Arquivo da categoria: História da Arte

O mundo da arte é incomum e fascinante. Pode-se viajar através dele em todas as épocas da história da humanidade — desde o alvorecer dos povos pré-históricos até os nossos dias —, pois a arte é incessante.

GUERNICA (Aula nº 97 F)

Autoria de Lu Dias Carvalho

 

                                  (Cliquem nas imagens para ampliá-las.)

Guernica é um monumento à desilusão, ao desespero e à destruição. (Herbert Read)

Toda a minha vida foi uma luta contínua contra a reação e contra a morte da arte. (…) Na pintura em que estou trabalhando neste momento e que se chamará Guernica e em todas as minhas obras recentes, exprimo claramente o meu ódio pela casta militar que mergulhou a Espanha em um oceano de dor e de morte. (Pablo Picasso)

A República Espanhola encomendou a Pablo Picasso em 1937 uma enorme composição para ornamentar o pavilhão espanhol na Exposição Internacional de Paris. O governo da Espanha tentava atrair o apoio das potências democráticas no intuito de minar o apoio militar e político de Hitler e Mussolini, direcionados ao general Francisco Franco. Os republicanos, com a intenção de reforçar a pálida democracia, buscaram o apoio da classe de artistas espanhóis. Dentre esses estavam Picasso, Miró, Luís Buñel e Joseph Renau.

Antes de Picasso iniciar a composição da obra encomendada, a cidade basca de Guernica foi bombardeada por uma força expedicionária, a mando de Hitler e em apoio a Franco. Foi desse acontecimento que nasceu a inspiração do artista para a confecção do mural. Ele ficou horrorizado com a brutalidade de que fora vítima a cidade sem defesa, bombardeada durante 03h 15min minutos, ficando um saldo de 1.660 mortos e 890 feridos. Fato ocorrido em 26 de abril de 1937. Da comoção de Picasso nasceu a sua obra mais reconhecida mundialmente: Guernica, organizada como um tríptico, ou seja, possui um painel central e dois laterais, unidos por uma estrutura triangular.

À época a fotógrafa Dora Maar – amante do pintor – fotografou todas as fases da composição, cujo painel central é composto por um enorme triângulo. A lamparina encontra-se no ângulo superior do triângulo e a mão do soldado e o pé da mulher que parece correr ocupam respectivamente o ângulo esquerdo e o direito. Picasso usou o branco e preto com cinzas e toques de azul. Ele fez 45 esboços da obra e levou cinco semanas para concluí-la. No painel tudo é simples, exceto a expressão da dor emanada pelas vítimas.

No mural Guernica Picasso colocou apenas seis figuras humanas e três animais, mas que dão a impressão de muito mais, ao preencher toda a tela, inclusive trazendo a sensação de claustrofobia. Os animais pintados são um touro, um cavalo e um pássaro. Em meio às figuras citadas estão os seguintes elementos a compor a cena: edificações, uma lâmpada, uma lança estilhaçada, chão de tijolinhos, uma flecha, uma mesa e chamas mostrando um caos turbulento.

Guernica não tem o objetivo de mostrar uma época específica da história, pois é atemporal. Trata-se de uma obra universal, ícone do século XX e de uma alegoria lancinante contra a impiedade da guerra. É como se toda a composição representasse um grito paralisante de agonia. Não se tem uma explicação clara sobre todos os elementos presentes na composição, principalmente sobre o cavalo e o touro, tidos como símbolos respectivamente da brutalidade e da inocência do povo. Segundo o pintor, o touro representa a bestialidade das trevas. Mesmo após tal explicação, a imagem do animal ainda continua ambígua, pois Picasso nunca gostou de dar explicações sobre suas figuras.

