Arquivo da categoria: História da Arte

O mundo da arte é incomum e fascinante. Pode-se viajar através dele em todas as épocas da história da humanidade — desde o alvorecer dos povos pré-históricos até os nossos dias —, pois a arte é incessante.

AS QUATRO ESTAÇÕES / OS QUATRO ELEMENTOS (Aula nº 62 B)

Autoria de Lu Dias Carvalho  
 (Clique nas gravuras para ampliá-las.)

O pintor italiano Giuseppe Arcimboldo nasceu durante a transição do Renascimento para o Maneirismo, portanto, é normal encontrar em sua obra influência das duas correntes. Criou um estilo original com imaginativos retratos e alegorias. Era muito talentoso e culto, um estudioso das ideias filosóficas dos antigos gregos. Era também arquiteto, cenógrafo e engenheiro. Apesar da fama que teve em vida, foi esquecido após sua morte, passando praticamente despercebido durante os séculos XVII e XVIII. No século XX vários artigos sobre ele foram publicados. Foi descoberto pelos artistas e os surrealistas viram nele um precursor do Surrealismo. Segundo alguns estudiosos da arte, são possíveis de encontrar, ainda que superficialmente, semelhanças de sua arte nas obras de Salvador Dalí e Max Ernest. Atualmente é cada vez maior o interesse por suas obras. Ele não pintou apenas quadros estranhos e fantásticos, mas também obras tradicionais, muitas delas perdidas no tempo, infelizmente.  O artista tem sido estudado por historiadores e críticos de arte que têm encontrado dificuldades em identificar suas obras, pois ele quase nunca as assinava, além de repetir suas séries, apenas fazendo algumas pequenas modificações. As duas obras que estudamos hoje estão entre as mais conhecidas. Primeiramente é necessário acessar o link Giuseppe Arcimboldo – QUATRO ESTAÇÕES / QUATRO ELEMENTOS e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer pertinente.

  1. As obras estudadas são alegorias referentes às estações e aos quatro elementos. Todas as afirmativas abaixo explicando o que é uma alegoria estão corretas, exceto:

    1. Exposição de um pensamento sob forma literal.
    2. Ficção que representa uma coisa para dar ideia de outra.
    3. Metáforas significando uma coisa nas palavras e outra no sentido.
    4. Diz-se do sentido, da linguagem ou do estilo que se valem do hipotético.

  2. No que diz respeito às alegorias não podemos afirmar que:

    1. As alegorias não foram invenções de Giuseppe Arcimboldo.
    2. A novidade encontra-se na forma como o artista representou-as.
    3. Antes dele já houve cabeças compostas com diversos objetos.
    4.  As primeiras alegorias apareceram durante o Renascimento.

  3. Arcimboldo pintou a primeira série das Quatro Estações, composta por “Primavera”, “Verão”, “Outono” e “Inverno” em 1563. Infelizmente a obra intitulada …………… dessa primeira série perdeu-se.

    1. Primavera
    2. Verão
    3. Outono
    4. Inverno

  4. Sobre as quatro telas de Quatro Estações não podemos afirmar que:

    1. O pintor fez outras séries com grandes diferenças, todas elas com o mesmo nível de qualidade e criatividade.
    2. O tamanho das quatro telas é igual e todas ostentam uma guirlanda de flores em volta da figura.
    3. A grinalda possui forma quadrangular e existe a hipótese de que tenha sido agregada à tela depois.
    4. O fundo escuro das telas dá projeção às figuras.

  5. O artista criou a série os Quatro Elementos que diz respeito aos quatro elementos da natureza que são:

    1. terra, fogo, água e mineral
    2. terra, fogo, água e ar
    3. terra, fogo, água e vegetal
    4. terra, fogo, água e animal

  6. As séries Quatro Estações e Quatro Elementos possuem várias características comuns, começando pelo número quatro e pelas características pares: …………………. e pelas cabeças que se encontrarem de perfil.

    1. frio, gelado; molhado e seco
    2. frio, quente; gasoso e seco
    3. frio, quente; úmido e seco
    4. frio, quente, molhado e seco

  7. As afirmativas acerca dessas duas séries estão corretas, exceto:

    1. O Imperador Maximiliano II recebeu-as de Arcimboldo em 1569.
    2. O Imperador muito as apreciou, postando-as em seu quarto de dormir.
    3. A criação dessas séries pôs em dúvida o talento do artista como pintor.
    4. A composição dessas séries tornou o artista muito conhecido em sua época.

