Arquivo da categoria: História da Arte

O mundo da arte é incomum e fascinante. Pode-se viajar através dele em todas as épocas da história da humanidade — desde o alvorecer dos povos pré-históricos até os nossos dias —, pois a arte é incessante.

RENASCIMENTO – ALEMANHA E PAÍSES BAIXOS (Aula nº 52)

Autoria de Lu Dias Carvalho

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Como era de esperar, os povos ao norte dos Alpes não tardaram a voltar os olhos paras as invenções e criações dos mestres italianos. Algumas causas contribuíram para que isso acontecesse, como veremos a seguir.

Os mercadores italianos medievais tinham criado rotas comerciais, travando contato com vários países europeus. Os livros e as instituições educativas permitiram que as ideias circulassem com mais velocidade. A imprensa, num processo de produção em massa, unificou os ensinamentos dos humanistas às gravuras dos mestres, espalhando-os pela Europa. A valorização da educação pelos humanistas contribuiu para uma progressiva busca por livros e ideias encontrados nos novos centros de estudo que se espalhavam pela Europa dos séculos XV e XVI.

Além das razões citadas acima, a Itália era o foco de atenção de todos aqueles que se interessavam pelo saber e também pelo conhecimento advindo da Antiguidade clássica. Era impossível à maioria dos artistas ficar alheios às três importantes realizações dos mestres italianos: a descoberta da perspectiva científica, o conhecimento da anatomia e o conhecimento das formas clássicas de construção.

A Itália tornou-se um grande centro de estudos e visitação. Os príncipes e os nobres, ao visitarem-na, voltavam encantados com o novo e, com frequência, solicitavam aos artistas de seu país que se atualizassem em relação ao que viram. Os arquitetos, acostumados com o estilo gótico, eram os que mais relutavam diante das mudanças. E só aceitaram o novo estilo parcialmente, adequando à sua arte uma coisa ou outra. Era comum, por exemplo, ver um arco ogival ceder lugar a um arco semicircular. Eles combinavam estilos tão antagônicos, o que deixaria transtornado um mestre italiano comprometido com as regras clássicas.

As coisas foram bem mais fáceis para os pintores e os escultores do norte dos Alpes. Os grandes mestres da pintura buscavam apreender as novas invenções para depois optar por aquilo que lhes interessava. O alemão Albrecht Dürer, por exemplo, somente durante o transcorrer de sua vida é que foi tomando ciência de que os novos princípios eram fundamentais para o futuro da arte.

O Renascimento não foi um movimento unificado, seguindo numa só direção. Tampouco outros países europeus se mostravam menos avançados do que a Itália em certos campos do saber. O que se notava é que outros países avançavam num rumo diferente. À Alemanha, por exemplo, não interessava o estudo do passado clássico, uma vez que não fora conquistada pelos romanos. O Renascimento, portanto, deve ser visto como algo complexo, até mesmo porque o século XVI foi um período de muita turbulência, com a Europa dividida pela Reforma e a ameaça constante do Império Otomano. Isso, de certa forma, afetava a propagação da cultura do Renascimento por toda a Europa.

No decorrer do século XVI, a Alemanha e os Países Baixos passaram a disputar com Florença, Milão, Roma e Nápoles tanto no campo da erudição clássica quanto no do conhecimento e da arte. Tais países eram conhecidos por suas tradições de erudição e de conhecimento, tornando-se um campo fértil para as ideias que se espalhavam a partir da Itália. E foi exatamente a combinação do novo saber somado às tradições desses países situados ao norte dos Alpes que contribuiu para que o Renascimento do norte europeu fosse dotado de um caráter diferente como movimento cultural.

O Renascimento dessa parte da Europa divergia do italiano em alguns pontos. Estava mais voltado para a crítica textual, mais ligado aos temas de religião pessoal e ética e seus humanistas e artistas não levavam em conta a grandeza e a dignidade do homem, mas, sim, sua debilidade e o abismo que o separava da majestade de Deus.

Dentre os grandes artistas do norte europeu podem ser citados: Roger van de Weyden, Jan van Eyck, Rogier van der Weyden, Hugo van der Goes, Albert Ouwater, Gerardo de San Juan, Hieronymus Bosch, Pieter Bruegel (o Velho), Michael Pacher, Martin Schongauer, Albrecht Dürer, Hans Holbein (o Jovem), Mathias Grünewald, Lucas Cranach e Albrecht Altdorfer, etc.

