A ARTE DO IMPRESSIONISMO (II)

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Autoria de Lu Dias Carvalho


 O Impressionismo — movimento artístico que pertenceu ao período situado entre 1860 e 1890 — teve origem na união de um grupo de artistas com ideias afins que se reuniam nos cursos de arte e nos cafés de Paris no início na década de 1860. A esse grupo juntaram-se outros alunos entusiasmados com as novas concepções artísticas, ficando o grupo conhecido posteriormente como “os impressionistas”. O que interessava a esses pintores era retratar a vida moderna como a viam num determinado instante, ou seja, buscavam a captura da impressão do momento no qual estavam presentes os fugitivos efeitos da luz solar, ao incidir sobre os objetos e a paisagem, ficando as figuras sem contornos nítidos. Ao pintar sob tais condições, suas obras pareciam inacabadas sob o olhar do século XIX, ainda afeito ao academicismo.

A pintura impressionista era tradicionalmente apresentada como totalmente casual e desordenada na composição. Quanto à evolução do plano cromático vista nos quadros impressionistas, essa jamais foi teórica ou científica. Embora se mostrasse aparentemente informal, a arte impressionista possuía uma tentativa decidida de mostrar a percepção instantânea que o artista concebeu do mundo que o rodeava. Os objetivos dos artistas impressionistas eram definidos em termos pictóricos, sem nenhum outro compromisso social. Desejavam apenas retratar, através da pintura, as sensações que sentiam diante da natureza, como escreveu Claude Monet: “Faço o que considero melhor para expressar o que experimento diante da natureza, para imprimir minhas sensações”.

As pinturas impressionistas, ao serem apresentadas na década de 1870 ao júri responsável pela escolha das obras a serem expostas no Salão de Paris, eram recebidas com desdém, uma vez que não representavam as superfícies lisas com pinceladas invisíveis como as exigidas pelo Salão oficial, mas traziam cores fortes e ousadas e suas pinceladas eram soltas e visíveis. As cenas pintadas eram tidas como extravagantes, radicais ou impróprias (paisagens de Paris, bailarinas atando sapatilhas, lavadeiras e passadeiras trabalhando, etc.). Mais uma vez um estilo de arte posicionava-se contra a influência exercida pela arte acadêmica em que predominavam os temas históricos, religiosos e mitológicos.

Por ocasião da primeira exposição independente organizada pelo grupo de impressionistas em 1874 — artistas descontentes com os caminhos da pintura, com a postura intransigente do Salão oficial e também na busca por um meio que os levasse a conseguir visibilidade e saída para a venda de suas obras —, o pintor Claude Monet expôs uma marinha que tinha por título “Impressão, Sol Nascente” (ver quadro ilustrativo acima). O crítico Louis Leroy ali presente, como uma forma de insulto, cunhou o termo “impressionista” num artigo que se intitulava “A Exposição dos Impressionistas”, no qual escreveu: “Impressão… qualquer papel de parede é mais bem acabado do que esta marinha!”. Aos artistas envolvidos com a exposição não agradaram as críticas recebidas e tampouco o título de “impressionistas”, mas o que havia nascido como uma crítica desdenhosa acabou por se transformar no nome de um dos movimentos mais significativos do século XIX.

As gravuras japonesas (ukiyo-e) que apareceram em Paris na década de 1860 serviram como inspiração para o grupo de impressionistas. Elas traziam com simplicidade cenas da vida diária em cores puras e brilhantes, possuíam um traçado simples e composições dinâmicas, muitas vezes descentralizadas, sendo que as figuras mostradas em primeiro plano podiam aparecer cortadas pela borda dos quadros. Havia também uma atitude de despreocupação no que diz respeito às leis da perspectiva linear, totalmente diferente da europeia, na definição do espaço.

O colorido das estampas japonesas, principalmente as de Ando Horishige, descobertas na Paris da década de 1860, contribuíram para reforçar o uso de planos simples de cores justapostas, contudo, não foi por si só responsável por criar a técnica de cor impressionista. Os próprios artistas impressionistas foram os principais responsáveis, ao fazer o estudo da natureza. Eles chegaram aos efeitos dos contrastes da cor através da própria experiência que ganharam ao trabalhar em com contato estreito com a natureza.