  8. Na tela intitulada Outono, a cabeça da figura sai de dentro de um barril, amarrado com a vara tenra e flexível de um vimeiro, como se fosse uma vestimenta.

    São alguns exemplos desta alegoria, exceto:

    1. Uvas, folhas vermelhas de videira e uma jaca compondo a cabeça.
    2. Um figo maduro, estourado, fazendo as vezes de um brinco
    3. Uma romã cumprindo a função de um queixo.
    4. Um enorme cogumelo compondo o pescoço.

  9. Na tela intitulada Inverno, Arcimboldo usou o toco de uma árvore quase morta, com a casca soltando, para representar a estação. A figura assemelha-se a um velho, com nariz adunco e pele a soltar-se, com lábios inchados e boca desdentada. 

    São alguns exemplos desta alegoria, exceto:

    1. Um cogumelo (míscaro) colocado de viés para formar o queixo verruguento.
    2. Crostas da madeira compondo a face cheia de cicatrizes e pequenos galhos desprovidos de folhas dando vida à barba espetada.
    3. Uma espécie de tapete de palha com fibras grossas e ásperas servindo de agasalho para o velho, sendo possível vislumbrar no capacho um brasão.
    4. Uma laranja e uma maçã pendendo de um pequeno galho no pescoço, como se fosse uma gravata borboleta.

  10.  No quadro intitulado Primavera, quanto mais distante se colocar o observador da tela, mais perfeita será a figura humana. E quanto mais próximo ficar, mais se verá em meio a flores, folhas, pétalas e caules, pintados detalhadamente.

     São alguns exemplos desta alegoria, exceto:

    1. A vestimenta feita de um conjunto de plantas verdes que vai diminuindo de tamanho à medida que sobe em direção ao pescoço.
    2. O cabelo composto por um ramalhete de flores coloridas, com prevalência do rosa e do vermelho, e a orelha feita por uma tulipa vermelha.
    3. Dois pequenos botões de flores na base do corpo formam os botões vermelhos da roupa, sendo o nariz feito de um lírio ainda fechado.
    4. O rufo (tira de pano pregueada ou franzida que enfeita vestimentas) que separa o rosto da vestimenta é feito de flores brancas.

  11. Na composição denominada Verão, quanto mais próximo do quadro o observador ficar, mais se verá em meio a frutos e legumes, pois tudo ali é imaginário no que tange às partes da suposta figura humana.

    O artista escreveu seu nome:

    1. na sobrancelha e no nariz
    2. na bochecha e no queixo
    3. no ombro e na gola
    4. nos cabelos e na orelha

  12. Ao compor a cabeça da figura que representa o elemento Água, o pintor fez uso de inúmeras espécies de animais aquáticos.

    São alguns exemplos desta alegoria, exceto:

    1. Um caranguejo gigantesco, uma tartaruga e uma enorme concha, sobre a qual encontra-se uma grande arraia, parecem constituir a parte superior do corpo (o peitoral), formando uma espécie de armadura. Também são vistos uma lagosta, um sapo e várias conchas pequenas.
    2. Uma espécie de coroa ou chapéu cinge a parte superior da cabeça, tendo na sua composição: baleias, uma foca, um cavalo-marinho, uma estrela do mar, alguns peixes e corais.
    3. Um colar de pérolas brancas enfeita o pescoço, separando-o do tronco, uma arraia forma a bochecha e um tubarão oferece sua boca aberta e cheia de dentes para formar a boca da figura.
    4. A orelha, feita de um búzio, está ornada com uma pérola branca e uma cigarra-do-mar compõe a sobrancelha.

  13. Várias aves formam uma cabeça perfilada, representando o elemento Ar. Algumas delas são reconhecíveis, enquanto outras, das quais só se vê praticamente a cabeça, são difíceis de serem nominadas.

    São alguns exemplos desta alegoria, exceto:

    1. O ganso e as penas da cauda do galo assemelham-se a uma orelha e o peru com seu peito vermelho e inflado forma o nariz.
    2. O faisão, tendo parte do copo escondido pelas asas do galo, compõe o queixo e a barba e uma pequenina ave empresta seu olho para compor a pupila.
    3. O bico aberto do pato serve de pálpebras e um amontoado de aves com seus bicos perfilados e olhos abertos compõem a cabeça. No meio delas, mirando o observador, está uma coruja.
    4. A águia forma o pescoço da figura e a arara, com suas penas abertas, compõe a vestimenta, etc.

