Arquivo da categoria: Pintores Brasileiros

Informações sobre pintores brasileiros e descrição de algumas de suas obras

Pedro Américo – DAVID E ABISAG

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição David e Abisag é uma obra do pintor brasileiro Pedro Américo, em que ele apresenta uma temática religiosa. Ela foi pintada em Florença, e enviada ao Brasil, para fazer parte de uma exposição.

Abisag encontra-se inteiramente nua, de costas para o observador. Seus cabelos negros e longos caem sobre a cama. Seus olhos são escuros e amendoados. Ela traz na orelha um enorme brinco de ouro e, no braço direito uma pulseira de pérolas e outra de ouro. Uma imensa pulseira de ouro enfeita-lhe a perna direita, que descansa sobre a esquerda. Seus dedos estão enfeitados com anéis.

O rei Davi, já bem velho, encontra-se deitado ao lado da bela Abisag, cujo braço esquerdo enlaça o rei, enquanto o direito encaminha-se para tocar seu rosto. Ele se mostra visivelmente assustado com a presença desta mulher fascinante, a ponto de deixar cair a lira.

O local onde se encontram as duas figuras é muito luxuoso. Uma suntuosa cortina vermelha decora o fundo da tela. Joias espalham-se pela cama. Tapetes, peles e panos são vistos por todo o aposento.

Ficha técnica
Ano: 1879
Dimensões: 171,5 x 215,5 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, Brasil

Fonte de pesquisa:
Pedro Américo/ Coleção Folha

Pedro Américo – A BATALHA DO AVAÍ

Autoria deLu Dias Carvalho

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Os espíritos predispostos não consideram, não refletem que em uma composição de 400 figuras é impossível deixar de descobrir semelhanças com outras realizadas antes. (Pedro Américo)

A composição A Batalha do Avaí, obra do pintor brasileiro Pedro Américo, é uma de suas telas mais conhecidas, e também a mais polêmica e discutida. Foi realizada no Brasil durante o século XIX. Foi uma das obras mais estudadas no século XIX, no Brasil, por meio de livros, artigos e teses. Chama a atenção, sobretudo, o tamanho de seu porte, ainda que se trate de uma pintura mural.

Ao receber uma encomenda para pintar a Batalha dos Guararapes, Pedro Américo optou por trabalhar num tema contemporâneo, recaindo sua escolha sobre A Batalha do Avaí, e ficando o pintor Victor Meirelles com o primeiro tema. A Batalha do Avaí tem como tema uma das batalhas da Guerra do Paraguai, acontecida em dezembro de 1868, no arroio Avaí, onde morreram cerca de três mil pessoas. Foi encomendada pelo ministro dos Negócios do Império, à época, com a finalidade de engrandecer o Império, enaltecendo os grandes feitos militares.

Florença, na Itália, foi o local escolhido pelo artista para pintar sua gigantesca e imaginária tela, inspirada em relatos, uma vez que nunca presenciara uma batalha. Foi terminada após três anos de intenso trabalho. Foi exposta em Veneza, antes de vir para nosso país, estando ali presentes o imperador dom Pedro II e outros membros da aristocracia brasileira e europeia. A obra foi trazida no mesmo ano para o Brasil.

E, como não poderia deixar de ser, A Batalha do Avaí recebeu críticas e elogios, tanto no Brasil quanto nos jornais italianos. Uma das críticas referia-se ao fato de o pintor ter plagiado obras de outros artistas na sua imensa tela, críticas essas desprovidas de bom senso, desconhecendo o processo da pintura de história, principalmente, no século XIX. Na tela, Pedro Américo distribuiu vários planos de ação da batalha, onde se engalfinham brasileiros e paraguaios, numa luta sangrenta:

• Duque de Caxias, chefe do exército brasileiro, montado num cavalo branco, ocupa, juntamente com seus comandados, o lado esquerdo da tela.
• No lado direito, encontra-se o general Osório, com a espada em punho, voltado para o observador. Segundo os críticos, a pose do general teve como inspiração a obra de Paul Delaroche, denominada Carlos Magno Atravessando os Alpes, assim como o paraguaio, no centro da tela, montado num cavalo negro, a erguer a espada acima da própria cabeça.
• Pedro Américo também está representado na figura de um soldado, atrás do referido paraguaio. Seu chapéu traz o número 33, que corresponde à sua idade à época.
• No lado direito, ao fundo, está a figura do general Andrade Neves.
• Em primeiro plano, à esquerda, uma carroça traz dentro um velho cego, uma mulher robusta e uma criança, que lhe agarra as vestes, todos paraguaios, sendo inspirados na Batalha de Smalah, do pintor Horace Vernet.

Ficha técnica
Ano: 1872-1877
Dimensões: 600 x 1.100 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, Brasil

Fonte de pesquisa:
Pedro Américo/ Coleção Folha

Pedro Américo – CABEÇA DE CRISTO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada A Cabeça de Cristo, que ocupa quase toda a tela, é uma obra bíblica do artista brasileiro Pedro Américo. E Ecce Homo é o título que se dá à cabeça de Cristo coroada de espinhos, dentro da iconografia do cristianismo, pois retrata o momento em que o Mestre foi apresentado ao povo, a mando de Pilatos, e esse pronunciou: Eis o Homem! (Ecce Homo!).

Em vez de mostrar todo o corpo de Cristo, o artista optou apenas por apresentar parte dele: a cabeça solta no espaço, coroada de espinhos e seus cabelos escuros encaracolados. Seus olhos cheios de lágrimas a escorrer-lhe pelo rosto focam o observador.

Demonstrando a sua queda pela pintura religiosa, Pedro Américo realizou inúmeras obras dentro de tal temática, captando diversas fases da vida de Cristo e sua ressurreição.

