Roelas – ADORAÇÃO DO NOME DE JESUS

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Autoria de LuDiasBH

O pintor espanhol Juan Roelas (1560-1625) foi um dos responsáveis por ter revigorado a prática da pintura sevilhana. Nada se sabe sobre grande parte de sua vida. Dados sobre ele somente aparecem em 1597, quando assinou e datou uma gravura da “Elevação da Cruz”. Foi responsável por inúmeras encomendas para a catedral e para igrejas, vindo a tornar-se uma destacada figura em Sevilha/Espanha. Foi para Madri com o objetivo de candidatar-se a uma vaga de pintor real na corte. Embora não tenha conseguido tal cargo, permaneceu na capital espanhola por cerca de quatro anos. Foi responsável pela criação de retábulos monumentais, abundantes em figuras e em ações.

A gigantesca composição religiosa intitulada Adoração do Nome de Jesus é uma obra do artista. Trata-se da tela central do retábulo do altar-mor da igreja jesuíta da cidade de Sevilha. A pintura está dividida em duas zonas: a celestial e a terrena – estrutura muito comum em toda a Europa católica e especialmente em Sevilha. O artista trabalhou de modo que a fusão entre estas duas partes fluísse delicadamente.

Na zona terrena a Sagrada Família ocupa o centro da tela. Outras quatro figuras masculinas ali se encontram presentes. As figuras humanas apresentam formas arredondas e mostram leveza e graça em seus gestos, sendo destacadas pelo fundo escuro. Possuem expressões vivas e variadas. O artista usou um controlado jogo de luz e sombra para enfatizar o efeito dramático.

A zona celestial que desce até o canto direito da tela – como se ali estivesse uma janela – está tomada por inúmeros anjos. O cristograma IHS – Jesus Salvador dos Homens – ocupa o centro superior da tela, sobre um fundo dourado. A cabecinha de inúmeros anjos alados surge por entre seus raios. Os anjos mais velhos – todos vestidos – tocam instrumentos musicais ou estão a indicar o cristograma, enquanto os pequeninos, nus, cargam buquês de flores.  As duas figuras abaixo também trazem impressas no peito o mesmo monograma – IHS.

A presença de uma mesa com toalha vermelha na cena e sobre ela uma bacia, tendo ao lado um homem – provavelmente um rabino – com uma toalha branca suja de sangue e uma faca nas mãos, leva-nos a crer que o Menino tenha sido circuncidado. Dois anjos, à direita, também parecem portar toalhas.

Ficha técnica
Ano: 1604/1605
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 534 x 335 cm
Localização: Capela da Universidade de Sevilha, Espanha

Fontes de pesquisa
Pintura na Espanha/ Cosac e Naify Edições

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OS PROVÉRBIOS E AS OBRIGAÇÕES DA MULHER

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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Segundo muitas culturas e, conforme mostram os provérbios nas mais variadas sociedades, a mulher deve efetuar suas tarefas caseiras no mais absoluto silêncio. E quais são essas tarefas? Em primeiríssimo lugar deve tratar de seu digníssimo esposo (companheiro) com a maior veneração, acima de qualquer outro ser existente na face do planeta Terra, conforme reza o provérbio japonês: “Encorajado pela galinha, o galo anuncia o dia”. Depois disso vem os cuidados com os filhos, a limpeza da casa, as tarefas da cozinha, os trabalhos manuais e o que mais houver para fazer.

Quem entra numa casa limpa e se senta à mesa não sabe o que custa”. Mas o que significa tal provérbio? Pois,  “Se o homem tem cozinheira, por que iria queimar os dedos?”. Além disso todos sabem que “A mulher foi criada para o lar”. A prepotência do machismo é tamanha que um provérbio persa diz que “A confiança em Deus é masculina, os cuidados terrenos são femininos”. Até o Criador tomou parte na história.

Ao dizer que “A mulher é uma roda em movimento; o homem é quem traz dinheiro para casa” está implícito no pensamento machista que cabe a ela os serviços domésticos. Até mesmo  quando ajuda o marido é motivo de troça: “A mulher do pasteleiro quando não está vendendo, está comendo”. E não adianta reclamar, pois, “Por muito inteligente que seja, a mulher acabará na cozinha”, diz um provérbio indonésio. “A panela e a mulher, na cozinha é que se quer dispara um provérbio chileno.

