Arquivo da categoria: Pinacoteca

Pinturas de diferentes gêneros e estilos de vários museus do mundo. Descrição sobre o autor e a tela.

Giuseppe Arcimboldo – OUTONO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Outono faz parte da série “Quatro Estações” do famoso pintor italiano Giuseppe Arcimboldo.

O artista, exímio detalhista, compõe sua figura com habilidade incomparável. Quanto mais distante colocar-se o observador da tela, mais perfeita será a figura masculina, vista de perfil, voltada para a esquerda, com um semblante sério. E, quanto mais próximo do quadro permanecer, mais se verá em meio a frutos e legumes próprios do outono, pintados detalhadamente, pois tudo ali (pele, cabelo e vestimenta)  é imaginário no que tange às partes da suposta figura humana, que se mosta em relevo, em fução do fundo escuro do quadro.

A cabeça da figura sai de dentro de um barril, amarrado com a vara tenra e flexível de um vimeiro, como se fosse uma vestimenta. Vejamos alguns exemplos da alegoria:

  • uma enorme pera compõe o nariz;
  • uma maçã vermelha compõe a bochecha;
  • uma romã faz as vezes de queixo;
  • um enorme cogumelo compõe o pescoço;
  • um figo maduro, estourado, faz as vezes de um brinco;
  • uvas pretas e brancas, folhas avermelhadas de videira e uma abóbora compõem a cabeça;
  • espinhos de algum fruto fazem as vezes da língua.

Como nas telas “Primavera” e “Verão”, uma grinalda pintada, em forma retangular, em torno da figura, mostra-se bem diferente do estilo da mesma. Existe a hipótese de que tenha sido agregada à tela mais tarde.

Ficha técnica
Ano: 1573
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 76 x 64 cm
Localização: Museu Nacional do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Arcimboldo/ Editora Paisagem
https://www.nga.gov/exhibitions/2010/arcimboldo/arcimboldo_brochure.pdf

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Giuseppe Arcimboldo – VERÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A pintura Verão faz parte da série “Quatro Estações” do famoso pintor italiano Giuseppe Arcimboldo.

O artista, exímio detalhista, compõe sua figura com habilidade incomparável. Quanto mais distante colocar-se o observador da tela, mais perfeita será a figura masculina, vista de perfil, voltada para a direita, com um leve sorriso nos lábios. E, quanto mais próximo do quadro permanecer, mais se verá em meio a frutos e legumes, pintados detalhadamente, pois tudo ali (pele, cabelo e vestimenta)  é imaginário no que tange às partes da suposta figura humana, que se mostra em relevo, em função do fundo escuro do quadro

É interessante observar que na gola alta e hirta de sua veste, feita de hastes de trigo, e com as espigas em forma de renda, o artista escreveu seu nome. Mais abaixo, no ombro, está a data de confecção da obra. O “F”, após o nome, significa “fecit” (fez isto), uma forma de autenticar a obra composta.

Como em sua tela “Primavera”, uma grinalda pintada, em forma retangular, em torno da figura, mostra-se bem diferente do estilo da mesma. Existe a hipótese de que tenha sido agregada à tela mais tarde.

Ficha técnica
Ano: 1573
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 76 x 64 cm
Localização: Museu Nacional do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Arcimboldo/ Editora Paisagem
https://www.nga.gov/exhibitions/2010/arcimboldo/arcimboldo_brochure.pdf

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Giuseppe Arcimboldo – PRIMAVERA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Primavera faz parte da série “Quatro Estações”, obra do famoso pintor italiano Giuseppe Arcimboldo.

O artista, exímio detalhista, compõe sua figura com habilidade incomparável. Quanto mais distante colocar-se o observador da tela, mais perfeita será a figura humana, vista de perfil, voltada para a esquerda, com um leve sorriso nos lábios. E, quanto mais próximo do quadro permanecer, mais se verá em meio a flores, folhas, pétalas e caules, pintados detalhadamente, pois tudo ali (pele, cabelo e vestimenta)  é imaginário no que tange às partes da suposta figura humana. Vejamos alguns exemplos que compõem a alegoria:

  • a pele é composta por florescências que transitam entre o branco e o rosa;
  • o cabelo é composto por um ramalhete de flores coloridas, com prevalência do branco e do vermelho;
  • a vestimenta é feita de um conjunto de plantas verdes, que vai diminundo de tamanho, à medida que sobe em direção ao pescoço. Dois pequenos botões de flores, na base do corpo, são vistos como  botões vermelhos da roupa;
  • o rufo (tira de pano pregueada ou franzida que enfeita vestimentas), que separa o rosto da vestimenta,  é feito de flores brancas;
  • o nariz é feito de um lírio ainda fechado;
  • a orelha é feita por uma tulipa vermelha;
  • um par de dulcamara (também conhecida como doce-amarga) e suas florescências compõem o olho.

Uma grinalda pintada, em forma retangular, em torno da figura, mostra-se bem diferente do estilo da mesma. Existe a hipótese de que tenha sido agregada à tela mais tarde. O fundo escuro dá projeção à figura.

