Joos van Cleve, o Velho – MORTE DA VIRGEM

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Autoria de Lu Dias Carvalho

         

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O pintor neo-holandês Joos van Cleve, o Velho (1485?-1540/41), também conhecido por Josse van Cleef ou ainda Joos van der Beke, fez parte da Guilda de São Lucas da cidade de Antuérpia, sendo um membro muito ativo. Além de sua arte mostrar características do estilo Gótico Tardio e do Maneirismo, ainda sofreu influência das obras dos pintores Quentin Massys, Jan Gossaert e Leonardo da Vinci.

Joos van Cleve, o Velho, foi muito importante para a pintura holandesa, ao transmitir-lhe características recebidas da arte italiana. Presume-se que tenha conhecido Milão e provavelmente morado em Gênova. Em Antuérpia ele foi sócio de Joaquim Patinir e, tempos depois, trabalhou na Inglaterra e na França, onde foi pintor da corte de Francisco I. Tornou-se conhecido por suas obras de cunho religioso e pelos retratos da realeza. É tido com um dos primeiros a introduzir paisagens amplas nos panos de fundo de suas pinturas, o que viria a tornar-se uma técnica popular de pinturas renascentistas do século XVI. Foi pai do também pintor Cornelius ou Cornelis van Cleve.

Joos van Cleve, o Velho tornou-se conhecido como o “Mestre da Morte da Virgem”, após criar o famoso retábulo Morte da Virgem (figura menor) em 1915, e que hoje se encontra no Museu Wallraf-Chichartz, de Colônia, na Alemanha. A Virgem em seu leito de morte encontra-se na parte central do trípitico. As asas laterais apresentam, à esquerda, São Jorge e São Nicasáio com a mão no ombro dos dois doadores, ajoelhados e, à direita, Santa Catarina e Santa Gúdula com a mão no ombro das doadoras (esposas). O artista ficou, durante muitos anos, sendo chamado com o nome que dava título à sua obra.

Cerca de cinco anos após a criação do retábulo que lhe deu nome, o pintor executou esta maravilhosa obra, denominada Morte da Virgem (figura maior), também mostrando a Virgem em seu leito de morte, debaixo de um dossel vermelho, cercada por apóstolos e amigos. As figuras humanas presentes mostram-se meio desordenadas e teatrais. São cerca de doze, excluíndo Maria. Alguns dos personagens movimentam-se febrilmente, enquanto outros rezam em torno do leito. Uma emoção coletiva é sentida no ambiente. Um homem de branco, à direita, parece o mais exaltado. Ele traz, entrelaçado no seu dedo indicador, um pequeno recipiente, provavelmente com os sais.  Dois outros, próximos ao pé da cama, parecem carregar água.

Uma mesinha com um castiçal, no qual se encontra uma vela acesa, assim como um rosário gótico e um livro de orações, encontra-se próxima ao pé da cama. Uma porta aberta, à direita, decorada em cima com festões, bustos e duas pequenas estatuetas, leva à rua onde são vistas edificações e pessoas. À esquerda, uma janela abre-se para dentro, sendo possível ver outra edificação no espaço externo. Próximos a ela dois homens leem um livro de orações. As duas pinturas, embora feitas em diferentes épocas, são bem parecidas, e possuem o mesmo número de personagens.

Ficha técnica
Ano: c. 1520
Técnica: óleo sobre madeira
Dimensões:132 x 154 cm
Localização: Pinacoteca de Munique, Alemanha

 Fontes de pesquisa
Enciclopédia dos Museus/ Mirador
1000 obras-primas da pintura europeia/ Könemann

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