Arquivo da categoria: Crônicas

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É PRECISO CULTIVAR A SEMENTE

Autoria de Ugeninelson Braga

Uma das explicações mais convincentes, verdadeiras e lógicas  para o ódio que grassa no mundo e para os corações inflamados pela violência é a sina maldita da celeridade, que espera resolver todos os problemas da humanidade num passe de mágica, olvidando de que a semente precisa de uma terra preparada para germinar e determinado espaço de tempo para crescer. E até a floração e o fruto chegar vai outro interregno. De maneira que nem um e nem a outra podem produzir o resultado esperado: a justiça. E, por conseguinte, a paz entre todos.

A cada ação de violência e ódio são produzidos efeitos retardatários para seus protagonistas. E uma enorme frustração. Dentro de cada ser humano, por mais hediondas que sejam suas ações, adormece um gigante com vocação inata para amar. Mas é necessário cultivar a semente. Muitos corações tornaram-se insensatos e terras áridas pelo cultivo do ódio. E assim como o corpo pode sofrer vários tipos de intoxicação e seus efeitos nocivos, assim também acontece com a mente e o espírito. De tão viciado na propagação dos tentáculos da violência e do ódio, muitos acreditam que por meio deles poderão encontrar a paz e a evolução. E somente irão descobrir o grave equívoco quando tiverem que fazer o caminho de volta, porque esta nossa viagem na Terra é uma luta sem descanso.

A cada dia ou crescemos ou decrescemos na escala existencial. E quando fazemos opção pela paz e pelo amor, automaticamente aproxima-se de nós a energia serena que rege o universo, através da certeza de que toda ação boa deixa suas marcas profundas de transformação para o bem e a prosperidade. Só acreditam na morte como o fim de tudo os que não têm fé, porque nada acaba aqui. Apenas saímos desta etapa no jogo existencial para assumir um novo desafio. Só que dependendo do grau de violência e ódio praticados, a missão torna-se quase impossível de ser executada.  Compelindo à relação uterina de amor aludida lá atrás; hibernando naqueles que acham que os frutos malsãos da violência e do ódio, cedo ou tarde, não cobrarão a fatura.

Dias melhores virão para os que seguem em direção contrária ao ódio e à violência, Mesmo porque os que semeiam no amor não têm pressa. Interessa-lhes apenas saber que são credores do bem. E ao fiador é assegurada a integridade da recompensa. Por essa visão, o mundo pode dormir em paz. Se não há colheita, é porque igualmente não houve nem o preparo do solo e nem a semeadura. E se houve pouca colheita, igualmente porque se semeou com escassez. Portanto, independentemente de jazermos nas profundezas do abismo das trevas, em meio a porões cinzentos, se amarmos uns aos outros, o fruto a colher será sempre promissor, pois, para  o amor as trevas são luzes fulgurantes. A esperança é a certeza de um porvir de frutos abundantes de amor, quando se tem um coração magnânimo. É preciso conduzir-se por esta estrada, lutando, sempre.

Aprendi que o maior dom da vida é reservar um tempo para observar a natureza com os seus contornos cheios de imperfeições e linhas sinuosas. É porque esse é o jeito de ser feliz. Aceitar que tudo é mesmo diverso, contraditório. E a tal homogeneidade é uma utopia, cujo arrebatamento é imprescindível para mantermos vivo o sonho predominante da plena harmonia e equilíbrio. Enquanto isso não acontece, no meu caso, eu sigo errando e acertando. E nesse contrassenso eu capto a ardente vontade de justiça desse ente poderoso que rege o universo, considerando apenas uma coisa: o amor, pois amar faz a cada um de nós um bem danado.

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A FUNÇÃO DE UMA BOA ESCOLA

Autoria do Prof. Rodolpho Caniato

A fala do professor geralmente é a “fonte” que reproduz as coisas que estão escritas no livro didático. Isso agrava a carência na habilidade de ler dos nossos alunos. Essa carência é tão grave que se estende aos níveis mais altos de escolaridade, até mesmo à pós-graduação, com reflexos no desempenho dos indivíduos e no desenvolvimento do país. Nosso ensino é feito quase que exclusivamente pelo discurso do professor. Quase nada fica do “quase tudo” que pensamos ter ensinado, quando se usa o “método” apenas discursivo ou de copiar. A ausência na escola de qualquer atividade inteligente que envolva também as mãos é uma das deformidades de nossa cultura. Essa deformação se propaga e constitui um dos problemas das elites intelectuais nos países “sub” desenvolvidos.