Os personagens a partir da esquerda para a direita são:

  • mãe chorando, com a cabeça jogada para trás, trazendo um garotinho morto nos braços, com sua cabecinha pendente. Ela parece gritar em desespero, pedindo misericórdia;
  • touro com a cauda levantada, como se estivesse em chamas, imagem difícil de ser compreendida. Sua expressão parece humanizada diante da tragédia;
  • ave com a cabeça virada para cima, com o bico extremamente aberto, como se gritasse assustada;
  • soldado caído de costas, segurando uma espada quebrada e uma flor. Ele traz a cabeça e o braço direito decepados. A flor pode ser entendida como um símbolo da esperança de que a vida continue. Apesar da brutalidade do homem, sua delicadeza acentua ainda mais o caos visto no mural. No braço esquerdo estendido para trás, a mão do soldado traz um ferimento no meio que pode simbolizar o estigma de Cristo;
  • cavalo relinchando, com a cabeça e o pescoço contorcidos, visivelmente atormentado e assustado. A língua no formato de adaga à vista simboliza o primário grito de dor dos inocentes. Bem acima de sua cabeça encontra-se uma lâmpada elétrica que se parece com um grande olho, sendo vista por alguns como o olho onividente de Deus. Seu clarão também pode ser uma referência às bombas caindo;
  • mulher que parece voar, passando pela janela aberta com os seios pressionando a mão. Ela carrega uma lamparina acesa na mão, como se trouxesse luz na tentativa de compreender o que de fato aconteceu;
  • mulher que tem a cabeça erguida e os seios nus, com os olhos direcionados para o cavalo. Seu rosto denota desespero e medo. Ela parece correr;
  • mulher ajoelhada e rodeada pelas chamas, gritando com os braços erguidos para os céus, como se quisesse impedir que as bombas caíssem. Perto dela e acima da janela é possível ver mais chamas, o que indica que a cidade está pegando fogo.

Observação: alguns veem uma caveira, formada pelas narinas e dentes superiores do cavalo, e também a cabeça de um touro, situada no ângulo da perna dianteira desse animal, de frente para o observador, com o focinho quase tocando a flor.

Quando Guernica foi feita, Picasso estava com 56 anos de idade. Como Franco saiu-se vencedor, o pintor decidiu que a obra só voltaria à Espanha quando ali houvesse democracia. Enquanto isso, ela permaneceria no Museu de Arte Moderna de Nova York, nos Estados Unidos. O que realmente aconteceu.

Nota: a imagem colorida tem por objetivo ajudar o leitor a identificar as partes da obra.

Ficha técnica
Ano: 1937
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 349 x 776,5 cm
Localização: Museu Nacional Centro de Arte Sofia, Madri, Espanha

Fontes de pesquisa
Arte/ Publifolha
Picasso/ Coleção Folha
Picasso/ Abril Coleções
Arte em detalhes/ Publifolha
Grandes pinturas/ Publifolha

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DORA MAAR COM GATO (Aula nº 97 E)

Autoria de Lu Dias Carvalho

O genial artista espanhol Pablo Ruiz Picasso, além de ser conhecido como revolucionário, visionário e vanguardista, foi também famoso pelo número de mulheres que teve em sua vida. Entre elas estava Dora Maar. Picasso travou conhecimento com a fotógrafa e intelectual de esquerda, de origem croata, que se transformou em sua nova amante, passando a ser sua modelo preferida e uma de suas mais significativas musas. Além de inteligente, ela era famosa por sua beleza, sobretudo pelos cabelos escuros. Ele viveu 10 anos com Dora Maar.

O artista retratou Dora Maar em inúmeras pinturas, sendo Dora Maar com Gato, obra cubista, uma das mais conhecidas. Ela se encontra assentada numa cadeira de madeira, com três quartos do corpo à vista, de frente para o observador. Seus braços descansam nos braços da cadeira. No seu espaldar, à direita da retratada, está um gatinho negro, de pé e com o rabo levantado, que também fixa o observador.

As unhas afiadas de Dora Maar lembram as do gato. Estudiosos de Picasso dizem que ele, certa vez, comparou o fascínio e o temperamento de sua amante semelhantes ao de um gato afegão, portanto, o animal aqui representado carrega em si muitos significados. Na história da arte, a presença de gatos alude aos artifícios da mulher e à agressão sexual. As unhas de Dora Maar reforçam esta significação.

