Arquivo da categoria: Vida Saudável

Temas diversos sobre saúde

MALEFÍCIOS DO SAL REFINADO

Autoria de Danilo Vilela Prado

O sal refinado, popularmente conhecido como sal de cozinha, é o que encontramos no supermercado e no comércio em geral. É fino, muito branco, solto, seco, aparentemente o ideal para ser usado na alimentação. Porém, esse tipo de sal passa por processo de industrialização, assim que é retirado das salinas. Por isso, são perdidos quase todos os minerais e elementos saudáveis encontrados nele em estado bruto. Por causa da enorme perda de qualidade do sal marinho na industrialização, ao sal refinado é adicionado o iodeto de potássio, em substituição ao iodo natural, e também os antiumectantes.

 Efeitos Nocivos do Sal Refinado e Doenças Correlatas:

  •  Hipertensão arterial
  • Edemas
  • Eclampsia e pré-eclampsia
  • Arteriosclerose cerebral
  • Aterosclerose
  • Cálculos renais
  • Cálculos vesicais
  • Cálculos biliares
  • Hipoplasia da tireoide
  • Nódulos da tireoide
  • Disfunções das paratireoides

 Além dos problemas acima, o Dr. Luis Henrique L. Pereira, alerta que: “Além das consequências da hipertensão, o excesso de sódio também está relacionado a um maior risco de várias outras doenças, entre elas:

– Acidente Vascular Cerebral (AVC, que são os derrames)
– Insuficiência renal crônica
– Insuficiência cardíaca
– Câncer de estômago
– Pedras nos rins
– Diabetes
– Asma
– Osteoporose

Para evitar o excesso de sódio que causa os males relacionados acima, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Hipertensão recomendam o consumo diário de 5 gramas de sal, que representa 2 gramas de sódio. A estimava de órgãos oficiais é que o brasileiro consome até o dobro de sal recomendado pela OMS. Por isso, governo e população gastam uma enorme quantia em dinheiro com o tratamento médico de vários problemas graves, entre eles a hipertensão arterial, problemas renais, arritmia e infarto.

Não bastassem os males do excesso de sal na alimentação feita exclusivamente em casa, muitos produtos industrializados comprados na padaria, açougues ou supermercados possuem mais sal que o recomendado. A lista dos campeões de sódio é grande, e inclui entre os produtos processados: macarrão instantâneo com e sem tempero, frango empanado, hambúrguer bovino e de frango, salsicha, bacon, biscoito de polvilho e cream cracker, salgadinho de milho, batata frita industrializada, requeijão, azeitonas, cubos de caldos de galinha, carne e peixe, queijo, ketchup, molho de soja, produtos de conserva, pizzas, picles, produtos diet ou light (porque têm mais sódio) e muitos outros alimentos.

Não há como escapar dos antiumectantes, usados para prolongar a validade dos alimentos, pois retira ou diminui a umidade deles. Assim, impedem que as partículas individuais dos produtos alimentícios juntem-se às outras por causa da umidade. O resultado positivo é que a conservação provocada pelos antiumectantes ajuda a esticar o prazo de validade para consumo de muitos alimentos industrializados, evitando a perda em prazo menor. Com o sal refinado não poderia ser diferente, porque os antiumectantes nele usados possuem a função de deixá-lo mais “soltinho”. Por isso, ao usar o sal, mesmo em casa, ingerimos o antiumectante, obrigatoriamente. Vários estudos, porém, indicam que esses não fazem mal à saúde dos seres humanos. Todavia, essa conclusão não é tão aceita por alguns estudiosos, que alertam sobre os problemas que os antiumectantes podem causar, dentre eles: relação com a doença de Alzheimer, riscos para as pessoas que sofrem de doenças dos ossos e de perturbações dos rins, doenças renais e diminuição da absorção de cálcio, desequilibrando a relação cálcio/fósforo no organismo (osteoporose, depósitos calcários).

É bom que todos saibam que sal, açúcar e gordura viciam. O vício acontece porque esses produtos estimulam os neurônios. Dessa forma, ajudam a liberar dopamina, neurotransmissor que faz com que aumente a vontade de comer e dá prazer às pessoas. A tendência do vício é aumentar cada vez mais o consumo, pois o corpo ficará pedindo mais sal, açúcar e gordura, até que chega ao ponto de causar sérios prejuízos à saúde, muitas vezes irreversíveis. Portanto, todo cuidado ao usá-los é pouco.