Embora nem todos os estudiosos da arte aceitem, a fotografia também é vista como outra fonte de inspiração para o movimento impressionista, como mostram as bailarinas de Edgar Degas que, segundo alguns, são inspiradas nas imagens congeladas das fotografias de Eadweard Muybridge. Alguns estudiosos, no entanto, deduzem que os efeitos instantâneos captados pela fotografia quase nada têm a ver com o trabalho de Degas, dono de um planejamento detalhado, com efeitos de assimetria estudada — o que já fazia antes da popularização dos recursos da fotografia.  

Através de suas câmaras portáteis, os fotógrafos aprisionavam o movimento na forma de borrões. As composições não eram convencionais, podendo seguir uma ordem incerta, com primeiros planos vazios e com cortes incomuns. As primeiras fotos em movimento, mostrando como as pessoas e os animais se movimentavam foram impactantes para os impressionistas, principalmente quando fotografavam cenas de corridas de cavalo.

Mesmo nutrindo interesses comuns, nem todos os artistas impressionistas foram fieis aos princípios da escola e, assim, podem ser definidos alguns deles: Monet foi o mais fiel com sua temática moderna e compromisso com a captura da impressão visual originadas pela fugacidade dos efeitos de luz; Sisley possuía uma temática mais específica, direcionada às paisagens; Degas estava voltado para o desenho e a pintura de interiores, criando suas obras no estúdio; Pissarro mostrou sua predileção pelas cenas rurais. No que diz respeito às pinturas das impressionistas Morisot e Mary Stevenson Cassat, essas retratavam mulheres em ambientes domésticos.

O Impressionismo era essencialmente uma nova forma de pintar, contudo Degas e Renoir também criaram esculturas. Escultores contemporâneos também foram influenciados pelo Impressionismo, como Medardo Rosso e Auguste Rodin que se negaram a aceitar a precisão e o idealismo da escultura acadêmica. Embora o círculo impressionista tenha se desfeito no final da década de 1880, a sua influência foi grande e duradoura. Mesmo tendo atingido o seu auge na França, o Impressionismo propagou-se por todo o Ocidente, ainda que nunca tenha chegado a ser uma escola no sentido exato da palavra.

Os impressionistas adotaram diferentes caminhos em relação à técnica depois de 1880, resumindo-se a tentativas de colocar em evidência com o pincel certas características da superfície da composição, mas conservaram a mais importante de todas as inovações: deixar as pinceladas individuais bem visíveis sobre a superfície pictórica. É certo que a maior parte das obras impressionistas foram criadas em óleo sobre tela, contudo, muitos dos artistas, buscaram experimentar outros meios, como aconteceu com o pastel, principal meio utilizado por Degas a partir do final da década de 1870 e com Cézanne ao usar a aquarela.

O Impressionismo, em termos gerais, é fundamentalmente um estilo pictórico, mas numa análise mais apurada, os artistas impressionistas estiveram ligados ao período do naturalismo, ao se preocupar apenas em fazer um registro de suas experiências e das cenas relativas ao mundo que os cercava. Embora o grupo de impressionistas convivesse com escritores e pessoas da intelectualidade, não se pode dizer que a pintura impressionista carregue algo de literário. O que lhe interessava era retratar o mundo em que vivia com os seus pinceis, fazendo uso da forma e da cor. Embora o Impressionismo tenha surgido, de acordo com as convenções da época, como uma arte radical e revolucionária quanto à técnica e ao tema, não se pode dizer que seus artistas pleiteassem ideias políticas revolucionárias.  Isso não significa que eles não fossem conscientes das divisões sociais vigentes, mas simplesmente retratavam-nas objetiva e desapaixonadamente.