Exercício

1. O que levou o Renascimento italiano a espalhar-se por outras partes da Europa?
2. Fale sobre a Alemanha e os Países Baixos no século XVI.
3. Qual era a diferença entre o Renascimento italiano e o do norte europeu?

Ilustração: Brincadeiras Infantis, obra de Pieter Brueghel, o Velho

Fontes de pesquisa
A História da Arte/ E. H. Gombrich
Renascimento/ Nicholas Mann

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ADORAÇÃO DOS PASTORES (Aula nº 51 C)

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                    (Clique na imagem para ampliá-la.)

Até agora vimos o trabalho de três importantes artistas do norte europeu (Stefan Lochner e Rogier van der Weyden) que não haviam abraçado as novas regras criadas pelos mestres italianos de Florença: as regras matemáticas da perspectiva, os segredos da anatomia científica e o estudo dos monumentos clássicos. Eles, porém, fizeram uso das descobertas de Jan van Eyck — artista nórdico. Os artistas do norte europeu buscaram, cada um a seu modo, adequar as novas exigências impostas à arte com o seu antigo objetivo religioso, como podemos ver na obra de Hugo van der Goes  Foi um pintor atormentado pelas crises de depressão, como mostra a tensão e a austeridade que pairam sobre suas obras. O modo como ele fez a tradição da arte gótica sobreviver em seus trabalhos foi de grande importância para os escultores e entalhadores da época. Dentre os seus trabalhos mais notáveis, tido como uma obra-prima, está este que ora estudamos. Primeiramente é necessário acessar o link Van der Goes – ADORAÇÃO DOS PASTORES e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

Obs.: Os participantes devem ler integralmente o texto indicado pelo link, para aguçar a sua capacidade de interpretação de obras.

  1. A pintura Adoração dos Pastores é o painel central do ………….., obra do artista tido como o principal pintor dos Países Baixos nos finais do século XV.

    1. Tríptico de Portinari
    2. Díptico de Melun
    3. Tríptico de Alfredo Norfin
    4. Díptico de Wilton

  2. A Virgem Maria encontra-se no centro da composição, ajoelhada, e o vão ocasionado por suas mãos unidas possui o formato de:

    1. uma maçã
    2. um morango
    3. um coração
    4. uma rosa

  3. O centro da composição é ocupado:

    1. pelo Menino Jesus.
    2. pelo anjo de branco.
    3. por São José.
    4. pela Virgem Maria.

  4. Os presentes encontram-se ajoelhados, com as mãos postas em forma de adoração, excetuando:

    1. Os anjos que se encontram no ar.
    2. Os pastores que estão chegando.
    3. Os anjos à direita da composição.
    4. São José próximo a uma coluna.

  5. As feições dos anjos são similares à ……….., assim como os cabelos, deixando à vista uma longa testa (moda típica da época).

    1. da Virgem
    2. dos pastores
    3. de São José
    4. do Menino

  6. Os anjos paramentados são uma referência:

    1. ao Batismo
    2. ao Nascimento
    3. à Eucaristia
    4. à Divindade

  7. Um dos tamancos (pertencentes a José) encontra-se à vista, enquanto o outro localiza-se sob os joelhos:

    1. de Maria
    2. do anjo de branco.
    3. do anjo de vermelho
    4. de José.

  8. Em primeiro plano estão dois vasos, cujas flores são retratadas com grande perfeição e delicadeza. As violetas simbolizam a ……………; os três cravos são uma referência aos três pregos usados na crucificação de Jesus; os lírios vermelhos simbolizam o …………..; e os brancos representam a ……………. da Virgem Maria.

    1. submissão/ o amor de Cristo/ bondade
    2. humildade/ sangue de Cristo/ pureza
    3. beleza/ o perdão de Cristo/ a humildade
    4. bondade/ a divindade de Cristo/ o amor

  9. Os personagens da obra mostram-se introspectivos e sérios, porque:

    1. A corte borgonhesa proibia os gestos imoderados e a exposição dos sentimentos.
    2. O pintor era extremamente devoto e, portanto, cheio de moralismo.
    3. A Igreja proibia que os personagens mostrassem qualquer sinal de alegria.
    4. Os pintores nórdicos seguiam um código extremamente rigoroso.

  10. Os pastores são uma exceção quanto aos gestos, pois representam …………., não fazendo parte das regras extensivas à corte, sendo pintados em tamanho grande e com gestos expansivos e cheios de realismo.

    1. o meio rural
    2. os camponeses
    3. o povo
    4. os devotos da fé

  11. Van der Goes coloca-os pastores no mesmo nível dos santos, quanto ao tamanho, apesar de serem tidos à época, como feios e ignorantes.