ÔMEGA 3 – UMA GORDURA DO BEM

Autoria do Dr. Telmo Diniz

om3

 Ômega 3 – A Gordura Boa

Quando se fala em gordura, todos já pensamos em colesterol alto, aumento da pressão arterial, aumento de peso, etc. Mas nem todas as gorduras são ruins. Algumas delas são benéficas e essenciais para a nossa saúde. Entre as mais conhecidas, o ômega 3 se destaca. É um tipo de gordura que vem da alimentação, não sendo produzido pelo nosso corpo. Dentre os benefícios do seu consumo, podemos destacar os seguintes:

  • diminuição das taxas de triglicérides e colesterol total no sangue;
  • redução da pressão arterial de indivíduos com hipertensão leve;
  • alteração da estrutura da membrana das células sanguíneas, tornando o sangue mais fluido;
  • otimização da função cerebral, etc.

Com tantas vantagens, o consumo de alimentos ricos em ômega 3 tornou-se um hábito indispensável para a manutenção da boa saúde, em especial para o sistema cardiovascular e cerebral.

Para o coração, estudos confirmam que os povos que consomem regularmente mais peixe possuem uma incidência menor de doenças cardíacas, pois as gorduras ômega 3 desempenham um papel significativo na redução de doença cardíaca coronariana.

O ômega 3 reduz a tendência das plaquetas se agregarem nas artérias (o que pode provocar arteriosclerose e precipitação de ataques cardíacos). Além disso, as gorduras ômega 3 reduzem os triglicérides, o colesterol e as reações inflamatórias. Os ataques cardíacos acontecem quando há um acúmulo de colesterol ruim (LDL), proveniente da ingestão de gorduras ruins (saturada, provenientes das carnes vermelhas) na dieta, que são depositadas e oxidadas nas artérias, provocando o início do processo de arteriosclerose, que é o envelhecimento e entupimento das artérias.

Para o cérebro, o ômega 3 é a gordura da matéria cinzenta, promove a comunicação entre as células nervosas, além de ajudar na construção das bainhas de mielina ao redor das fibras nervosas, permitindo assim uma melhor neurotransmissão química, o que, consequentemente, auxilia no nosso humor e memória. O ômega 3 é um nutriente essencial para o funcionamento adequado da bainha de mielina, uma estrutura presente nos neurônios que tem a função de proteger a integridade dessas células nervosas e participar do processo de envio de mensagens através dos neurotransmissores.

O ômega 3 cria um ambiente ideal para a troca rápida de mensagens entre as células do nosso cérebro. Portanto, a pessoa que tem na sua dieta uma deficiência no consumo desta gordura normalmente tem raciocínio e memória piores e dificuldade de aprendizado em comparação àquela que faz o consumo adequado. Sabidamente, o consumo de alimentos ricos em ômega 3 ou em forma suplementar melhora diversas funções, a citar:

  • melhora a concentração e a memória;
  • aumenta a motivação;
  • melhora as habilidades motoras;
  • aumenta a velocidade de reação;
  • ajuda na prevenção de doenças degenerativas cerebrais etc.

As maiores fontes de ômega 3 são os peixes de águas frias e profundas (como, por exemplo, sardinha, salmão, cavala, atum), oleaginosas (nozes e castanhas), óleo de linhaça, ovos enriquecidos e leite fortificado. Os suplementos de ômega 3 só devem ser utilizados sob orientação médica ou do nutricionista funcional, pois existem doses para cada caso e contraindicações ao seu uso.

SAIBA O QUE É DISBIOSE INTESTINAL

Autoria do Dr. Telmo Diniz bi6

Disbiose intestinal

A disbiose intestinal significa, literalmente, uma disfunção colônica (do cólon) devido à alteração da flora bacteriana intestinal.