Ao não querer depender das exposições patrocinadas oficialmente, nas quais um júri escolhia as obras que lhe agradava, os impressionistas foram abrindo caminho para os outros grupos que viriam, quer através de exposições coletivas menores quer através de mostras individuais montadas por marchands. As descobertas feitas pelo movimento impressionista foram importantes para que outras surgissem no campo da pintura. Contribuiu também para que ruísse a ideia de que um quadro deveria ser grande e possuir um acabamento perfeito, ao dar lugar a uma pintura mais informal que expressasse a personalidade do artista. Vários movimentos da arte em território francês abraçaram diversas características dos impressionistas, a exemplo dos fauvistas, neoimpressionistas, cubistas, etc.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (I)
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (III)
Degas – A AULA DE DANÇA
Eliseu Visconti – MOÇA NO TRIGAL
Monet – MULHER COM SOMBRINHA
Monet – REGATAS EM ARGENTEUIL
Renoir – BAILE NO MOINHO DA GALLETE
Teste – A ARTE DO IMPRESSIONISMO

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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A ARTE DO IMPRESSIONISMO (III)

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Autoria de Lu Dias Carvalho

A paisagem impressionista

O Impressionismo era essencialmente uma nova forma de pintar, ainda assim é difícil obter uma definição que abrace toda a gama de telas que se inserem dentro do termo “impressionista”. Contudo, um tipo de quadro é inequívoco: a paisagem impressionista por excelência — a exemplo de A Regata de Argenteuil de Monet, criada em 1874 — uma vez que suas características são bem fáceis de serem identificadas: 1- possuía um tamanho relativamente pequeno e irregular no que diz respeito à composição; na maioria das vezes era feita ao ar livre; as cores usadas eram quase sempre brilhantes e contrastantes; e a pincelada era livre e intuitiva.

Quase todos os paisagistas, antes dos impressionistas, ao criar suas obras de grandes dimensões e dar-lhes um acabamento impecável para serem exibidas, faziam uso do estúdio, tomando como referência pequenos estudos preparatórios feitos ao ar livre, portanto, não foram os impressionistas os primeiros a usar as pinturas a óleo realizadas ao ar livre. Os paisagistas franceses, desde os finais do século XVIII, já faziam esboço a óleo ao ar livre, como parte de seu aprendizado, como mostram os pequenos estudos de Pierre Henri de Valenciennes, feitos na década de 1780, hoje presentes no Louvre.

Há exemplos de Valenciennes esboçando o mesmo tema sob diferentes condições meteorológicas, como Monet viria a fazer. Também na Inglaterra, no início do século XX, esse mesmo tipo de estudo foi realizado, como pode ser visto nos esboços a óleo de John Constable.  A diferença é que essas pequenas pinturas a óleo feitas ao ar livre não eram tidas como acabadas, tratando apenas de apontamentos sobre a luz e o ambiente que os pintores viriam a usar para fazer suas grandiosas pinturas no estúdio.  

A admiração dos artistas pelas pinturas obradas ao ar livre foi aumentando com o passar dos anos. O pintor francês Jean-Baptiste Camille Corot expôs no Salão alguns estudos exteriores, ao invés de usar composições feitas em estúdio. E Charles-François Daubigny, aluno da escola de Barbizon, começou a expor, entre as décadas de 1850 e 1860, imensas paisagens que possuíam grande parte delas trabalhada ao ar livre. Assim, tal tradição francesa antecedeu as obras ao ar livre dos impressionistas, mas não é provável que esses tenham tido ciência das tentativas anteriores que lograram êxito ao comporem obras exteriores.

Os impressionistas mostravam-se cada vez mais obstinados a compor ao ar livre, fazendo uso de telas menores. Consideravam os seus pequenos óleos, feitos ao ar livre, como obras terminadas, nas quais o que contava era a sua tendência natural e o frescor do registro da natureza. Ao criar um quadro paisagístico, primeiro buscavam por um ponto de vista que definisse de que maneira as formas que apareciam diante dos olhos deveriam interagir entre si e com os limites do quadro, embora usassem diferentes perspectivas. Monet e Cézanne gostavam das composições que não eram captadas de maneira direta, enquanto Sisley, Renoir e Pissarro optavam por uma estrutura de perspectiva simples e claramente definida.