Chama a atenção em especial o chapéu surrealista com que Dora Maar foi retratada. Sua vestimenta possui uma bela padronização. Seria o chapéu uma coroa e a cadeira um trono, feitos pelo pintor para homenagear sua musa? Segundo a crítica, Dora Maar com Gato é uma obra extraordinária de Picasso, tanto pela seleção das cores, pela atenção aos detalhes, pela execução e o simbolismo utilizado.

Ficha técnica
Ano: 1941
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 128,3 x 95,3 cm
Localização: Coleção particular

Fontes de pesquisa
http://totallyhistory.com/dora-maar-au-chat/
http://paintinghistory.blogspot.com.br/2008/12/dora-maar-au-chat.html

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VIOLINO E CÂNTARO (Aula nº 97 D)

Autoria de Lu Dias Carvalho

Compreendeis a língua chinesa? Ainda assim é falada por meio bilhão de homens. (Pablo Picasso)

A composição Violino e Cântaro é uma obra do pintor normando Georges Braque na sua busca por uma nova linguagem pictórica, embora até mesmo os especialistas em arte vissem com desconfiança o novo caminho tomado por ele e Picasso. Enquanto o segundo prosseguia com sarcasmo em relação a seus críticos, o primeiro seguia tranquilo, fazendo ouvidos de mercador.

Na obra acima, Georges Braque mostra o violino e o cântaro, as duas peças chaves da composição, como se essas estivessem sendo vistas através de um espelho estilhaçado. Mesmo multifacetados, os dois objetos podem ser reconhecidos. Os pontos mais escuros são responsáveis pelo volume. A maior preocupação do artista é com as linhas da composição, ficando a cor reduzida aos tons terrosos e aos cinzas. O método empregado é o chamado Cubismo Analítico.

Ficha técnica
Ano: 1910
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 117 x 81,5 cm
Localização: Museu de Arte, Basileia,  Suíça

Fonte de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultura

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CASAS DE L’ESTAQUE (Aula nº 97 C)

Autoria de Lu Dias Carvalho

Tudo reduz – lugares e figuras e casas – a esquemas geométricos, a cubos. (Louis Vauxcelles)

Georges Braque, ao passar o verão de 1908 em L’Estaque, sul da França, criou uma série de paisagens com edifícios em estilo cubista analítico. Ao ver tais pinturas, o marchand Daniel-Henri Kahnweiler, surpreso com sua originalidade, aceitou promover seu trabalho e o de Pablo Picasso. Nesse mesmo ano organizou uma exposição em sua própria galeria. Ali se encontrava a obra intitulada Casas de L’Estaque que foi responsável por dar nome ao estilo cubista, quando o crítico francês de arte — Louis Vauxcelles — avaliou-a negativamente e usou o nome “cubismo” no artigo que escreveu na famosa revista Gil Blas, no qual criticava Braque por criar quadros que reduziam tudo a “contornos geométricos”.

O artista Georges Braque apresenta em sua obra uma distribuição de volumes regulares sobre a superfície da tela. Os motivos referentes a árvores e casas — ainda possíveis de serem identificados — são reduzidos a meros elementos da linguagem visual. O conjunto de edifícios é facilmente identificável. Sua posição no espaço é indicada por superposição e mudanças de escala, mas a realidade mais concordante ali presente é a que diz respeito à própria pintura.

A paisagem — primeira tentativa do pintor em produzir uma nova linguagem pictórica — é dominada pelos tons verdes, terra e cinza, mostrando uma forte influência do pintor francês Paul Cézanne, cujo estilo corresponde à fase chamada de “Cubismo de Cézanne”. As casas em forma de cubos amontoam-se umas sobre as outras, como se formassem um castelo. Entre elas surgem algumas árvores, sendo que um tronco tomba em diagonal para a esquerda. Toda a tela é tomada por tais elementos. Não se vê o horizonte e nem o céu. A sombra de cada elemento dá vida a seu volume, trazendo profundidade à composição.

Com esta pintura o artista põe fim à sua fase fauvista que durou cerca de dois anos. Viria daí um dos mais importantes movimentos da arte contemporânea, nascido da parceria entre Georges Braque e o espanhol Pablo Picasso que daria o passo inicial com “As Senhoritas de Avignon”. Da colaboração entre os dois pintores surgiriam as bases do Cubismo, estilo que levaria aos extremos os limites da abstração.