  14. Ao compor a cabeça da figura masculina representando o Fogo, o pintor fez uso de inúmeros tipos desse elemento que vão desde a luz de uma vela ou lamparina às armas de fogo mais poderosas, como o canhão.

    São alguns exemplos desta alegoria, exceto:

    1. O rosto é formado por um enorme seixo e o nariz e a orelha por dois pedaços de aço que, ao serem friccionados contra a pederneira, produz fogo.
    2. O pescoço e o queixo são criados por uma lamparina a óleo, o bigode por dois maços de fósforos. Canos de armas, canhões e uma colher de uso para pólvora compõem o tronco.
    3. Uma vela de cera, enrolada, compõe a testa com suas rugas e um toco de vela com o pavio queimado serve de olho. O colar do “Tosão de Ouro” (representativo de uma ordem importante da época) separa a cabeça do tronco.
    4. Uma pilha de lenha em chamas compõe os cabelos, sendo que as chamas formam uma coroa em torno da cabeça e uma gigantesca vela que vai até a cabeça ajuda a compor o pescoço.

  15. Ao compor a cabeça da figura masculina representativa da Terra, o pintor fez uso de inúmeras espécies de animais.

    São alguns exemplos desta alegoria, exceto:

    1. Compõem a testa: uma gazela, um leopardo, um cão, um antílope e um cervo vermelho. Acima da testa estão um camelo, um leão e um cavalo, um boi reclinado e uma corça formam a curvatura do pescoço.
    2. Compõem o pescoço na parte de trás: um cabrito-montês, um rinoceronte, uma mula, um macaco, um urso e um javali. Compõem a zona anterior: um elefante (responsável por formar a orelha), um burro, logo abaixo do elefante, formando o maxilar inferior.
    3. Formam a parte frontal da face: um lobo com a boca aberta e prestes a engolir um rato, cuja boca escancarada faz a vez de um olho, sendo o rato a sua pupila. O rabo e uma perna do bode são responsáveis por comporem o bigode. Nas costas do lobo está uma lebre que representa o nariz.
    4. A cabeça de um gato representa o lábio superior. O tigre, sustentado pela tromba do elefante, forma o queixo, e essa mesma tromba forma o lábio inferior. Um lagarto sai da boca aberta da figura composta, formando a língua. Um carneiro e um leão formam o tronco.

  16. Observando o terceiro quadro à direita, você deduz que seu nome é:

    1. Figura Sentada do Verão
    2. Figura Sentada do Inverno
    3. Figura Sentada do Outono
    4. Figura Sentada da Primavera

Gabarito
1.a / 2.d / 3.c / 4.a / 5.b / 6.d / 7.c / 8.a / 9.d / 10.b / 11.c / 12.a / 13.d / 14.b /15.c / 16.a

Obs.: Conheça mais sobre a vida do artista acessando o link abaixo:
Mestres da Pintura – GIUSEPPE ARCIMBOLDO

Views: 67

O QUINTO SELO DO APOCALIPSE (Aula nº 62 A)

Autoria de Lu Dias Carvalho                                                     (Clique na imagem para ampliá-la.)

Domenikos Theotokopoulos — conhecido como El Greco (O Grego) — foi um dos grandes nomes do Maneirismo, sendo considerado hoje como um precursor do Expressionismo. Chegou a Veneza, vindo da Ilha de Creta, lugar em que nenhum novo tipo de arte chegara desde a Idade Média, habituado, portanto, a ver pinturas à maneira bizantina que apresentavam imagens solenes e rígidas, sem nenhuma naturalidade. As suas obras levam a crer que era um homem muito devoto. De Veneza foi para Roma e depois para Toledo, na Espanha, onde as ideias medievais ainda dominavam a arte. Por possuir um estilo dramático e muito expressivo é considerado por muitos como um precursor do Expressionismo e do Cubismo, além de ter inspirado poetas e escritores. A obra que estudamos hoje — uma das mais famosas do artista — mostra seu estilo impetuoso e dramático, assim como sua indiferença por formas e cores naturais. Primeiramente é necessário acessar o link O QUINTO SELO DO APOCALIPSE e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer pertinente:

  1. A composição acima trata-se de uma obra:

    1. Histórica
    2. Religiosa
    3. Científica
    4. Mitológica

  2. Esta obra de El Greco pertence ao estilo maneirista que faz para da:

    1. Idade Antiga
    2. Idade Média
    3. Idade Moderna
    4. Idade Contemporânea

  3. A composição retrata a visão apocalíptica de:

    1. São Lucas
    2. São Mateus
    3. São Marcos
    4. São João

  4. Representa o momento em que o santo é instado ……………. a ver a abertura dos sete selos.

    1. pelo Cordeiro
    2. pelos anjos
    3. pelas almas
    4. pelo Espírito Santo

  5. O santo, retratado em êxtase visionário, é mostrado numa visível forma da letra:

    1. U
    2. X
    3. Y
    4. V

  6. O grupo que representa as almas dos mártires é composto por………… almas femininas e …………… almas masculinas.

    1. quatro / três
    2. cinco / duas
    3. três / quatro
    4. duas / cinco

  7. As almas dos mártires, com seus gestos arrebatados, encontram-se em segundo plano, aguardando receber:

    1. as túnicas azuis
    2. a bênção dos anjos
    3. a ordem do santo
    4. os mantos brancos

  8. Os anjos representados na composição representam a:

    1. pureza
    2. bondade
    3. sabedoria
    4. salvação

  9. São afirmações do Professor E. H. Gombrich, exceto:

    1. A obra expressa a visão do Juízo Final.
    2. Um desenho perfeito expressaria melhor o tema.
    3. Os próprios santos clamam pela destruição do mundo.
    4. A obra de El Greco expressa força e é convincente.

  10. A técnica usada pelo artista é:

    1. óleo sobre madeira
    2. afresco
    3. óleo sobre tela
    4. gauche

Gabarito
1.b / 2.c / 3.d / 4.a / 5.b / 6.d / 7.d / 8.a / 9.b / 10.c

Obs.: Conheça mais sobre a vida interessante do artista acessando o link abaixo:
Mestres da Pintura – EL GRECO 

Views: 2

ARTISTAS DO MANEIRISMO (Aula nº 62)

Autoria de Lu Dias Carvalho

         

A cidade italiana de Florença vivia realmente voltada para a arte. Após dar vida ao Renascimento foi também o berço do Maneirismo. Seus grandes mestres buscaram novas experiências no passado clássico, não se agarrando ao estilo Românico ou Gótico. Leonardo da Vinci chegou a afirmar que “É um mísero discípulo quem não for capaz de superar seu mestre”, como uma forma de incentivar os novos artistas a buscar novos caminhos, não se contentando com a estagnação. Portanto, apesar dos tropeços, era natural que uma nova geração de artífices também buscasse por mudanças, pois, como sabemos, cada estilo de arte é fruto de um determinado tempo.

A influência maneirista também se estendeu à escultura, cuja característica principal foi a figura serpentinata (sobe serpenteando como uma labareda), modelo usado pelos gregos que viam na forma sinuosa um jeito mais eficiente para retratar o movimento na arquitetura. As artes ornamentais também eram muito apreciadas pelas cortes.

O escultor e ourives florentino Benvuto Cellini (1500-1571) foi um artista típico do estilo maneirista e tem na estátua “Perseu com a Cabeça de Medusa” (ver acima) sua obra-prima. O “Saleiro de Francisco I” (ilustração acima) também é de sua autoria. Trabalho feito em ouro e pedras preciosas, representando a Terra (simbolizada pela mulher) e o Mar (simbolizado pelo homem).

Dentre os nomes da escultura maneirista podem ser citados: Jean de Boulogne (1529-1608), responsável pela estátua de “Mercúrio”, em que o deus equilibra-se numa golfada de ar que é expelida da boca de uma máscara que representa o vento austral (ilustração acima); Bartolomeo Ammannati, Jean Goujon (c. 1510-1565) tido como um dos mais importantes e mais originais escultores franceses do século XVI; Pierre Franqueville (1548-1615); Germain Pilon (1537-1590); Diego de Siloé (1495-1563); Alonso Berruguete (c.1488-1561) — um dos principais escultores espanhóis, tendo produzido esculturas para a Catedral de Toledo; e Adrien de Vries (1556-1626), entre outros.