Imagina-se que a maioria das paisagens de dimensões reduzidas, criadas e expostas pelos impressionistas na década de 1870, tenha sido totalmente pintada ao ar livre, ou ao menos em sua maior parte. Do grupo composto por eles, apenas Degas não pintou externamente. É possível também que Camille Pissarro tenha usado seu estúdio na década de 1870, quando criou grandes óleos. O fato é que a partir de 1870 a maioria das paisagens impressionistas diferenciavam-se no uso da cor das paisagens francesas pintadas anteriormente.

Os impressionistas, contudo, após 1880, passaram a compreender que as pinturas feitas ao ar livre eram muito limitantes e consistiam num paradoxo, uma vez que tais obras externas adornavam ambientes internos. Também compreenderam que a fugacidade dos efeitos da luz impossibilitava-os de fazer um registro real e imediato do que viam. Em razão disso passaram a trilhar caminhos diferentes. Renoir, nos seus últimos anos de vida, passou a usar pequenos esboços feitos ao ar livre para trabalhar em seu estúdio. Pissarro voltou ao trabalho no estúdio. Embora Monet desse a impressão de que seu trabalho continuava sendo executado totalmente ao ar livre, suas correspondências provavam o contrário, ou seja, ele usava o estúdio para dar acabamento às suas telas. A partir da década de 1890 ele revisou a maior parte de sua obra na quietude de seu estúdio.

Os paisagistas impressionistas não se ativeram apenas aos temas declaradamente modernos. Também pintaram paisagens que deixavam evidente o trabalho humano (estradas, pontes, campos, aldeias, etc). Monet e Cézane retrataram a natureza em seus aspectos mais rústico (montanhas e rochas). Monet também se viu atraído pelas forças bravias dos elementos (neve e gelo, mar e vento contra as escarpas), mostrando a insignificância do homem diante das forças da natureza.

O Impressionismo foi o movimento artístico que – durante a história da arte até então – que mais valorizou o trabalho ao ar livre. Os paisagistas impressionistas foram responsáveis por trazer consigo uma utilização livre, espontânea e sincera, mostrando as diferentes texturas da natureza e destacando o valor de cada pincelada.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (I)
A ARTE DO IMPRESSIONISMO (II)
Degas – A AULA DE DANÇA
Eliseu Visconti – MOÇA NO TRIGAL
Monet – MULHER COM SOMBRINHA
Monet – REGATAS EM ARGENTEUIL
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Teste – A ARTE DO IMPRESSIONISMO

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
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Teste – A ARTE DO IMPRESSIONISMO

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O Impressionismo — movimento artístico que pertenceu ao período entre 1860 e 1890 — teve origem na união de um grupo de artistas com ideias afins que se reuniam nos cursos de arte e nos cafés de Paris no início na década de 1860. A esse grupo juntaram-se outros alunos entusiasmados com as novas concepções artísticas, ficando o grupo conhecido posteriormente como “os impressionistas”. O que interessava a esses pintores era retratar a vida moderna como a viam num determinado instante, ou seja, a captura da impressão do momento no qual estavam presentes os fugitivos efeitos da luz solar, ao incidir sobre os objetos e a paisagem, ficando as figuras sem contornos nítidos. Ao pintar sob tais condições, suas obras pareciam inacabadas sob o olhar do século XIX, ainda afeito ao academicismo.

    1. O Impressionismo surgiu após Realismo, antecedendo o:

      1. Romantismo.
      2. Pontilhismo.
      3. Pós-Impressionismo.
      4. Cubismo.

  1. Os impressionistas revolucionaram a Arte com sua técnica de pintura que, a princípio, causou surpresa por:

    1. ser uma vertente do Romantismo.
    2. seguir as características do Maneirismo.
    3. remeter à cultura greco-romana.
    4. não se ater aos dogmas do academicismo.