No nosso organismo, 100 trilhões de bactérias de mais de 400 espécies diferentes vivem em um delicado balanço. A nossa flora intestinal tem funções importantes como a síntese de algumas vitaminas e a defesa do nosso corpo. Quando esta flora é abalada, nosso organismo fica sujeito à passagem de fungos e toxinas para a circulação. É a disbiose intestinal, transtorno no qual as bactérias da flora normal ficam em minoria e o organismo torna-se debilitado já que a capacidade de defesa diminui. Doenças que podem ser causadas pela disbiose:

  • Artrite reumatoide e outras doenças autoimunes,
  • acne,
  • urticárias
  • depressões
  • celulite
  • fadiga crônica
  • enxaquecas

Portanto, atenção! As doenças citadas podem não ser causa e, sim, consequência de um mal maior e não diagnosticado.

Desequilíbrio

Várias situações podem gerar a disbiose intestinal:

  • uso de medicamentos (principalmente antibióticos e anti-inflamatórios),
  • uso de medicações que alteram o PH gástrico (tipo antiácidos e omeprazol) por longo tempo,
  • estresse crônico,
  • uso abusivo de laxantes,
  • infecções intestinais,
  • dieta inadequada com consumo de alimentos processados em detrimento aos alimentos “in natura”,
  • alergias alimentares,
  • constipação intestinal,
  • diverticulose, entre outros.

Várias são as causas que podem fazer com que haja um desequilíbrio desta população bacteriana. Os sintomas são usualmente intestinais, como:

  • flatulência (alta formação de gazes),
  • alteração do ritmo normal do intestino e distensão abdominal, muito comumente associa-se a um quadro de irritabilidade (pessoa enfezada – “cheia de fezes”) e desânimo geral.

O diagnóstico é basicamente clínico, porém, pode ser reforçado pela solicitação de pesquisa quantitativa e qualitativa de bactérias e fungos nas fezes. Existe uma íntima relação entre a permeabilidade da membrana da mucosa intestinal e a flora bacteriana. Portanto, a presença no cólon de fezes putrefativas, gerando placas duras e aderentes à mucosa intestinal, liberam toxinas para o organismo, podendo gerar as diversas patologias citadas anteriormente.

Tratamento
O tratamento da disbiose consiste, primeiramente, na detecção dos possíveis fatores que podem estar causando o problema:

  • a automedicação deve ser revista;
  • o estresse psíquico, se identificado, deve ser tratado;
  • a constipação e/ou a diarreia devem ser controladas;
  • “cuidar bem do intestino” com hidratação abundante,
  • aumentar a quantidade de fibras na alimentação;
  • aumentar o uso de pró-bióticos e pré-bióticos, que são, respectivamente, lactobacilos e fruto-oligossacarídeos (alimentos dos lactobacilos), com o intuito de que a flora bacteriana “do bem” possa combater as bactérias patogênicas e os fungos;
  • o hábito alimentar deve ser revisto, reduzindo o consumo de carnes vermelhas e leite de vaca, retirando ou reduzindo os alimentos processados (açúcares e produtos provenientes da farinha branca), aumentando as porções de frutas, legumes e vegetais.

A correção da disbiose melhora sensivelmente as doenças a ela associadas, com consequente melhora da qualidade de vida dos pacientes.

ALIMENTOS x CÂNCER DE PRÓSTATA

Autoria do Dr. Telmo Diniz

alcadepro

O mês de novembro tem sido batizado de “Novembro Azul”, para destacar as campanhas de saúde, que visam a prevenção do câncer de próstata, assim como o mês de outubro, chamado de “Outubro Rosa”, é voltado à prevenção do câncer de mama nas mulheres. Dentre as diversas doenças que atingem os homens, o câncer de próstata é uma das mais graves, motivo pelo qual irei tratar do assunto – no caso, do ponto de vista nutricional, mostrando quem são os amigos e os inimigos da próstata.

Estudo realizado este ano pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontou que 51% dos homens nunca consultaram um urologista. E o câncer de próstata tem estimativa de 69 mil novos casos ao ano, ou seja, quase oito novos casos a cada hora. O objetivo do “Novembro Azul” é diagnosticar os casos no início, quando as chances de cura beiram 90%; utilizando-se, para tanto, do exame de sangue e do toque retal. Vários são os fatores de risco para o câncer de próstata, entre os quais:

  • idade (cerca de 62% dos casos são de homens a partir dos 65 anos),
  • histórico familiar,
  • raça (maior incidência entre os negros),
  • sedentarismo,
  • obesidade e uma alimentação inadequada, à base de gordura animal e deficiente em frutas, legumes e vegetais. E é no fator alimentação que vou me ater.

