo que dissesse respeito à sua própria vontade, sem levar em conta as exigências às quais deviam obedecer e que, de certa forma, tolhia-lhes a liberdade criativa. Para a época tal iniciativa teve um grande significado para a arte, uma vez que o artista da Idade Média tinham sempre um modelo convencional que lhe servia de parâmetro.

O treinamento e a formação do artista medieval diferem muito daquilo que conhecemos hoje. O primeiro passo era tornar-se aprendiz de um mestre, a quem o aluno ajudava em seus trabalhos, de acordo com as suas orientações. Ao aprendiz cabia as partes menos importantes de uma pintura. Gradualmente ia aprendendo a representar um apóstolo, a desenhar a Virgem Maria, a copiar e a reagrupar cenas de velhos livros e a inseri-las em diversos contextos e, finalmente, quando já tinha bastante traquejo, era-lhe permitido ilustrar uma cena da qual não tinha nenhum modelo. Contudo, em sua carreira de artista ele jamais necessitaria pegar um livro de esboço e criar algo a partir da vida real. Isso estava fora de cogitação.

Ao encomendar um retrato, a pessoa já sabia que não receberia uma obra fiel, com as suas devidas características. Desenhava-se uma figura convencional, acrescentando a ela as insígnias do cargo que ocupava (coroa e cetro para o rei, mitra e báculo para o bispo, etc.). Algumas vezes escrevia-se embaixo o nome do sujeito representado, quando esse não era muito conhecido, a fim de que não houvesse equívoco quanto à sua pessoa. Será que esses artistas medievais não tinham capacidade para criar um retrato que fosse fiel à encomenda? Claro que tinham, mas não se tratava disso! Naquela época ainda não se cogitava se sentar diante de uma pessoa ou objeto e fazer uma cópia do que se via, durante horas a fio. Para tudo já havia um modelo convencional, ao qual se aplicava alguns detalhes a mais.

Como foi dito anteriormente, o artista do século XIII ocasionalmente ousava representar aquilo que lhe interessava pessoalmente, sem se ater aos ensinamentos didáticos, ou seja, sem levar em conta um modelo convencional. O retrato do elefante que ilustra este texto é um exemplo disso. Foi desenhado por Matthew Paris — monge beneditino e historiador inglês — em meados do século XIII. É claro que o animal não saiu muito bem feito, apesar de o artista demonstrar sua preocupação com suas proporções. Entre as patas do paquiderme há uma inscrição latina que diz: “Pelo tamanho do homem neste retrato podeis imaginar o tamanho do animal aqui representado”. Ainda que o elefante possa se mostrar meio desajeitado, fica claro que os artistas medievais tinham consciência de pontos como proporções, ainda que não os usassem em suas obras. Mas por que deles não faziam uso? Simplesmente não  achavam necessários, ou seja, para eles tais incrementos  não faziam diferença nenhuma no conjunto da obra. E assim seguia a corrente…

Exercício
Para o enriquecimento deste texto/aula os participantes deverão responder as questões abaixo e acessar o link  para complementar a aula:

  1. Como era a formação do pintor medieval?
  2. Como eram criados os retratos nessa época?
  3. Nicola Pisano – ANUNCIAÇÃO, NATIVIDADE…

Ilustração: pintura românica medieval (data não encontrada) / 2. O Elefante de Matthew Paris, c. 1255

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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