  2. São características da pintura impressionista, exceto:

    1. cores usadas puras em pequenas de pinceladas.
    2. uso de contornos escuros e telas gigantescas.
    3. contraste de luz e sombra obtidos pelo uso de cores complementares.
    4. predileção pela pintura feita ao ar livre (plein air)

  3. A pintura ao ar livre buscava captar os efeitos e mudanças que a luz solar causava, ao incidir sobre os objetos e a paisagem, deixando as figuras:

    1. com contornos mais fortes.
    2. sem contornos nítidos.
    3. sem nuances de cores.
    4. sempre na sombra.

  4. A origem da palavra “impressionismo” veio de uma crítica feita ao quadro de Claude Monet (visto acima), intitulado:

    1. Impressão: Sol Nascente.
    2. Tormenta em Belle-Isle.
    3. Baile do Moulin de la Golette.
    4. Terraço em Saint-Adresse.

  5. Apenas um dos artistas abaixo não pertence ao Impressionismo:

    1. Claude Monet.
    2. Théodore Rousseau.
    3. Edgar Degas.
    4. Pierre-Auguste Renoir.

  6. O Impressionismo foi se manifestar no Brasil um pouco mais tarde, por volta de 1920, trazido da França pelo pintor e designer ítalo-brasileiro:

    1. Lasar Segall.
    2. Di Cavalcanti.
    3. José Ferraz de Almeida Júnior.
    4. Eliseu d’Ângelo Visconti.

  7. No Impressionismo brasileiro também se destaca Almeida Júnior com suas pinturas ingênuas de interior. Uma das obras mais famosas desse artista é:

    1. Moça no Trigal.
    2. Caipira Picando Fumo.
    3. Estrada de Ferro Central do Brasil.
    4. Cinco Moças de Guaratinguetá.

  8. Ao estudar a incidência de luz sobre a paisagem, o pintor Claude Monet pintou:

    1. várias vezes a mesma paisagem em horários diferentes.
    2. sob a luz de lampiões a gás e sob a luz de velas
    3. com Renoir, Degas e Pissarro a mesma paisagem.
    4. somente em dias nublados, ao amanhecer.

  9. As gravuras japonesas, surgidas na França, serviram como influência para os impressionistas porque:

    1. mostravam cenas da vida cotidiana.
    2. apresentavam cores vivas e ousadas.
    3. possuíam traçados simples e composições dinâmicas.
    4. Todas as alternativas estão corretas.

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A ARTE DO IMPRESSIONISMO (II)
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Mestres da Pintura – JEAN-FRANÇOIS MILLET

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Autoria de Lu Dias Carvalho

O pintor realista francês Jean-François Millet (1814 – 1875) era filho de uma próspera família rural da Normandia. Teve suas primeiras aulas sobre pintura em 1834, ainda adolescente, no estúdio dos pintores Paul Dumouchel, Jérome Langlois e Chevreville em Cherbourg. Através de uma bolsa de estudos foi estudar em Paris a orientação do pintor Paul Delaroche. Permaneceu dois anos na Escola de Belas-Artes daquela cidade, estudando os grandes nomes presentes no Louvre. No início de sua carreira o artista fez retratos e pinturas históricas e mitológicas, vindo a trabalhar posteriormente com o tema camponês, retratando a vida diária das pessoas que trabalhavam no campo, para onde se mudou sob a influência dos pintores Théodore Rousseau e Constant Troyon.

Millet foi um dos fundadores da Escola de Barbizon (movimento artístico, acontecido entre os anos de 1830 e 1870, sendo integrado por um grupo de pintores realistas que se fixaram junto ao povoado de Barbizon, numa atitude de oposição ao sistema que vigorava em Paris). O grupo pintava em estilo realístico e criava principalmente paisagens. Através de temas simples e aguçada atenção aos detalhes, os artistas imprimiam realismo às suas obras. Millet, ao lado de Courbet, é tido como um dos principais representantes do realismo europeu, surgido em meados do século XIX em razão de suas pinturas representativas dos trabalhadores rurais. Jean-Baptiste Camille Corot e Charles-François Daubgny também faziam parte do grupo. Juntos compartilharam muitos de seus ideais.