Sabemos fazer discursos sobre “soluções”, mas sabemos fazer muito pouco de fato. Este não é um problema só do ensino fundamental e médio. Grande parte das instituições de ensino superior é de uma enorme pobreza na capacidade de realizar qualquer coisa que não seja “aula teórica”. Quando se trata de ensino de alguma área das chamadas ciências da Natureza ou simplesmente Ciência, isso produz uma grande e grave deformação. Aprende-se a “falar” sobre as coisas, mas se sabe “fazer” muito pouco com elas. Ao longo de décadas de meu trabalho com professores de Ciências e de Física ficou para mim evidente que muitos de nossos cursos são parecidos a cursos de natação feitos por correspondência: aprendemos a falar sobre a importância da natação, mas não nos atrevemos a entrar na água.

O constante exercício de uma postura passiva, de só se sentar e ouvir, acaba por atrofiar a iniciativa dos jovens, formando muito mais “sentistas” que cientistas. A iniciativa é um dos ingredientes indispensáveis ao progresso do indivíduo e das nações. Nossa escola, pela postura passiva que estimula a imobilidade como “bom comportamento”, exercita a passividade e atrofia a iniciativa. A dificuldade de exprimir-se com clareza ao falar denota a grande falta de oportunidade de exercitar-se essa habilidade, pois:

1. É a ESCOLA o lugar em que se deve exercitar a verbalização de argumentos.

2. É também a ESCOLA o lugar em que, nas DISCUSSÕES, o jovem deve aprender a exercitar a oportunidade em que se deve calar para ouvir os argumentos dos outros. Democracia se aprende exercitando suas regras desde cedo: na ESCOLA, principalmente.

3. É também na ESCOLA que devemos exercitar o convívio com as diferenças de todos os tipos: raça, credo religioso, orientação política ou de gênero, deficiências físicas e outras.

A ESCOLA pode e deve ser tolerante com as diferenças, mas intransigente com a burla e a fraude. Mais importante que discursos sobre ÉTICA é o exercício do respeito a pessoas e instituições em todas as atividades, dentro e fora das classes. Portanto, o papel da ESCOLA e do PROFESSOR deve e pode ser uma espécie de “rampa” para a “decolagem” definitiva e independente do indivíduo rumo a um “voo” com autonomia para continuar a crescer em conhecimento, pelos seus próprios meios. A ESCOLA e o PROFESSOR devem, e podem, ser as coisas de que nos recordaremos por toda a vida com admiração, gratidão e respeito pelo “balizamento” que nos guiaram e com as boas  lembranças das pessoas que nos proporcionaram a “pista” para uma boa “decolagem” com nossos “motores” em nosso “voo” pela vida e pelo Mundo.

Nota: texto extraído do livro “Nossa Escola Quase Inútil”, 2006, inédito
Imagem: A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, obra de Rembrandt

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QUERIDA MÃE

Autoria de Edward Chaddad

É mais um Dia das Mães, que passo sem sua presença, sem seu carinho, sem seu sorriso, sem seu jeito afetuoso e meigo, que tanto emocionava nossa família. Havia em mim, confesso-lhe, uma amargura intensa, como se uma dor lancinante penetrasse forte, tormentosa, em meu coração diante de sua ausência. Estava compenetrado, arraigado, fechado em mim com estes pensamentos e acabei fazendo-lhe um texto, exteriorizando a dor que sentia com a sua ausência, este insuportável e penoso vazio.

Ausência! Essa era a palavra que batia forte em meu ânimo, deprimindo-me; dava para sentir o sabor da melancolia. Na poesia, evidenciei estes sentimentos pesarosos, nos seus versos finais. Ao comentá-los, uma amiga alertou-me sobre a dor da ausência, dizendo que ela parece nos aliviar do sofrimento e, no poema, asseverou-me que eu havia retomado a minha vida. Para tanto, lembrou-me Carlos Drummond de Andrade, postando seu poema “Ausência”. Em seguida, disse-me para não me entristecer com a ausência, que, como diz Drummond, “é um estar em mim”, que permanecerá como saudade. E eu a compreendi e voltei novamente a sorrir.

Realmente, Mãe, esta saudade está tão forte em meu coração, que a encontro em mim. Como não serei feliz ao recordar daquela que me deu a vida, ninou e me embalou nos braços durante tantas noites, tratou-me com tanto carinho e afeto e, durante toda a vida, foi a força que me apoiou para viver e lutar, o conselho e o estímulo, para enfrentar as minhas dificuldades, sem nunca esmorecer.