Ficha técnica
Ano: 1885
Dimensões: 55 x 46 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu de Arte Assis Chateaubriand – MAAC, Campina Grande, Paraíba, Brasil

Fonte de pesquisa:
Pedro Américo/ Coleção Folha

Pedro Américo – FALA DO TRONO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Fala do Trono, obra do pintor brasileiro Pedro Américo, é também conhecida como Pedro II na Abertura da Assembleia Geral.

O imperador, com seus suntuosos trajes, é a figura central da tela. De pé diante do trono, sobre um tapete vermelho, traz na mão esquerda a espada e na direita o cetro, que tem na parte superior a serpe imperial, um ornato em forma de serpente, símbolo da Casa de Bragança. Uma magnífica coroa de ouro, cravejada de pedras preciosas, cinge-lhe a cabeça. Seu manto azul-escuro na parte externa, e vermelho na interna, está ricamente bordado. No peito, ele traz uma murça alaranjada, confeccionada com penas do papo de tucano. Sua barba, bigodes e cabelos aloirados são cheios e bem aparados. Os olhos azuis estão focados ao longe. Atrás dele é possível ver parte do trono de madeira, ricamente trabalhado, com uma águia e um querubim.

À direita do monarca, num plano inferior ao seu, encontram-se várias figuras políticas da época, elegantemente vestidas, dentre elas o visconde do Rio Branco e duque de Caxias. Estão voltadas para o observador, aguardando o pronunciamento do imperador, que acontecia, anualmente, na abertura da Assembleia Geral.

Acima do grupo de políticos, na tribuna, estão a imperatriz Tereza Cristina e a princesa Isabel, estando a última a conversar com o marido, conde d’Eu, detrás dela. O marquês de Tamandaré está de pé atrás da imperatriz.

Ficha técnica
Ano: 1872
Dimensões: 288 x 205 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu Imperial, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil

Fonte de pesquisa:
Pedro Américo/ Coleção Folha

Pedro Américo – JUDITH E HOLOFERNES

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição Judith e Holofernes, obra do artista brasileiro Pedro Américo, é baseada num tema bíblico, tendo sido pintada por vários artistas, como Sandro Botticelli, Artemisia Gentileschi, Caravaggio, Donatello, entre outros, através da história.

Judith, revoltada com as ameaças do general assírio, Holofernes, a seu povo, tentando obrigá-lo a adorar o rei assírio Nabucodonosor em vez de Javé, aproveita-se do estado de embriaguez do tirano, depois de seduzi-lo, cortando-lhe a cabeça.

Embora Judith seja comumente representada ao lado de sua criada, que a ajuda na execução do assassinato, Pedro Américo optou por mostrá-la sozinha, festivamente trajada com um vestido de renda branca, tendo por cima uma saia de fundo escuro com estampas douradas. A parte de cima traz um sensual decote, contornado por uma fita de renda, com imensas mangas. Um xale de seda está amarrado à sua cintura, caindo sobre a saia. Ela está ricamente ornada por joias que lhe enfeitam a cabeça, orelhas, braços e mãos.

Judith, de pé no centro da composição, levanta os braços e os olhos para o céu, agradecendo a Javé o sucesso de seu propósito. À sua esquerda está a cama do acampamento de Holofernes e do outro lado, no chão, a espada, ainda coberta de sangue, com que perpetrou sua vingança. A cabeça sangrenta do general assírio jaz à frente de Judith, sobre um tapete, , destacando seus cabelos pretos e longo nariz.

Conforme a história apresentada no livro bíblico, Judith era uma viúva próspera e de boa conduta. Era bela nas formas e de presença encantadora. Para seduzir Holofernes, retirou os trajes de luto e botou uma vestimenta de festa, acompanhada de muitas joias, e se introduziu no seu acampamento e bebeu com ele. O momento para assassinar o tirano era único, já que os judeus estavam prestes a se render diante das forças do inimigo, que, após o crime, saíram em debandada. Depois, ela regressou à Betulia com a cabeça do general, e os judeus venceram o inimigo. Judith voltou da tenda do herege tão pura quanto ali chegara, sendo honrada por seu povo, e foi tida como uma heroína que deveria ser imitada. Esta passagem é narrada no Antigo Testamento, no Livro de Judith.

Ficha técnica
Ano: 1880
Dimensões: 229 x 141,7 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo do Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro, Brasil

Fonte de pesquisa:
Pedro Américo/ Coleção Folha

Pedro Américo – TIRADENTES SUPLICIADO

Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição histórica Tiradentes Esquartejado, obra do pintor brasileiro Pedro Américo, também é conhecida por Tiradentes Supliciado. O impacto desta aflitiva composição, feita com um extremo realismo, tem sido motivo de muito estudo, artigos e teses até os dias de hoje.

O corpo do inconfidente mineiro, Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes, depois de esquartejado, é mostrado de uma forma contundente pelo pintor. As madeiras, em que seu corpo encontra-se, possuem a forma de uma cruz, lembrando o suplício de Jesus Cristo. A cabeça ensanguentada encontra-se num patamar mais alto, enquanto o tronco, braço direito e uma perna estão no inferior. Pendurada em um gancho de madeira, e amarrada por cordas, uma perna desce até quase o chão. Sob o tronco do mártir foi colocada uma cruz. Atrás dela está a corda, onde Tiradentes foi enforcado, e outros instrumentos usados para desconjuntar o corpo, com o sangue ainda a escorrer deles.

Ao fundo, descortina-se a paisagem da cidade. E de uma casa próxima ao local é possível ver pessoas que observam a crua cena.

Ficha técnica
Ano: 1893
Dimensões: 270 x 165 cm
Técnica: óleo sobre tela
Localização: Acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil

Fonte de pesquisa:
Pedro Américo/ Coleção Folha