A pintura maneirista, como já foi dito na aula passada, deixou de lado a uniformidade e a lógica encontradas nas obras do Renascimento, abriu mão das relações naturalistas e passou a apresentar um cenário ilusório. Dentre os muitos nomes de pintores maneiristas podemos citar:

Doménikos Theotokópoulos, conhecido como El Greco (c.1541-1641) —— tido hoje como o precursor do Expressionismo (estilo ainda a ser estudado); Parmigianino (1503-1540); Jacopo Robusti (1518-1549), conhecido por Tintoretto  — um dos maiores nomes do estilo; Giulio Romano (c.1499-1546), conhecido por Giulio Pipi — foi assistente de Rafael Sanzio, tendo sido responsável por terminar as obras de seu mestre no Vaticano após sua morte; Jacopo Carucci (1494-1557), conhecido como Pontormo  — artista muito importante na passagem do Renascimento para o Maneirismo; Agnolo di Cosimo (1503-1572), conhecido como Bronzino  — trabalhou para a corte dos Medici, onde criou principalmente retratos e pinturas alegóricas; Federico Barroci (c.1535-1612) — tido como o mais importante pintor e gravador do centro da Itália à época; Federico Zuccaro (c.1542-1609) — fundador da Accademia de San Luca; Giovanni Barrista di Jacopo (1494-1540), conhecido como Rosso Riorentino — uma das principais figuras do início do Maneirismo; François Clouet (c.1510-1572) — pintor da casa real de Valois, tendo sido o mais importante retratista francês; Giuseppe Arcimboldo (c.1527-1593) — pintor favorito da corte dos Habsburgos, tendo se tornado muito popular quando sua obra extravagante tornou-se muito apreciada pelos surrealistas do século XX.

O mais culto e importante dos arquitetos do estilo maneirista foi Andrea Palladio (1508-1580) que, embora fosse dotado de vasto conhecimento sobre as obras dos mestres clássicos, acrescentou, juntamente com outros arquitetos, novos elementos à arquitetura, como mudanças nas estruturas, na funcionalidade dos elementos, na ilusão de perspectiva, etc.

Exercício
1. Por que a cidade de Florença foi importante para a arte?
2. Dê o nome da obra e o de seu criador referente às ilustrações acima.
3. O que sabe sobre os pintores El Greco e Giuseppe Arcimboldo?

Fontes de pesquisa
A história da arte/ E. H. Gombrich
Manual compacto de Arte/ Editora Rideel
Arte/ Publifolha

 

Views: 21

UM NOVO ESTILO – MANEIRISMO (Aula nº 61)

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                   (Clique na imagem para ampliá-la.)

Aprendemos através do que estudamos até agora que a arte reflete um determinado período da história da humanidade e, como os fatos são mutáveis a arte também o é. Foi acompanhando suas transformações que passamos pela Pré-História, onde tivemos contato com as pinturas rupestres. Passamos a seguir pela Idade Antiga ou Antiguidade quando travamos contato com a arte do Egito, Grécia e Roma antigos, assim como pela arte Bizantina. Na Idade Média estudamos os estilos Românico e Gótico. Depois chegamos à Idade Moderna, período que teve a predominância de quatro estilos distintos de arte: Renascimento, Maneirismo, Barroco e Rococó.

Em torno de 1520 (século XVI) os artistas italianos e os apaixonados pela arte davam a entender que a pintura já havia alcançado o seu apogeu, não havendo mais nada a ser nela acrescido. Acreditavam que artistas como Michelangelo, Rafael, Ticiano e Leonardo da Vinci não deixaram nada por ser feito. Tudo aquilo que gerações anteriores almejaram fazer, eles conseguiram e, sendo assim, a arte encontrava-se estagnada. Muitos artistas, acreditando nessa paralisação, passaram a estudar os artistas citados, muitas vezes criando apenas obras sem qualidade, ao excederem na imitação, relegando a criatividade. Mas havia aqueles que acreditavam que ainda havia muito a ser criado. Passaram a buscar uma pintura cheia de significado e sabedoria, muitas vezes cheias de excessos, pois suas obras tornavam-se obscuras, somente acessíveis aos eruditos da época. O estilo desse período recebeu o nome de Maneirismo.

O estilo maneirista aconteceu, portanto, após o Alto Renascimento na Itália, quando pintores, escultores e arquitetos deixaram de lado muitas das convenções clássicas tão buscadas pelos renascentistas. Por ter iniciado em 1520, ano da morte de Rafael Sanzio, alguns estudiosos da arte veem o Maneirismo como uma reação à harmonia clássica do pintor e de seus contemporâneos. O termo “maneirismo” era visto como um rótulo depreciativo para os críticos posteriores que o viam apenas como uma transição afetada entre o Renascimento e o Barroco, mas a partir do século XX o termo passou a ser usado de um modo neutro, ou seja, como sendo apenas mais um estilo de arte.