Quero agora e sempre sorrir alegre ao rever as nossas lembranças, essa ausência assimilada, que ninguém mais irá nos roubar, os momentos maravilhosos que vivemos, consigo, Mamãe, todos nós, sua família, seus filhos, seus genros e nora, seus netinhos e até mesmo bisnetos. Você nos amou e nós todos a amamos. Falar de sua vida tão doada à nossa felicidade, horas de dedicação, de trabalho, de paciência, de alegrias e tristezas, é recordá-la ensinando-nos a esperança, a fé e o amor, nos seus mais singelos, porém sublimes atos de afeição a toda família.

Dos seus pertences, fiquei com alguns de seus quadros, todos bordados, com tanta arte, que parecem até pintura a óleo. Eu me emociono ao vê-los, pois sei que cada um deles consumiu meses e meses de trabalho árduo, colocando a descoberto a sensibilidade e o sentimento maravilhoso que habitavam seu espírito. São lindos. Comoventes. Vendo-os, percebo que ainda está entre nó, porque sua existência, como seus quadros, perpetua-se formosa e perfeita em nossas vidas e faz parte de nossos corações.

Mãe, você é a saudade, um legado da ausência. Está dentro de nós, como disse o Poeta, aconchegada em nossos braços. Até estou ouvindo-a cantar, no meio de todos nós, sua família, sua música preferida, “Da Cor do Pecado”, com aquela voz afável, delicada e sentimental, que me faz chorar de alegria por ter tido a felicidade de ser seu filho. Mãe, tenho a certeza que sempre estaremos juntos, rindo, alegres, amando-nos, presos e acorrentados, um ao outro, pela saudade, eternamente.

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O HOMEM E A FINITUDE DA VIDA

Autoria de Lu Dias Carvalho

Heitor 78

A ética consiste em pôr nossa liberdade a serviço da camaradagem vital que nos aparenta como semelhantes em desespero e alegria. […] A morte pode apagar o que somos, porém não o fato de que fomos e ainda estamos sendo. […] Afirmar alegremente a vida é dá-la por boa, embora isso não equivalha a considerar bom cada um dos episódios e fatores que incidentalmente participem dela. (Fernando Savater)

Ainda em tenra idade, a criança trava relacionamento com a morte. Mas essa ainda se mostra tão irreal e ficcionista como se fosse parte de suas histórias infantis, onde todos os personagens “maus”, seres humanos ou animais, morrem em razão de suas maldades. Como ela julga a si mesma, sua família e coleguinhas são pessoas do “bem”, portanto, a morte nunca irá rondá-los. É fato que vez ou outra a criança quer que alguém morra, mas apenas no sentido de “desaparecer” de perto de si e de deixá-la em paz durante algum tempo. Entretanto, o ser humano adulto vê a morte como uma realidade cada vez mais próxima, em cada ente familiar, colega, amigo ou conhecido que vai embora para sempre.

Ninguém tem a compreensão real do que é morrer, ainda que as religiões apregoem isso ou aquilo. Todo indivíduo sabe que vai morrer, contudo, nada conhece sobre a morte. E é esse paradoxo que envolve todos nós, acostumados que estamos com a Ciência que vem desvendando as mais complexas indagações. Excetuando a morte. Nossa caminhada ao encontro dela é inexorável. O caminhar diário em direção a ela, ciente de que nada interromperá esse destino, joga as pessoas numa desesperança latente. Algumas delas não aceitam a finitude como regra geral. Querem se conservar a todo custo, viver eternamente, criar exceções como sempre o fizeram ao longo da vida, ávidas por riqueza e poder, sem jamais se importar com os que estão nos degraus inferiores da pirâmide social.

Os indivíduos ganciosos pensam que encontram no acúmulo de bens um escudo contra a transitoriedade da vida. E passam a querer sempre mais, de modo que a “santa muerte” passe longe deles. Pensam que haverão de amedrontá-la. Negam para si que a aniquilação final não diz respeito a eles e aos seus. Ledo engano! O fim é o mesmo para todos: pó. Sempre o pó! Eles não sabem que não há nada como a ética para assegurar a nossa “imortalidade”, pois ela impede que nos transformemos em prisioneiros da morte, mas “semelhantes em desespero e alegria”, como argumenta o filósofo Fernando Savater.