A dieta desempenha importante papel na promoção e na prevenção de diversos tipos de câncer, inclusive o da próstata. Pois bem, quais alimentos nos ajudariam e quais devem ser preteridos do dia a dia para o homem de meia idade? Iniciamos com a cenoura, que contém os carotenoides, precursores de vitamina A, que são poderosos antioxidantes. Já os tomates são ricos em licopeno, que é outro poderoso antioxidante. Numa revisão de 21 estudos científicos, pesquisadores concluíram que homens que comem tomate cru ou cozido têm menos chances de desenvolver câncer de próstata.

Em um estudo canadense foi demonstrado que homens que comem vegetais crucíferos – como brócolis e a couve-flor – têm menos chance de desenvolver a forma agressiva do câncer de próstata. A romã, sobretudo o suco dela, também tem demonstrado eficácia na prevenção deste tipo de câncer. Estudos indicam que ela ajuda a reduzir a recorrência de aparecimento da doença após primeiro tratamento. As leguminosas, como soja, feijão e lentilhas, são ricas em fitoestrógenos, como a isoflavona. Esses compostos ajudam a combater células malignas de câncer.

Dois trabalhos científicos de revisão encontraram redução de 30% de risco de desenvolvimento de câncer de próstata em homens que consumiam soja. Outro alimento poderoso é o chá verde. Estudos em populações asiáticas, onde este chá é amplamente consumido, mostra que há menor incidência de câncer de próstata. Para terminar, salmão, atum e sardinhas são ricos em ômega 3, que auxiliam o corpo a lutar contra as inflamações. Pelo mesmo motivo, o consumo regular de azeite extra-virgem é bem indicado.

No sentido contrário, devemos evitar o consumo exagerado de carnes vermelhas, açúcar refinado, refrigerantes, bebidas alcoólicas, alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, assim como todos os tipos de embutidos e enlatados.

Nota: imagem copiada de Spontex

FAZ MAL COMER E DORMIR LOGO APÓS

Autoria do Dr. Telmo Diniz

garfi

Nosso dia a dia é extremamente corrido e isso faz com que boa parte das pessoas tenha somente uma refeição decente ao dia e tarde da noite. Então, fica a pergunta: faz mal comer e logo após ir dormir? A resposta é sim! Isto é o que demonstram as pesquisas mais recentes sobre o tema.

Um estudo internacional (que incluiu pesquisadores da Universidade de Murcia, na Espanha, e da Universidade de Harvard, nos EUA) de 2013, com 420 pessoas com sobrepeso e obesas, constatou que os indivíduos que comiam mais tarde – faziam sua maior refeição do dia após as 15h – perderam significativamente menos peso e levaram mais tempo para perdê-lo do que as que comiam mais cedo, ou seja, aquelas que faziam a sua principal refeição antes das 15h.

Outro estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade da Cidade de Osaka, no Japão, sobre os hábitos de comer de 350 pessoas, descobriu que o ato de jantar dentro de três horas antes de deitar-se estava associado com um risco de desenvolver sintomas de refluxo, uma condição bastante comum e que pode causar desde azia a problemas digestivos, tosse seca noturna, rouquidão, asma e, nos casos mais graves, até câncer.

O estudo mais recente sobre este tema foi apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, realizado com 700 adultos e mostrou a relação entre a hora das refeições e os efeitos gerados no organismo. Os dados mostram que, em algumas pessoas, ingerir alimentos tarde da noite gera um impacto significativo na pressão arterial, ou seja, comer e logo ir deitar dificulta a queda fisiológica da pressão arterial que ocorre normalmente à noite. Daí a maior possibilidade de picos hipertensivos durante o sono em pessoas que têm o hábito de comer e logo ir se deitar.

A digestão adequada é fundamental para a absorção dos nutrientes como um todo e também para descartar aquilo que não precisa ser absorvido. Portanto, nosso organismo não está projetado para comer uma grande refeição e recolher-se logo em seguida ao sofá ou à cama. Ficar sentado e ereto ajuda-nos na digestão, permitindo que a gravidade faça seu trabalho. Como o estômago demora cerca de três horas para ficar vazio, devemos esperar pelo menos este tempo, antes de ir deitar ou tirar uma soneca. Parece que consumir alimentos antes de dormir faz com que o organismo permaneça em “estado de alerta”, estimulando a produção de hormônios como a adrenalina, o que pode alterar o ritmo circadiano, que é o relógio biológico e dita o ritmo diário do nosso corpo.