O Maneirismo tem suas raízes ficadas na Itália. Alguns estudiosos consideram que seu início aconteceu em 1520, tratando-se de um estilo refinado e emocional, enquanto outros veem-no como afetado e decadente. Dentre as suas características estão a tensão e a dramaticidade que os artistas conseguiam obter, ao usar figuras alongadas em posturas extravagantes, com cores e luz fortes e distorção da escala e perspectiva. A figura principal da composição maneirista mostra-se quase sempre rodeada de muitos elementos e, além disso, nem sempre ocupa o centro da composição. A luz intensa sobre os objetos reproduz sombras que, por sua vez, intensificam a dramaticidade da obra. As vestes dos personagens são sempre muito bem trabalhadas.

Embora tenha se originado na Itália, florescendo em cidades como Florença e Roma, o Maneirismo espalhou-se pela Europa durante todo o século XVI, chegando a tornar-se o estilo oficial de inúmeras cortes que contrataram artistas italianos para servi-las. As cortes de Fontainebleau (França) e a de Praga (Boêmia) podem ser vistas como os campos mais importantes do Maneirismo fora da Itália. Portanto, não é de se estranhar que as obras mais refinadas desse estilo fossem destinadas à aristocracia. O Maneirismo teve o seu fim por volta de 1600.

Exercício
1. Como teve início o Maneirismo?
2. Qual foi a reação dos artistas da época?
3. Cite algumas características do Maneirismo.

Ilustração: 1. A Última Ceia (1592-1594), obra de Tintoretto.

Fontes de pesquisa
A história da arte/ E. H. Gombrich
Manual compacto de Arte/ Editora Rideel
Arte/ Publifolha

Views: 17

ARTE ERÓTICA NOS TEMPOS ANTIGOS (Aula nº 60 A)

Autoria de Lu Dias Carvalho

A arte, desde os tempos primevos, está presente na história da humanidade que através dela expressa suas preocupações e desejos nas mais diferentes manifestações artísticas. Se a arte reflete as aspirações e as necessidades humanas é mais do que natural que o sexo nela esteja inserido através de uma simbologia apropriada a cada época da história. E mais do que qualquer outro segmento, os artistas foram sempre os mais seduzidos pela sexualidade que se faz presente em todo o caminhar da arte. Ao acompanhar a sua trajetória, notamos que essa sexualidade algumas vezes mostra-se mais explícita e noutras mais velada, de acordo com os censores de cada época. Vejamos adiante um pouco da história da arte erótica através dos tempos.

No período pré-histórico as mulheres de seios grandes e cintura larga simbolizavam a mulher mãe, cujos atributos estavam mais ligados à concepção. A homenagem à fertilidade suplantava a sexualidade, porque naquela época pensava-se que a mulher era a única responsável por gerar novas vidas, sendo o homem excluído de tal processo. O surgimento dos símbolos fálicos, embutidos de significados religiosos, como os totêmicos, ganhou espaço na etapa seguinte.

Através da pintura e dos textos dos povos etruscos — ainda que mutilados pelos censores cristãos — é possível notar que levavam uma vida sexual variada e satisfatória. Muitas das pinturas desse povo, presentes em nossos dias, mostram casais em diferentes posturas de relação sexual. A arte erótica no Peru pré-histórico, como mostram os desenhos em cerâmica que chegaram até nós, apresentam sinais de que a vida sexual era livre. Os temas abordados mostram que o sexo era visto com naturalidade, entretanto o zelo puritano dos conquistadores espanhóis acabou destruindo quase que a totalidade dessas obras.

A celebração do corpo humano fazia parte da arte da Grécia Antiga. Os artistas buscavam um ideal de beleza ao representar homens e mulheres nus. As figuras humanas retratadas eram quase sempre ambíguas, hermafroditas, trazendo características de ambos os sexos. Ainda que os romanos — que a si creditavam a continuidade da cultura grega — nunca tenham sobrepujado seus dominados, as ruínas de Pompeia mostram que a vida sexual desses era também despojada de tabus na Antiguidade Clássica.