Quanto mais prepotentes, avaras e torpes forem as pessoas, mais dificuldades terão em aceitar a morte, porque sempre se julgaram invulneráveisa tudo. Morrer sem desfrutar de tanta fortuna acumulada é uma injustiça – pensam elas. E esbravejam como se a morte fosse um de seus asseclas, partidários ou sequazes. A única maneira de contrapor a esta certeza latente de que se vai morrer um dia é viver da melhor maneira possível, a cada dia, apesar de todos os contratempos que possamos encontrar pelo caminho.

Viver mal é morrer duas vezes. Ainda que sejamos perseguidos pela nossa finitude, devemos procurar viver com satisfação, valorizando a nossa passagem por este planeta chamado Terra. Somente assim somos capazes de aliviar a nossa condição humana de seres finitos. Enquanto estamos vivos temos mais é que celebrar a vida, mas com a maior dignidade possível.

Nota: A Família Enferma, obra de Lasar Segall

Sugestão de leitura:
Desperta e Lê/ Fernando Savater

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GLOBALIZAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO

Autoria de Lu Dias Carvalho

Muito se tem falado sobre a globalização, mas uma indagação permanece no ar:  Como tem sido a vida do trabalhador neste novo mundo globalizado? Quem está ganhando e quem está perdendo? Ou o placar encontra-se empatado?

Não resta a menor dúvida de que a globalização trouxe mais riqueza para quem já tinha e deu oportunidades de crescimento para muitos outros. No entanto, um grande contingente de indivíduos despreparados para a nova era ficou fora da locomotiva do progresso. Enquanto muitas pessoas estão vivendo melhor do que antes, outras tantas vivem cada vez pior, subsistindo com dois dólares diários ou menos. Concluímos, portanto, que a globalização ampliou a defasagem entre ricos e pobres.

Dentre os mais variados problemas criados para os trabalhadores dos países desenvolvidos, nada tem sido pior do que a chamada terceirização. Tais países estão transferindo suas fábricas para as nações em desenvolvimento, não porque as querem ajudar, mas para usufruírem das benesses que tais nações lhes oferecem. De modo que perdem os trabalhadores dos países desenvolvidos e são explorados os trabalhadores dos países em desenvolvimento, assim como os próprios países onde as fábricas são instaladas, pois as nações ricas passam a fazer uso de suas riquezas em troca de migalhas. China e Índia estão no topo da lista dos países transformados numa gigantesca oficina de “made in …”.

Como dizia meu pai: “Quando a esmola é muito grande o santo desconfia”. E é este sentimento de desconfiança na “generosidade” das grandes nações é que vem turvando a esperança dos pequenos na cantada e decantada globalização. Onde o capitalismo impera, nada vem de graça. O que leva uma grande potência a transferir suas fábricas para os países em desenvolvimento? Vejamos:

  • Mão de obra extremamente barata.
  • Os benefícios dispensados aos novos funcionários são pouquíssimos.
  • Não precisa se preocupar com greves e sindicatos.
  • O gasto com padrões de segurança é mínimo.
  • A proteção ambiental (quando existe) é muito menos obrigatória.
  • Toda a poluição das fábricas é transferida para os novos países.
  • São as riquezas naturais desses novos países a serem usadas.
  • Os lucros são extremamente altos para os empresários.

Enquanto os trabalhadores dos países em desenvolvimento estão contentes e cheios de esperança numa vida melhor, mesmo com os salários escravos pagos pelos novos patrões, pois antes viviam desempregados, as classes trabalhadoras do mundo desenvolvido são uma espécie em extinção. O que nos leva a deduzir que, de uma forma ou de outra, os trabalhadores continuam sendo explorados, num lugar ou em outro. Eles enriquecem os patrões e mal ganham para sustentar suas famílias. Embora as classes trabalhadoras sejam as responsáveis para que a engrenagem de um país funcione, são também as que mais sofrem com os reveses da economia.

Em vão pensam os poderosos que a globalização pode ter futuro, ignorando a pobreza que se alastra, convivendo com uma distribuição de renda mesquinha, em que 10% das pessoas possuem 90% das riquezas da Terra, numa matemática cruel. Eles se esquecem de que para cada criança que nasce no mundo dos aquinhoados, nascem nove no dos desafortunados. Ou seja, enquanto a população dos países ricos diminui, a dos miseráveis aumenta. O que acontecerá com o nosso planeta lá pelo ano de 2050, se esta matemática não for equilibrada? Ninguém pensa nela, mas trata-se de uma questão gravíssima.