Agora, você já sabe que não se deve comer muito tarde da noite, para evitar problemas como o refluxo, distúrbio do sono, alterações da pressão arterial e ganho de peso. A melhor opção é comer uma bela refeição antes das 15h ou, no máximo, até duas horas antes de ir se deitar. Jim Davis, cartunista americano, criador do personagem Garfield, um gato cínico e sedentário, disse que “a vida é bela porque dormir dá fome e comer dá sono”. O Garfield é um gato obeso e preguiçoso. Não dê ouvidos a ele.

PREGUIÇA E ATIVIDADE FÍSICA

Autoria do Dr. Telmo Diniz

preatifi

A preguiça gasta a vida, como a ferrugem consome o ferro. (Marques de Maricá)

“Preguiça” é uma palavra que vem do latim “pigritia” e que pode ser definida simplesmente como uma indisposição para o trabalho. Entretanto, a palavra pode ser usada sempre que uma atividade qualquer não é interessante a uma determinada pessoa. Hoje, nós vamos falar sobre a terrível preguiça de fazer atividades físicas.

Uma Pesquisa Nacional de Saúde feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, afirma que quase metade dos adultos no Brasil (46%) não faz nenhum tipo de exercício. Aderir e manter uma atividade física ao longo da vida é algo que depende, basicamente, de dois aspectos: desejo e necessidade. Sendo a primeira a parte mais difícil.

A preguiça em movimentar o corpo não é privilégio de nós, seres humanos. Os animais, por exemplo, não gastam energia à toa. No zoológico, você jamais encontrará uma onça dando um pique para melhorar sua condição cardiorrespiratória, um gorila levantando peso, ou ainda uma girafa correndo, simplesmente, para melhorar a forma física. O “bicho preguiça”, então, nem preciso comentar. A escassez de alimentos na natureza fez com que os animais adotassem a estratégia de reduzir o desperdício de energia ao mínimo possível. E nós seguimos o mesmo caminho. Os índios, por exemplo, só gastam energia durante as caçadas e durante a atividade sexual. O resto do dia é só na rede. A necessidade de poupar energia alterou o nosso metabolismo, fazendo com que toda a caloria ingerida em excesso seja, necessariamente, armazenada em forma de gordura. Daí a necessidade de fazer atividades físicas.

Especialistas da área argumentam que não praticar exercícios físicos é como ter um mau hábito, ou seja, se você não pratica nada nunca, então nunca fará nada. É simples assim! Este ciclo vicioso deve ser quebrado. Informam ainda que, para quebrar um hábito ruim, seriam necessários cerca de 30 dias. Portanto, a pergunta que fica é: você seria capaz de fazer exercícios durante um mês seguido, sem faltar uma única vez? Este é o desafio à preguiça. Então, quais seriam os passos a serem dados para deixar estes 30 dias menos penosos? Antes de qualquer coisa, você deve saber que tipo de atividade física poderá ser feita, e com qual intensidade. Para tanto, uma visita ao médico se faz necessária. Feito isso, estabeleça metas e objetivos claros que deseja. Seja ele perder peso, melhorar sua resistência ou a qualidade de vida. Dessa forma, poderá focar e alcançá-lo de forma mais assertiva.

Estabeleça o peso em que deseja chegar e ou as condições físicas que deseja atingir. Não exija mais do que seu corpo possa aguentar. Isso poderá ser o início do fracasso do projeto. Inicie de forma lenta e progressiva. Lembre-se de que dois corpos preguiçosos podem se ajudar mutuamente. Portanto, chamar um companheiro (a) pode ser de grande auxílio. Enfim, escolha o exercício que gosta de fazer. Não combata a preguiça com atividades físicas pelas quais você não tem interesse. Isso certamente não irá durar. Saiba que sem atividades físicas o corpo vai literalmente enferrujando, com aterosclerose para as artérias e artroses para as articulações.

O escritor e filósofo brasileiro Marques de Maricá descreveu bem sobre o tema: “A preguiça gasta a vida, como a ferrugem consome o ferro”.

Ilustração: obra do pintor russo Leonid Afremov