O contato com o campo foi a principal inspiração do artista para as suas inúmeras pinturas rurais. Morando no vilarejo de Barbizon, próximo a Fontainebleau, e após a Revolução de 1848, a sua pintura passou a ter um sentido social e político — aquilo que tanto admirava na obra de Daumier, um exímio desenhista, cujas pinturas foram pouco conhecidas durante sua vida. No ano de 1840, Millet teve um dos seus trabalhos aceito pelos críticos do Salão de Paris. Em 1948 teve sua tela “As Respigadeiras” (ou Os Catadores) também exposta, sendo sua primeira cena camponesa.

Millet casou-se em 1841 com sua primeira mulher Pauline-Virginie Ono, que faleceu poucos anos depois. Em razão da grande família que tinha para sustentar, passou grande parte de sua carreira lutando financeiramente. No final de sua vida, porém, seu talento foi reconhecido, recebendo muitas honras, inclusive foi nomeado membro da Legião de Honra de 1868. Morreu muito jovem, aos 61 anos de idade. Sua pintura alcançou grande popularidade após a sua morte, hoje reconhecido como o precursor do realismo pelas suas representações de trabalhadores rurais.

O artista compôs pinturas memoráveis sobre camponeses em seus trabalhos diários, dentre elas estão: “O Semeador”, “Os Catadores” e “Angelus”. Destacou-se, portanto, por suas imagens realistas nas quais inseria o trabalho rural. Suas obras foram admiradas pelos artistas realistas e pelo ainda jovem Vincent van Gogh, como mostram as primeiras pinturas desse que viria a ser um dos grandes nomes da pintura.

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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Teste – A ARTE DO REALISMO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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O Realismo foi um movimento que surgiu na França em meados do século XIX, tendo como objetivo o afastamento — formal e estilístico — das cenas idealizadas e naturais, assim como da pintura histórica que obedecia aos ditames da arte acadêmica do início do século XIX. Em suma, desejava romper definitivamente com a tradição artística do passado, ao buscar uma arte que deveria ser objetiva em suas representações e referências. Suas sementes foram lançadas quando em Paris, no final da década de 1840, um grupo de artistas, escritores e intelectuais passaram a reunir-se num bar — Brasserie Ander —, onde debatiam os mais variados assuntos, abrangendo desde políticas radicais e questões sociais a tendências artísticas. O local passou a ser chamado de o “Templo do Realismo”, nome que o pintor francês Gustave Courbet viria a usar posteriormente em sua arte.

  1. O Realismo foi um movimento artístico que surgiu como oposição ao:

    1. Pontilhismo
    2. Romantismo
    3. Cubismo
    4. Impressionismo

  2. Todas as alternativas dizem respeito ao Realismo, exceto:

    1. Foi um movimento que surgiu na França em meados do século XIX.
    2. Desejava romper definitivamente com a tradição artística do passado.
    3. As cenas eram pintadas, na maioria das vezes, em grandes telas.
    4. Procura não mostrar a realidade de fatos sobretudo as injustiças sociais.

  3. No Brasil o movimento realista coincide com a decadência da economia cafeeira. O escritor brasileiro Machado de Assis publica o primeiro romance realista nacional, cujo nome é:

    1. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
    2. Quincas Borba.
    3. O Alienista.
    4. Relíquias da Casa Velha.

  4. São afirmações corretas em relação à arquitetura desse período, exceto:

      1. Devia se adequar às novas necessidades urbanas.
      2. Mansões e castelos cedem lugar a edifícios.
      3. Os edifícios lembram castelos e catedrais ao estilo gótico.
      4. Há preocupação com a estrutura das edificações.