Nota: Imagem copiada de http://www.geograficamentecorreto.com

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1º DE MAIO – DIA MUNDIAL DO TRABALHO

Autoria de Lu Dias Carvalho

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, Paris/França, por um Congresso Socialista. A data escolhida foi para homenagear a greve geral, acontecida em primeiro de maio de 1886, em Chicago, na época o principal centro industrial dos EUA, quando milhares de trabalhadores protestaram nas ruas contra as condições desumanas de trabalho e contra a jornada diária de 13 horas. A cidade foi tomada por passeatas, manifestações, piquetes e discursos inflamados. Por sua vez, a repressão ao movimento foi brutal. O confronto entre os operários e a polícia ocasionou muitas prisões, deixando muitos feridos e mortos.

Os operários de Chicago serviram de exemplo para os trabalhadores em todo o mundo, até os dias de hoje, mostrando-lhes que precisam lutar pela própria dignidade e pela valorização de seu trabalho, pois nada lhes vem de graça. Numa sociedade injusta, com valores corrompidos, como acontece na maioria dos países, inclusive no nosso, a luta ainda é grande e árdua, pois vivemos num planeta com mais de 7 bilhões de pessoas, onde a imensa maioria dos trabalhadores encontra-se nas classes baixa e média baixa. Vejam os dados:

  • A maior parte do crescimento demográfico futuro vai ocorrer nos países menos desenvolvidos, em que a taxa de natalidade continua elevada.
  • A melhoria dos cuidados médicos e a melhoria da nutrição aumentaram a expectativa de tempo de vida: a média global de 52 anos em 1960 passou a ser de 69 atualmente. Quanto mais baixa é a classe, menor é a expectativa de vida.
  • Desde 1960, o número de crianças que morrem antes dos 5 anos caiu a menos da metade. Contudo, nas classes baixa e média, o número ainda é alto.
  • De acordo com a ONU, o acesso ao saneamento melhorado é de 35% nas classes de renda baixa e de 50% na de renda média baixa.
  • As cinco principais causas de morte ocasionadas por doenças infecciosas são: doenças respiratórias agudas (como a pneumonia), HIV, diarreia, tuberculose e malária.
  • A alfabetização atinge 82% das pessoas no mundo, mas, para aqueles que vivem onde o material impresso, mesmo em placas ou embalagens, é raro, a leitura corre o risco de se perder. Nas classes de rende baixa ainda existem 34% de analfabetos e na de renda média baixa 20%.
  • As melhorias na educação afetam não só o desenvolvimento econômico, mas a população: quanto mais escolarizada é uma mulher menos filhos ela provavelmente terá.
  • O crescimento demográfico natural de um país é obtido subtraindo os óbitos da quantidade de nascimentos. Ele não leva em conta a imigração e nem a emigração. A taxa cresce mais nas faixas de renda baixa e na de renda média baixa.
  • A taxa de fecundidade vem caindo devido ao declínio da mortalidade infantil, melhora da situação econômica e escolarização das mulheres. Na classe baixa são 4 filhos por mulher e na media baixa são três.
  • Mais de 200 milhões (3% da população mundial) de pessoas vivem fora do país em que nasceram.
  • Em 2008 mais da metade da população já vivia em zonas urbanas (51%). A maioria dessas pessoas mora em cidades com menos de 500 mil habitantes.
  • A maioria da população mundial acessa a internet por meio de computadores instalados em bibliotecas, locais de trabalho ou “lan houses”.
  • Os computadores ainda são um luxo para a maioria, devido ao custo e à falta de infraestrutura para o fornecimento de eletricidade e de conexão à rede mundial.
  • O automóvel é o maior símbolo de ascensão social e econômica. Os carros são uma das principais fontes de gás carbônico.
  • A demanda por energia só aumenta as emissões de dióxido de carbono. A China já ultrapassou os EUA na emissão total, mas na emissão per capita, as emissões americanas são quatro vezes maiores.
  • 40% dos trabalhadores estão no setor de serviços; 38% na agricultura e 22% na indústria.
  • A China é a nação mais populosa, mas até 2030 ela perderá tal ranking para a Índia.

Obs.: Os dados foram retirados da revista National Geographic de março/ 2011

Nota: obra ilustrativa, Operários, de Tarsila do Amaral

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