    Marque a resposta correta em relação ao pintor e aos pastores.

    1. Para ele os pastores não deveriam se encontrar no mesmo nível dos santos.
    2. Ele foi o primeiro pintor a retratar, assim, os pastores presentes na Natividade.
    3. A corte borgonhesa exigiu um tratamento diferenciado para os pastores.
    4. O pintor obedecia a um edital da Igreja Cristã em relação aos pastores.

  12. Existem muitas referências bíblicas na composição, exceto:

    1. O tamanco de José diz respeito à passagem do Êxodo.
    2. A harpa sobre a porta refere-se à descendência de Davi, à qual pertencia José.
    3. O feixe de espigas de trigo refere-se ao “pão da vida”, o Corpo de Cristo.
    4. O peixe e o pão perto dos vasos referem-se a um milagre de Jesus.

  13. A técnica usada pelo pintor foi:

    1. óleo sobre madeira
    2. óleo sobre tela
    3. têmpera sobre madeira
    4. têmpera sobre tela

Gabarito
1.a / 2.c / 3.d / 4.b / 5.a / 6.c / 7.d / 8.b / 9.a / 10.c / 11.b / 12.d /13.a

Obs.: Conheça mais sobre a vida do artista acessando o link abaixo:
Mestres da Pintura – HUGO VAN DER GOES

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A DEPOSIÇÃO DA CRUZ (Aula nº 51 B)

Autoria de Lu Dias Carvalho

                                                     (Clique na figura para ampliá-la.)

Como visto anteriormente, a arte do norte europeu não tinha o mesmo interesse que a arte italiana em relação à beleza e à harmonia ideias presentes numa obra. Contudo, não se pode dizer que essas duas escolas — a italiana e a nórdica — desenvolveram-se separadamente. Sendo a Itália um grande centro artístico, era comum que artistas nórdicos ali fossem vez ou outra. Por sua vez os mestres italianos também costumavam transitar por outras partes da Europa. O artista nórdico Rogier van der Weyden (c.1400 -1464) é um desses exemplos. Sabe-se muito pouco sobre sua vida, mas é certo que esteve em Roma numa peregrinação em 1450. Foi dono de muita fama e prestígio em razão de sua arte. Assim como Jan van Eyck ele era capaz de reproduzir com extrema fidelidade os mínimos detalhes do que pintava. Ao traduzir as mais importantes ideias da arte gótica para o novo estilo que surgia, Weyden mostrou-se de grande importância para a arte nórdica. Dentre os seus trabalhos mais notáveis está este que ora estudamos. Primeiramente é necessário acessar o link Weyden – DEPOSIÇÃO DA CRUZ e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

Obs.: Os participantes devem ler integralmente o texto indicado pelo link, para aguçar a sua capacidade de interpretação de obras.

  1. A Deposição da Cruz é a parte central de um ………….., cujos painéis laterais, uma vez separados, acabaram se perdendo com o tempo.

    1. tríptico
    2. quadro
    3. dípitico
    4. painel

  2. Um exíguo espaço abriga ……. figuras esculturais comprimidas, sendo …… no centro, ………. à esquerda e …………. à direita, impedindo o aprofundamento do cenário arquitetônico.

    1. 12/ 2/ 4/ 4
    2. 10/ 3/ 4/ 3
    3. 13/ 5/ 5/ 3
    4. 11/ 4/ 2/ 5

  3. A obra possui forma retangular e no centro está um ……….. na parte superior, onde se encontra o jovem na escada, responsável por ajudar a descer o corpo de Cristo.

    1. cavado
    2. forame
    3. cabouco
    4. saliente

  4. A composição com tema religioso tem um fundo liso de ouro — elemento típico da arte gótica que simboliza:

    1. A fluidez do tempo e a finitude da vida.
    2. A riqueza da Igreja e sua atemporalidade.
    3. A eternidade e o próprio divino.
    4. O fulgor da bondade de Deus e a paz.

  5. As figuras que pendem da esquerda para a direita parecem esculturas multicoloridas. As paredes são responsáveis por ……………. o palco do acontecimento. O chão é de pedra e nele crescem algumas plantinhas floridas.

    1. enclausurar
    2. sustentar
    3. esconder
    4. revelar

  6. A cena mostrando o corpo de Cristo sendo retirado da cruz é carregada de intensa ……………………., com os personagens profundamente consternados.