  5. Um exemplo de construção dessa época, usada como o arco de entrada para a Exposição Mundial de 1889 e que também serviu para comemorar os 100 anos da Revolução Francesa, é:

    1. a Torre de Pizza
    2. o Palácio de Cristal
    3. o Arco do Triunfo
    4. a Torre Eiffel

  6. A ————-, ao abraçar um movimento coerente com seus ideais, foi a grande fomentadora do Realismo.

    1. Alemanha
    2. França
    3. Itália
    4. Suíça

  7. Jean-François Millet foi um famoso pintor pertencente ao movimento realista cuja obra mais famosa é:

    1. Os Catadores
    2. As Respigadoras
    3. Homem com uma Enxada
    4. Angelus

  8. Na escultura realista revelaram-se importante artistas, dentre eles encontra-se o escultor francês:

    1. Maurício Falconet
    2. Jean-Antoine Houdon
    3. Antônio Canova
    4. August Rodin

  9. O pintor Gustave Courbet é tido como o líder do movimento surrealista. A obra que retrata seus princípios políticos e artísticos e ridicularizava a postura idealizada da arte acadêmica é conhecida como:

    1. A Origem do Mundo
    2. Mulher com Papagaio
    3. O Ateliê do Artista
    4. Enterro em Ornans

  10. O As pinturas rurais foram importantes, sobretudo para os artistas da chamada ———– que se inspiraram nas cenas pintadas pelo artista inglês John Constantable.
    1. Escola de Fontainebleau
    2. Escola Bela Época
    3. Escola de Sagres
    4. Escola de Barbizon

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
A ARTE DO REALISMO
Courbet – O ATELIÊ DO ARTISTA
Manet – OLÍMPIA
Millet – AS RESPIGADORAS
Courbet – OS QUEBRADORES DE PEDRA

Gabarito
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A ARTE DO REALISMO

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 Autoria de Lu Dias Carvalho

 
O Realismo foi um movimento que surgiu na França em meados do século XIX, tendo como objetivo o afastamento — formal e estilístico — das cenas idealizadas e naturais, assim como da pintura histórica que obedecia aos ditames da arte acadêmica do início do século XIX. Em suma, desejava romper definitivamente com a tradição artística do passado, ao buscar uma arte que deveria ser objetiva em suas representações e referências. Suas sementes foram lançadas quando em Paris, no final da década de 1840, um grupo de artistas, escritores e intelectuais passaram a reunir-se num bar — Brasserie Ander —, onde debatiam os mais variados assuntos, abrangendo desde políticas radicais e questões sociais a tendências artísticas. O local passou a ser chamado de o “Templo do Realismo”, nome que o pintor francês Gustave Courbet viria a usar posteriormente em sua arte.

O desenvolvimento de uma consciência social cada vez maior e de uma crença na democracia e na liberdade individual fez com que revoltas políticas estourassem na metade do século XIX. As ideias fundamentais dos filósofos alemães — Karl Max e Friedrich Engels — que pregavam a igualdade social e a distribuição justa das riquezas, espalharam-se, tornando-se a razão de grande parte da obra realista. Dentre os fatores que contribuíram para que as ideias realistas ganhassem vida estava a situação dos pobres das áreas urbanas e rurais. Eles se viram numa situação de privação e miséria em razão do crescimento descontrolado da população, das inúmeras quebras de safras e do aceleramento da industrialização. Esta junção de fatos acabou gerando como consequência grande instabilidade, resultando na Revolução de fevereiro de 1848 que teve como ganho a garantia do voto universal para os homens, assim como o “direito ao trabalho”. Dentro de tal contexto, os pobres passaram a ter voz na política.

Os pintores realistas aproveitaram-se de tais transformações sociais e políticas para contestarem tudo aquilo que não aceitavam, como o fato de as autoridades artísticas dizerem-lhes tudo o que podiam ou não fazer, ou a presunção de que só um fato importante podia ser algo digno da arte. Também mostraram sua indiferença pelo Romantismo (estilo anterior), ao retratarem pessoas e acontecimentos do dia a dia, usando um estilo de pintura naturalístico, quase fotográfico, tendo como principal objetivo a observação o mais fiel possível. As cenas eram pintadas, na maioria das vezes, em grandes telas com a intenção de dar-lhes a mesma importância conferida às pinturas que representavam grandes eventos históricos. Aos realistas não importava mostrar figuras belas ou feias, mas mostrá-las reais.