A arte erótica na China, por sua vez, era muito detalhada e explicativa, educando e excitando ao mesmo tempo. Os chineses, no entanto, nunca representavam a autoestimulação masculina em razão da filosofia do Yang-Yin que apregoava que o sêmen masculino deveria ser retido, pois, se não se juntasse à essência feminina durante o coito, o homem acabaria perdendo sua força. O ponto alto da arte erótica japonesa aconteceu na cidade de Edo, atual Tóquio. O Ukyio-e — estilo de arte — retratava a vida diária das pessoas, inserindo também os temas sexuais. Os artistas Utamaro e Hokusai tornaram-se famosos em todo o mundo com as chamada pinturas shunga.

Nota: Vênus, Cupido e o Sátiro, 1503, obra de Bronzino

Fontes de pesquisa
Vida a Dois/ Editora Três

Views: 80

ARTE ERÓTICA E RENASCIMENTO (Aula nº 60)

Autoria de Lu Dias Carvalho  

                                     

A arte desde os tempos primevos tem estado presente na história da humanidade que, através dela, expressa suas preocupações e desejos nas mais diferentes manifestações artísticas. Se a arte reflete as aspirações e as necessidades humanas é mais do que natural que o sexo nela esteja inserido através de uma simbologia apropriada a cada época da história. E mais do que qualquer outro segmento os artistas foram sempre os mais seduzidos pela sexualidade que se faz presente em todo o caminhar da arte. Ao acompanhar a sua trajetória, notamos que essa sexualidade algumas vezes mostra-se mais explícita e noutras mais velada, de acordo com os censores de cada tempo.

O surgimento do cristianismo foi como um freio para a arte erótica, contendo-a por quase mil anos sob a alegação de que essa era pecaminosa e só agradava ao diabo. Nesse longo período de tempo escondeu-se o corpo humano, elegendo-o como o vilão responsável por todos os pecados da humanidade, esquecendo-se de que ele era a morada do espírito. Só era permitido desnudar parte dele e isso apenas quando os trabalhos artísticos apresentavam a ação das torturas diabólicas sobre o corpo, pois o demônio era visto como o mentor dos crimes sexuais. A figura demoníaca podia ser apresentada totalmente nua e também as feiticeiras — tidas como servas de satã —, mostradas em atos libidinosos muitas vezes sob a forma de animais.

O advento do Renascimento fez com que o homem olhasse o mundo sob outro viés, o que trouxe mais liberdade, delicadeza e equilíbrio à arte. Essa foi a época do retorno da arte à cultura clássica, com seus deuses e mitos advindos da cultura greco-romana. Para ilustrar o período do Renascimento vale a pena relembrar algumas obras famosas como “O Nascimento de Vênus” — belíssima pintura de Sandro Botticelli — que mostra a deusa Vênus nua e o “Triunfo do Amor” — pintura de Francesco del Cossa — apresentando um casal em atitudes licenciosa na grama. Por sua vez, os pintores François Boucher e Jean Honoré Fragonard retrataram a corte francesa com total liberdade, exibindo inclusive temas como sexo grupal e autoestimulação.

Uma nova onda de puritanismo abateu-se sobre as manifestações artísticas após a Revolução Francesa e a vigência da era Vitoriana. A tecnologia, porém, permitiu que o homem europeu entrasse em contato com diferentes culturas, incluindo a hindu, marcada por grande sensualismo — ainda que cheio de significado religioso — em que o erotismo era visto como uma característica das divindades. Esse contato foi importante para a arte europeia do século XIV. Os artistas não mais se curvavam ao puritanismo, mas usavam o erotismo para escandalizar a burguesia. Mais tarde, Édouard Manet sacudiu Paris ao pintar “Olímpia” e “Almoço na Relva”.

A arte nem sempre foi tão liberal como em nossos dias. Em algumas épocas da história ela esteve refém dos mais diferentes códigos criados por grupos específicos. Atualmente os artistas não mais se submetem aos tabus e ao academicismo. Trabalham para que todos os temas sejam livres, inclusive os relativos ao sexo. Praticamente já não mais existem fronteiras para o chamado “permissível”. O erotismo ligado ao amor físico já não é mais barreira. Os apelos eróticos vêm deixando de causar reação de repulsa. A humanidade está mais madura e em consequência a arte tem sido vista com mais naturalidade.

Nota: O Nascimento de Vênus (Sandro Botticelli) / Triunfo do Amor (Francesco del Cossa)

Obs.: As obras citadas no texto encontram-se analisadas neste blog.

Fonte de pesquisa
Vida a Dois/ Editora Três

Views: 31