Segundo um provérbio argelino, para escolher uma boa companheira o homem deve “Ver como ela lava e torce roupa na fonte”. E não adianta a dita querer cantar de galo, pois ele sabe que,  “Quando a mulher veste calças, o marido esfrega o chão”. O macho reconhece também que “Mulher de avental não tem tempo de fazer mal”. É preciso também ficar de olho no que ela faz, uma vez que “A mulher, quanto mais se olha no espelho, menos tem olhos para a casa”. E se sobra tempo para a coitada, nada como tecer, fiar e bordar. O homem é extremamente agradecido à mulher, por isso, ele lhe diz: “Trabalha, esposa, e cavarei a tua sepultura com uma pá de ouro”, conforme reza um provérbio tuniziano. Que agrado maravilhoso!

Algumas culturas chegam até a reconhecer o trabalho duro que tem a mulher. Vejamos:

  • Tudo acaba, exceto o trabalho da mulher e os tormentos do inferno.(Dinamarquês),
  • As mãos da mulher e os dentes do cavalo nunca estão ociosos. (Holandês)
  • Jovem esposa de noite, besta de carga de dia. (Árabe)
  • Esposa minha, mula minha. (Russo)
  • O trabalho que cansa a mulher, derruba um homem. (Camarões).
  • Se uma mulher não canta, não trabalha. (?)
  • Se uma mulher quer que a respeitem, deve fazer seu trabalho com prazer. (?)

Para finalizar os provérbios de hoje, eu não poderia deixar de citar esta pérola da cultura chinesa: “Uma família prospera se a mulher souber fazer o trabalho do homem e entra em decadência se o homem tentar fazer o trabalho da mulher.”

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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OS PROVÉRBIOS E A INFIDELIDADE

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Autoria de Lu Dias Carvalhogandhi1345

A fidelidade diz respeito à constância nas afeições. Se entre amigos ela já é bastante exigida, imaginemos então na vida dos casais. E é justamente aí que a porca torce o rabo. Embora nas culturas monogâmicas a fidelidade seja igualmente cobrada a homens e mulheres, noutras que aceitam a poligamia o macho fica solto igual o diabo gosta, sob o argumento de que em “homem nada pega”, cantilena que tem atravessado gerações. Quem nunca ouviu isso em sua família?

É exatamente no trato com a fidelidade que estão os mais pitorescos provérbios. Através deles podemos fazer uma viagem no tempo pelas mais diferentes culturas. E mais uma vez o homem leva vantagem, sob a premissa de que é especial. Diz um provérbio vietnamita que “O homem pode ter mais de uma mulher; mas uma mulher decente só tem um homem”, e um estoniano completa: “Se um homem peca, é como cuspir pela janela; se fora a mulher a pecar, é como lançar o escarro de fora para dentro da casa“. Como pode se ver, a infidelidade do homem é tida como insignificante, enquanto a da mulher torna-se um crime imperdoável, como diz um provérbio russo: “O pecado do marido fica fora da soleira, o da mulher entra na casa“.

Se o fruto é do vizinho, o melhor é passar bem longe de seu quintal. O corporativismo do macho reza que “Não se deve provar a mulher de outro homem”, pois respeito é bom e ele gosta e um homem precavido “Não põe o pé em sapato alheio” e muito menos “Cobiça a comida alheia” ou “Deseja a galinha de outro”.

A mulher é sempre vista como objeto: fruto, sapato, comida e até mesmo como galinha. E, para dar maior visibilidade aos privilégios do macho, um provérbio indiano amedronta o mais afoito: “É melhor caçar uma serpente e chupar seu veneno do que ter uma ligação com a mulher de outro homem”, embora “O prato mais saboroso é o da casa alheia”, o que não compensa a indigestão que virá depois, pois, conforme ensina um provérbio do antigo Egito “Quem dorme com mulher casada é morto à porta da casa”, portanto, “Quem quiser mulher casada não deve temer a morte”.

A coisa complica-se quando é a infiel que atraiçoa o marido. Aí a cobra fuma para ela, é claro. E se por uma infelicidade é o macho que saiu da relação com o coração ferido, ele não deve se preocupar, pois “As mulheres são como ônibus: parte um, chega outro”, diz um provérbio venezuelano. E um peruano confirma que “As mulheres são como as rãs: para cada uma que afunda no brejo, quatro sobem à superfície”. E, para fechar tamanha provocação, um provérbio brasileiro reza que “As mulheres são como as balas de um revólver: sai uma pelo cano e a outra já está preparada no tambor.”. Que danura, sô!