O pintor francês Gustave Courbet é tido como o líder do movimento realista, sendo que sua obra intitulada “O Ateliê do Artista” é vista como uma declaração de seus princípios políticos e artísticos. Ao mesmo tempo em que compõe sua obra usando um estilo grandioso, próprio da pintura histórica, aborda uma temática realista ao apresentar seu estúdio onde se reuniam pessoas das mais diferentes classes sociais. Evidenciava, assim, sua crítica à postura idealizada da arte acadêmica em voga, tanto é que sua tela não foi aceita pelo júri do Salão de Paris de 1855. Em resposta, Courbet construiu um espaço próprio, intitulado “Le Réalisme” que acabou atraindo uma geração mais jovem de artistas parisienses.

Os pintores realistas encontraram no interior rural um lugar propício para suas obras, nas quais retratam principalmente paisagens tristes. As pinturas rurais foram objeto, sobretudo para os artistas da chamada “Escola de Barbizon” que se inspiraram nas cenas pintadas pelo artista inglês John Constantable. Um grupo de pintores sob a liderança de Jean-Baptiste-Camille Corot, Thèodore Rousseau, Jean-François Millet e Charles-François Daubiny criaram essa escola. Eles não só pintaram a natureza como tema principal, como nela inseriram, muitas vezes, personagens, a exemplo de Millet em sua obra “Os Catadores” em que inclui camponeses. Os membros desse grupo tinham em comum, sobretudo, a repulsa pela artificialidade da arte acadêmica. Propunham-se, ao invés de abraçar o academicismo, representar as cenas que viam com o maior realismo possível. Esses artistas foram mais tarde citados pelos impressionistas como inspiração para o novo estilo que criariam — o Impressionismo.

Os críticos que até então conviviam com as formas idealizadas da arte acadêmica achavam tudo aquilo muito bizarro. Para eles, os artistas realistas faziam, na verdade, uma busca deliberada pela feiura. No entanto, os realistas não tinham compromisso com a beleza, mas com a verdade. Transgredir a arte acadêmica à época era tido como um absurdo sob o ponto de vista dos imponentes censores da arte. Achavam, por exemplo, um disparate o tamanho grandioso das pinturas naturalistas que retratavam as cenas rurais que, para eles, tinham apenas a finalidade de transmitir aos cidadãos urbanos certo escapismo. E pior, essas ainda mostravam as condições do trabalho daquela gente, o que, para os conservadores, cheirava perigosamente a socialismo.

A França, ao abraçar um movimento coerente com seus ideais, foi a grande fomentadora do Realismo. As tendências naturalistas, contudo, ainda que em menor escala, ganharam projeção em vários países europeus, como Áustria, Alemanha e Itália, o que possibilitou diferentes graus deste estilo. Em seu contexto, o Realismo também apresentou formas chocantes para a época, sendo vistas pela maior parte dos críticos e público como ofensivas. É fato que alguns artistas realistas tinham por objetivo agredir as ditadoras convenções artísticas, mas também queriam atacar as conveniências sociais que eram, ao mesmo tempo, sociais e artísticas, uma vez que eles tinham compromisso com a realidade. Courbet, por exemplo, ao apresentar sua pintura “As Banhistas” provocou um escarcéu no Salão de Paris de 1853, sendo sua tela vista como ofensa pública.  A mesma pressão e crítica sofreu Manet, dez anos depois, com sua tela “Olympia”, uma versão do decantado tema de Vênus.

Obs.: Reforce seus conhecimentos com artigos referentes a este estilo:
Courbet – O ATELIÊ DO ARTISTA
Manet – OLÍMPIA
Millet – AS RESPIGADORAS
Courbet – OS QUEBRADORES DE PEDRA
Teste – A ARTE DO REALISMO 

Fontes de pesquisa
Tudo sobre arte/ Editora Sextante
Manual compacto de arte/ Editora Rideel
A história da arte/ E. H. Gombrich
História da arte/ Folio
Arte/ Publifolha

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