Ficha técnica
Ano: 1573
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 76 x 64 cm
Localização: Museu Nacional do Louvre, Paris, França

Fontes de pesquisa
Arcimboldo/ Editora Paisagem
https://www.nga.gov/exhibitions/2010/arcimboldo/arcimboldo_brochure.pdf

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Domenico Veneziano – MADONA E O MENINO…

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Madona e o Menino com Santos é uma obra do pintor italiano Domenico di Bartolomeo, mas conhecido por Domenico Veneziano (c. 1400-1461), um dos principais inovadores da pintura no início do Renascimento, na cidade italiana de Florença. Exerceu influência sobre o artista Andrea Mantegna. Foi aluno de Gentile da Fabriano e trabalhou com Pisanello. Seu trabalho, caracterizado pelo uso da perspectiva e da cor, traz influência de Benozzo Gozzoli. Foi contemporâneo de Fra Angelico, Lorenzo Ghilberti e de Fra Filippo Lippi, sendo que seus primeiros trabalhos mostram a influência desses pintores.

Esta pintura é tida como a obra-prima do artista, na qual ele usa conhecimentos de perspectiva e arquitetura de sua época. Trata-se de um dos primeiros trabalhos do tipo, sem molduras internas e sem um fundo dourado. O cenário apresenta três arcos ogivais, com colunas e nichos em forma de concha. No piso, feito de losangos nas cores rosa, amarelo e verde-claro, num fundo branco, e na base do trono, o artista fez uso da perspectiva geométrica, renovação que passou a fazer parte da arte italiana.

O retábulo, pintado para o altar principal da Igreja Santa Lúcia de Magnoli, apresenta a Madona, sentada em seu trono de mármore, trazendo no colo, nu e de pé, seu Menino.  Num plano inferior ao trono, da esquerda para a direita, estão quatro santos: São Francisco, lendo e meditando; São João Batista, apontando para a Virgem e seu Menino, em cujo rosto retratou-se o pintor; São Zenóbio, abençoando; e Santa Luzia, ofertando sua salva e palma do martírio. Cada um deles encontra-se muito bem definido dentro de seu espaço, carregando seu respectivo atributo. São Zenóbio, padroeiro de Florença, ao contrário dos outros, está ricamente paramentado. Sua roupa e mitra são ornadas com pedras preciosas, pérolas, placas de ouro e esmalte.

As cores da pintura são delicadas, assim como a presença da luz vinda de cima, do pátio a descoberto, onde se encontra um jardim, como mostram os ramos e frutos de três laranjeiras e o céu azul. A luz da manhã, clara e difusa, mas inclinada, como comprova a sombra atrás da madona, entra por cima e espalha-se por todo o ambiente. A maneira como a luz foi projetada, acentuando os perfis, realçando formas, roupas e auréolas marginadas por ouro, é o elemento mais inovador desta obra.

Obs.: O friso deste retábulo foi desmembrado e partes dele encontram-se hoje nos museus de Washington (São João no Deserto), Cambridge (Milagre de São Zenóbio, Anunciação) e Berlim (Martírio de Santa Luzia).

Inscrição latina no degrau: “A obra de Domenico Veneziano. Ó Mãe de Deus, tende misericórdia de mim. Amém.”.

Ficha técnica
Ano: 1445
Técnica: têmpera e óleo sobre madeira
Dimensões: 209 x 213 cm
Localização: Galleria deglu Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
http://www.wga.hu/html_m/d/domenico/venezian/4magnol.html
https://www.britannica.com/biography/Domenico-Veneziano
http://www.uffizi.org/artworks/santa-lucia-de-magnoli-altarpiece-by-veneziano/

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Simone Martini e Lippo Memmi – A ANUNCIAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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O retábulo Anunciação é obra dos pintores italianos Simone Martini e seu cunhado LippoMemmi, dois mestres jovens da escola de Duccio em Siena. Mas não se sabe com exatidão qual foi a parte feita por um e por outro. Presume-se que Martini pintou o painel central e Memmi os painéis laterais com os santos (Ansanus e Margareth) e os medalhões com os profetas (Jeremias, Ezequiel, Isaías e Daniel) na parte superior. Tal retábulo foi feito para ornamentar a Capela de San Ansano da Catedral de Siena. A cena acontece num cenário não realista, ricamente decorado em ouro. As duas figuras delgadas, centrais, são líricas e magnificentes.

Simone Martini (c. 1285?-1344) foi um dos mais famosos mestres do Gótico de Siena, tendo sido muito admirado em sua arte. Trabalhou para o Rei Roberto d’Anjou e foi amigo do poeta Francisco Petrarca. Recebeu influências dos pintores Duccio e Giotto e do escultor Giovanni Pisano, assim como da arte francesa. Sua obra tornou-se admirada pela elegância, sensibilidade e lirismo, ultrapassando as fronteiras italianas.  É tida como a mais importante do século XIV.  De Lippo Memme só se sabe a data de seu falecimento provável —1347? Esses dois mestres comungavam do gosto dos artistas franceses e ingleses por formas delicadas e líricas.