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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Vicente do Rego Monteiro – O BOTO

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Autoria de Lu Dias Carvalho

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A composição denominada O Boto é uma obra do artista brasileiro Vicente do Rego Monteiro, que retrata uma lenda muito conhecida na região Norte do país, sobre o boto, também conhecido como peixe-boto. Segundo a lenda, o peixe-boto transforma-se num belo rapaz para seduzir as mulheres.

Em sua obra, feita em aquarela e nanquim, o artista retrata o boto já transformado em homem. Nos seus braços possantes, ele carrega uma jovem índia nua, cujo corpo rígido e imóvel  corta uma das diagonais da tela. Sua cabeça pende-se para a esquerda, em direção à do jovem. Um adorno de corda cinge-lhe a perna direita.

O jovem homem (boto) dividide a composição ao meio. Na cabeça traz um majestoso ornamento. Usa uma tanga com adornos que descem pela frente e por trás do corpo. No pescoço traz um colar. Ambas as figuras são alongadas, e os traços do rosto estão em conformidade com os das gravuras japonesas dos séculos XVIII e XIX, evidenciando a influência recebida pelo artista.

O homem é retratado na água, onde dois círculos formam-se em torno de suas pernas, imersas até os joelhos. Na parte superior da tela, atrás dos dois personagens, encontra-se um grande círuculo colorido, com dez hastes em volta, como se fosse um sol, mas ao mesmo tempo enfeita o boto, como se dele fizesse parte, ou tivesse a intenção de mostrar a sua imponência e força.

Atrás das figuras em segundo plano há o que parece ser um rio, cortado por afluentes e também montanhas. Presume-se que seja o palácio do boto. Para conhecer a lenda consulte o índice do site.

Ficha técnica
Ano: 1921
Técnica: aquarela e nanquim sobre o papel
Dimensões: 35,4 x 26 cm
Localização: Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Brasil

Fontes de pesquisa
Vicente do Rego Monteiro/ Coleção Folha

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PORQUE AS GARÇAS DORMEM SOBRE UM PÉ

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Recontada por Lu Dias Carvalho

Antigamente havia um rei extremamente bondoso tanto com os de sua espécie quanto com os animais. Ainda assim, existiam em volta de seu reino alguns monarcas que queriam tomar as suas terras para aumentar as deles. Por isso, as garças, aves que lhe eram muito leais, estavam sempre preocupadas com o fato de que seus inimigos pudessem cercar o palácio durante a noite e fazê-lo prisioneiro. Sabiam elas que existiam os soldados, mas esses, mesmo estando em guarda, costumavam dormir. O mesmo acontecia com os cães que durante o dia caçavam, estando à noite exaustos. Fazia-se necessário, portanto, que houvesse um meio de proteger o rei durante o período noturno.

As garças resolveram trazer para si mesmas a incumbência de proteger o soberano. Dividir-se-iam em oito grupos de sentinelas, assim distribuídos: o primeiro postar-se-ia nas muralhas que cercavam o palácio; o segundo ficaria nos seus telhados; o terceiro fincaria pé diante de todas as portas; o quarto guardaria os aposentos do soberano. Os membros desses grupos se revezariam a cada duas horas.

Uma das aves levantou a hipótese de que, assim como os soldados e os cães, elas também poderiam adormecer.  Para evitar tal possibilidade e depois de  um longo período de muito pensar, chegaram à conclusão de que, se segurassem uma pedra no pé que manteriam levantado, enquanto estivessem paradas, se por acaso viessem a dormir, a pedra cairia fazendo barulho e acordando as sonolentas. Estava resolvido, portanto, o problema. A vigilância do rei não correria risco.

Noite após noite, as garças cumpriam a promessa que fizeram a si mesmas, zelando pela vida do generoso rei, enquanto ele viveu. E por tanto tempo assim agiram que, as gerações que vieram depois delas, passaram a fazer o mesmo, só que não mais fazendo uso de pedras, apenas levantando uma das pernas, em razão do condicionamento adquirido pela espécie.