Ficha técnica
Ano: 1908
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 73 x 59,5 cm
Localização: Museu de Arte, Berna, Suíça

Fontes de pesquisa
Gênios da Pintura/ Abril Cultura
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
http://www.unesco.org/artcollection/NavigationAction.do?idOeuvre

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TRÊS MULHERES (Aula nº 97 B)

Autoria de Lu Dias Carvalho

Não é a beleza da coisa que importa à pintura, mas sim os meios que se adota para recriar o objeto, mesmo que seja apenas um prego. A unha deve manter a sua dignidade como um objeto. Uma unha pintada deve ter a mesma importância que um rosto. (Léger)

Eu tinha quebrado o corpo humano, agora torno a recompô-lo, a reencontrar o rosto. Além do mais, sempre utilizei a figura humana. Ela se desenvolveu lentamente em direção a uma figuração menos realista, menos esquemática. (Léger)

A composição Três Mulheres, também conhecida como O Grande Desjejum, é uma obra-prima do pintor normando Fernand Léger. É, sem dúvida alguma, o trabalho  mais conhecido e famoso do  artista, tendo sido exibido pela primeira vez no Salão de Outono em 1921. O artista levou dois anos para concluir seu meticuloso trabalho que, através de uma refeição conjunta, mostra como era fácil viver tal experiência na modernidade.

A pintura de Léger apresenta três mulheres nuas, com detalhes ampliados de certas partes do corpo, participando de um desjejum. O artista aqui abre mão de sua experimentação no uso de cores, estilos, formas, espaço, etc., para criar uma obra universal ou clássica na história da arte, que é o nu feminino. É como se ele estivesse deixando para trás suas experiências mais ousadas, para retomar aquilo que é conhecido como “retorno à ordem”.

As três mulheres nuas, duas reclinadas e uma sentada de frente para o observador, bebem algo quente, possivelmente chá ou café, como indica a xícara na mão de uma delas, a que traz um livro no colo. Elas se encontram num ambiente muito bem decorado, aparentando ser um moderno apartamento.

As mulheres possuem formas arredondas, com destaque para os seios, nádegas e rótulas, e pele não suave, mas polida e firme. A cor da pele amarronzada de uma delas difere da pele clara das outras duas. Possuem longos cabelos pretos, estilizados e penteados para um dos lados, rosto redondo e expressão indiferente, desprovida de emoção, como se tudo ali fosse rotineiro e simplista. Os demais objetos, que compõem a pintura, possuem forma regular e realista. Figuras humanas e objetos têm a mesma importância na composição do artista.

A falta de formosura nas mulheres, com suas características faciais simplificadas e similares, leva o olhar do observador para o fundo da composição, maravilhosamente trabalhado, e para as coisas em volta delas. Existem inúmeros objetos espalhados por todo o quadro: vaso, mesas, copo, bandeja, xícara com pires e colher, sofá, elementos decorativos, etc.

Até mesmo um cãozinho negro é visto à direita, deitado no sofá. O pintor usa sombreamento na definição da curvatura das mesas, sofá e partes dos corpos femininos. Há uma profusão de cores em toda a pintura que é ao mesmo tempo moderna, clássica e intemporal. É uma das obras mais conhecidas do Cubismo.

Ficha técnica
Ano: 1921/22
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 251,5 x 183,5 cm
Localização: Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA

Fontes de pesquisa
https://utopiadystopiawwi.wordpress.com/purism/fernand-leger/three-women/
http://www.theartstory.org/artist-leger-fernand.htm
http://www.art-newzealand.com/Issues1to40/leger.htm

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AS SENHORITAS DE AVIGNON (Aula nº 97 A)

Autoria de Lu Dias Carvalho

Quando inventamos o Cubismo, não tínhamos a menor intenção de inventá-lo. Apenas queríamos expressar o que estava em nós. (Picasso)

A composição de Picasso As Senhoritas de Avignon levou nove meses para ser feita, vindo a tornar-se uma das obras responsáveis por revolucionar a história da arte, formando a base para o Cubismo e a pintura abstrata. Ela é o marco, portanto, do início dos experimentos com a linguagem cubista. Mas esta revolucionária obra foi incompreendida até mesmo pelos amigos do pintor, pois esses não aprovaram seu estilo, onde corpos e fundos transformam-se em formas geométricas. O primeiro título que o quadro recebeu foi o de “Bordel Filosófico”. O artista baseou-se na lembrança que teve de um bordel da Calle Avinyo em Barcelona. A obra apresenta um tema incomum e um estilo radical.