Na composição acima Maria encontra-se majestosamente assentada em sua cadeira de madeira toda decorada. Encontra-se visivelmente surpresa com a chegada do anjo Gabriel, a ponto de retrair-se. Ela segura na mão esquerda um livro vermelho, entreaberto pelo polegar, como se o estivesse lendo anteriormente e faz um gesto de susto e humildade. Seu corpo reclina-se para a esquerda e a cabeça volta para a direita, enquanto observa o mensageiro de Deus. Com a mão direita segura a gola de seu longo manto que se arrasta pelo chão de pedra.

O anjo Gabriel desce do Céu para levar a mensagem de Deus à Virgem. Suas asas são ricamente trabalhadas, assim como suas vestes, e ele tem na cabeça uma coroa de oliveira. Traz na mão esquerda um ramo da mesma planta, simbolizando a paz e sua missão de anunciador. De sua boca saem as palavras “Ave gratia plena”. A mão direita mostra-se erguida, como se ele estivesse prestes a dar a sua mensagem. Suas asas estão emolduradas pelo arco ogival da esquerda.

No centro da composição, no alto do arco ogivado, há uma pomba, símbolo do Espírito Santo, rodeada por querubins de quatro asas. E na parte inferior, abaixo da ave, vê-se um primoroso vaso com cinco ramos de açucenas, colocado num chão de pedras, representando a pureza de Maria. Ambos preenchem o espaço vazio entre as duas figuras. Os corpos esguios com curvas suaves estão cobertos por vestimentas flutuantes. As duas figuras são encaixadas com maestria no complexo formato do retábulo, sendo as asas do anjo emolduradas pelo arco ogival à  esquerda, enquanto o corpo da Virgem recolhe-se, emoldurado pelo arco ogival  da direita.

Nesta pintura a beleza dos gestos cria uma espécie de arabesco  parecidos com o das esculturas hindus e com as figuras japonesas e também com as iluminuras francesas. Os corpos são sutilmente esguios e as vestimentas fluidas possuem curvas suaves. Toda a pintura lembra um minucioso trabalho de ourives, com as figuras sobressaindo do fundo dourado, tendo sido ali habilmente colocadas no complexo formato de retábulo.  Observem como o corpo da Virgem se retrai para ficar emoldurada pelo arco ogival da direita, enquanto as asas do anjo são emoldadas pelo da esquerda. Esta pintura é tida como uma das mais belas obras-primas da arte gótica.

Ficha técnica:
Ano: 1333
Técnica: têmpera sobre madeira
Dimensões: 184 x 210 cm
Localização: Galleria degli Uffizi, Florença, Itália

Fontes de pesquisa:
1000 obras-primas da pintura europeia/ Edit. Könemann
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
A história da arte/ E. H. Gombrich

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Rembrandt – LIÇÃO DE ANATOMIA

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Lição de Anatomia foi pintada pelo pintor holandês Rembrandt Harmensz (1606-1669). Ele foi aluno de Jacob van Swanenburgh e de Pieter Lastman. Tornou-se mestre independente, partilhando uma oficina com o pintor Jan Lievens. Apesar de seu grande talento passou por grandes dificuldades financeiras, perdendo até mesmo sua casa e sua rica coleção de arte e raridades, vendidas para pagar dívidas. Rembrandt é considerado um dos mais importantes pintores e artistas gráfico de sua época. Dentre os temas de seus trabalhos sobressaem, sobretudo, os temas religiosos e os retratos.

A obra que se vê acima é um fragmento do quadro de Rembrandt, donominado Lição de Anatomia cuja maior parte foi destruída por um incêndio, em 1723. Ao lado do fragmento encontra-se o desenho da composição original, para que o leitor possa entender melhor o quadro do pintor, antes de a pintura ser queimada.

A obra era simétrica, ficando o corpo de Joris Fonteyn, conhecido por Zwarte Jan,  e condenado à morte por roubo,  no centro da composição. Atrás do corpo está o professor, que disseca o cérebro, estudando-o com os alunos. A cabeça do mestre, segurando uma pinça, pereceu no incêndio. Os alunos que assistiam à aula de anatomia postavam-se em volta do professor, sob os arcos, formando dois grupos, conforme mostra o desenho. O assistente situa-se próximo ao professor, segurando a parte de cima da calota craniana, retirada da cabeça do cadáver, e friamente descansa a mão esquerda na cintura, como se se tratasse de algo muito corriqueiro.

O mais interessante é que a ausência de três quartos da tela original fez com que o fragmento tivesse uma semelhança ainda maior com o “Cristo Morto”, de Mantegna, semelhança essa já notada na concepção da obra. A impessoalidade do assistente torna a figura do morto ainda mais triste e desolada.

Esta composição tinha por objetivo decorar a sala de Anatomia da Corporação dos Cirurgiões, no Sint Anthonieswaag, em Amsterdam.

Ficha técnica (fragmento)
Ano: 1656
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 100 x 134 cm
Localização: Rijksmuseum, Amsterdam, Holanda

Fonte de pesquisa
A Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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