Nota: Foram muitas as pesquisas e as hipóteses sobre o porquê de as garças, assim como os flamingos, usarem tal posição. Sabe-se hoje que elas ficam sobre uma perna com o objetivo de manter a temperatura do corpo. (Explicação e foto do médico veterinário Antônio Messias Costa/ Museu Goeldi)

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OS PROVÉRBIOS E A BELEZA DA MULHER

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Autoria de Lu Dias Carvalhobatom

Mesmo a arte do embelezamento, segundo os provérbios, que custa à mulher uma boa parte de seu tempo e dinheiro, deve estar endereçada ao homem. É para ele que ela deve se enfeitar e somente a ele deve agradar. Deve saber, contudo, que “A beleza de uma mulher é a sua devoção ao marido”.  Ela pode ser bela como uma rosa, mas nada disso tem valor, se não se dedicar integralmente a ele, pois “Servir o marido é o melhor adorno de uma mulher”. Somente para agradá-lo ela deverá se enfeitar. Vixe Maria!

Alguns provérbios até aplaudem as damas que se enfeitam, reconhecendo que “Mulher que se enfeita afasta o marido de outras portas”, ou seja, o dito não precisa ir atrás de outros rabos de saia mais adornados. Mas é preciso ter cuidado com o excesso já que é sabido que “A mulher mais feia é a que mais se enfeita”. A coitada “Pinta-se, empoa-se e nem assim olham para ela”. Por outro lado, certo provérbio assegura que “Quem não se enfeita por si se enjeita”. A mulher fica numa situação difícil entre se embelezar ou não, pois se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. O melhor é fazer o que lhe der na telha, mesmo sob a reprimenda do manda-chuva.

Cada povo cultiva um padrão específico de beleza, embora a globalização venha concorrendo para massificar até os gostos. O planeta vem se transformando numa aldeia global. Pelos provérbios a seguir, colhidos em diferentes culturas, podemos notar como ainda são divergentes as opiniões sobre a beleza. Aproveite para ver o que cita a cultura de seu país.

  • Uma jovem bonita é um queijo fresquinho. (Siberiano)
  • A beleza das montanhas está nas pedras, a da mulher está no cabelo. (Turco)
  • Testa ampla, mulher formosa. (Salvadorenho)
  • A beleza da mulher está na cintura fina. (Tâmil)
  • Três traços de uma mulher bonita: peito amplo, cintura fina e poucas costas. (Irlandês)
  • Gordura é formosura. (Chileno)
  • A beleza entra pela boca. (Colombiano)
  • Uma mulher gorda é uma manta quente no inverno. (Indiano)
  • A gordura se redime dos sete pecados. (Árabe)
  • Pão grande não acha freguês. (Brasileiro)
  • Uma tez branca oculta muitos defeitos. (Japonês)
  • Mulher que bem se arreia nunca é feia. (Brasileiro, Salvadorenho e Venezuelano)
  • O Kohl enfeita a mulher, o desfile enfeita a tribo, a sela enfeita o cavalo. (Árabe)
  • Cabelo encaracolado, espírito retorcido. (Holandês)
  • A falsidade costuma ocultar-se sob o cabelo loiro. (Dinamarquês)

E as mulheres que usam véus, o que dizem os provérbios sobre elas?

  • Embora cubra o rosto com véu, ela consegue sempre ser coquete. (Bengali)
  • Com véu toda mulher é bonita. (Azeri)
  • Uma mulher sem véu é como uma comida sem sal. (Pachto)
  • Uma mulher feia troca um cinto de seda por um véu de lã. (Russo)
  • Quanto mais espesso o véu, menos vale a pena tirá-lo. (Turco)

Mas não adianta a mulher emperiquitar-se toda, querendo ficar bonita, pois todos os seus esforços caem por terra, assim que o sol acaba de nascer, quando toda a verdade revela-se aos olhos de todos, assim dizem os provérbios de certas culturas, pois, enquanto a sombra esconde os defeitos, a luz coloca-os à mostra:

  • No escuro todas as mulheres são luas (Árabe)
  • A feia deve apagar a luz para dizer que é bela. (Cubano)
  • De noite todos os gatos e as jovens são belos. (Húngaro)
  • De noite todos os gatos são pardos. (Brasileiro).
  • A verdadeira beleza não carece de enfeites. (Híndi)

Sobre a beleza ou feiura dos machos, os provérbios praticamente nada dizem. Esta é uma prova da submissão feminina ao longo dos tempos, pouco importando a cultura. Os ditos populares julgam o gênero masculino acima de qualquer suspeita. Ainda bem que os tempos hoje são outros!

Fontes de pesquisa:
Nunca se case com uma mulher de pés grandes/ Mineke Schipper
Livro dos provérbios, ditados, ditos populares e anexins/ Ciça Alves Pinto
Provérbios e ditos populares/ Pe. Paschoal Rangel

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