Estão presentes cinco personagens na composição, todas nuas, com seus corpos cinzelados rudimentarmente e com seus rostos esquemáticos. A cena tem como inspiração o interior de um bordel da rua Avignon na cidade de Barcelona, local bem conhecido do pintor e de seus amigos. Os corpos apresentam linhas irregulares e quebradas. São figuras dessemelhantes, só tendo em comum a nudez. Suas formas são definidas por contornos. As mulheres e o fundo da composição são feitos de planos angulosos e geométricos. Para fortalecer a composição geométrica, Picasso fez uso da cor azul em algumas partes da pintura.

Observando partes da composição:

  1. No primeiro plano da pintura está um prato com frutas, também mostradas de maneira sensual, onde se espalham uvas, maçã, pera e melancia.
  2. No centro duas das prostitutas fitam o observador, como se o convidassem provocadoramente para se deliciar com seus corpos. Elas são mais delicadas e realistas do que as demais.
  3. À direita uma prostituta, assentada de costas para o observador, também o fita com sua cabeça cubista virada para trás, numa posição inverossímil. Seu rosto tem o nariz torto e os olhos de cores diferentes totalmente desalinhados. Parece usar uma máscara.
  4. Acima da prostituta citada acima uma figura usando máscara africana tribal encontra-se de pé, com os braços abertos, abrindo as cortinas.
  5. A quinta mulher está próxima à porta, como se convidasse as pessoas para entrarem, contendo uma cortina vermelha aberta. Ela é a mais musculosa das cinco.

O uso de máscaras na composição demonstra uma clara influência da arte africana sobre o pintor. Enquanto pintava As Senhoritas de Avignon, Picasso visitou uma mostra africana que acontecia em Paris. Quando esteve no local, ele já havia terminado o rosto das três mulheres à esquerda, mas não o das duas à direita que refletem uma clara influência da escultura africana que em sua rude estilização encantou o artista.  Portanto, a arte negra exerceu grande influência sobre o artista, com a qual teve contato antes de finalizar a obra em questão.

As Senhoritas de Avignon é uma das composições mais famosas de Picasso, principalmente por mostrar uma maneira diferente de retratar a realidade. É também uma das mais conhecidas obras do século XX. Ela incomodou seus colegas o e os críticos, porque o artista fez desmoronar toda a tradição pictórica ocidental, reinventando uma nova maneira de pintar. Abriu mão da luz e da atmosfera em troca da clareza da forma, assim como baniu tudo que era irreal, indefinido ou vago.

As Senhoritas de Avignon, portanto, falando em termos cronológicos, representa o nascimento do Cubismo. É bom também lembrar que o Cubismo passou por diversas etapas durante o seu desenvolvimento: Cubismo analítico, Cubismo sintético, Cubismo hermético e Cubismo cristalino e tinha por objetivo o desmanche da realidade que seria reconstruída pelo artista, segundo o seu ponto de vista, sendo uma linguagem pictórica extremamente pessoal, sem representação comum, sendo o supérfluo totalmente eliminado. Picasso, a princípio, pensou em incluir na composição duas figuras masculinas: um estudante e um marinheiro que comiam na companhia das mulheres, mas não o fez.

Ficha técnica
Ano: 1907
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 243,9 x 233,7 cm
Localização: The Museum of Art, Nova York, EUA

Fontes de pesquisa
Picasso/ Abril Coleções
Picasso/ Coleção Folha
Arte moderna/ Editra Taschen
Arte/ Publifolha
Tudo sobre arte/ Editora Sextante

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