    1. perplexidade e idealização
    2. emoção e realismo
    3. conformismo e idealização
    4. religiosidade e ficção

  7. A cena ocupa um espaço …………………….. o que ressalta mais ainda o sofrimento das figuras presentes à deposição de Cristo.

    1. amplo e com profundidade
    2. minguado e com profundidade
    3. extenso e sem profundidade
    4. reduzido e sem profundidade

  8. O equilíbrio desta composição encontra-se na simetria das figuras e ………….

    1. na profunda expressão dos rostos dos personagens.
    2. no desespero de Maria Madalena com as mãos contorcidas.
    3. na postura plácida dos anciãos, contrastando coa dos outros personagens.
    4. nas figuras que pendem da esquerda para a direita como esculturas multicoloridas.

  9. As cores apresentadas na composição são fortes, evidenciando a simbologia medieval que acentua o clima de:

    1. pessimismo
    2. esperança
    3. tragicidade
    4. comicidade

  10. O manto rubro de São João Evangelista — segurando a Mãe de Cristo em seu desmaio — simboliza ………………. de Cristo.

    1. o Sepultamento
    2. a Paixão de Cristo
    3. a Ressurreição
    4. o Nascimento

  11. O azul das vestes da Virgem simboliza a perseverança da Fé. O branco do tecido que envolve sua cabeça representa a ………………….

    1. esperança e a caridade.
    2. humildade e a aceitação.
    3. Igreja Cristã e seus fiéis.
    4. pureza e a inocência.

  12. Os trajes luxuosos de Nicodemos, tendo perto de si ossos dispersos, simbolizam:

    1. A fugacidade do luxo e da pompa dos dominadores da Terra.
    2. A presença da fé cristã no enriquecimento material dos bons.
    3. Os ricos generosos estarão sempre na presença do Mestre.
    4. Nem a morte dissipa os bens materiais dos bons cristãos.

  13. A caveira próxima aos pés de São João Evangelista, além de lembrar que Cristo remiu o pecado original, também significa que:

    1. Os cristãos não temem a morte.
    2. É preciso viver com sabedoria.
    3. Assim é o fim de todo homem.
    4. Os justos viverão eternamente.

  14. O centro da composição é:

    1. Maria com suas vestes azuis.
    2. O corpo sem vida de Jesus.
    3. José de Arimateia apoiando Jesus.
    4. Nicodemos a segurar os pés do Mestre.

  15. As áreas vermelhas presentes nas roupas de alguns personagens, além de serem simbólicas dão destaque:

    1. à pele marmórea de Jesus
    2. ao lençol branco a envolver o corpo do Mestre
    3. à cor escura das vestes de alguns personagens
    4. às chagas presentes no corpo sem vida de Jesus

  16. Duas personagens na obra possuem a mesma posição de abandono. São elas:

    1. Jesus Cristo e sua mãe
    2. Maria Madalena e S. João Evangelista
    3. Nicodemos e José de Arimateia
    4. Maria de Cleofas e o homem com o pote de unguento.

  17. Maria Madalena usa um cinto que simboliza a virgindade e a pureza. O cinturão está alinhado com os pés de ………… e com a cabeça de ……………

    1. Nicodemos/ S. João Evangelista.
    2. Jesus Cristo/ sua mãe Maria.
    3. José de Arimateia/ Maria de Cleofas.
    4. Jesus Cristo/ São João Evangelista.

  18. Van der Weyden fez diversas correspondências nesta pintura.
    Marque a alternativa incorreta.

    1. O movimento do corpo de Cristo assemelha-se ao da Virgem.
    2. A posição de São João Evangelista numa ponta é similar à de Maria Madalena.
    3. A mão esquerda de Cristo corresponde à  direita de Maria.
    4. A mão direita de Nicodemos corresponde à esquerda de José de Arimateia.

  19. Ao colocar Maria na mesma posição de seu Filho, o pintor quis expressar que:

    1. Ela esteve presente na agonia de seu amado Filho.
    2. Ambos percorreram o mesmo caminho do calvário.
    3. Ela sofre a mesma dor pela qual ele passou.
    4. Sem seu Filho ela também se encontra morta.

  20. A técnica usada pelo pintor foi:

    1. óleo sobre madeira
    2. óleo sobre tela
    3. têmpera sobre madeira
    4. têmpera sobre tela

Gabarito
1.a / 2.b / 3.d / 4.c / 5.a / 6.b / 7.d / 8.a / 9.c / 10.b / 11.d / 12.a /13.c / 14.b / 15.d / 16.a / 17.b / 18.d / 19.c / 20.a

Obs.: Conheça mais sobre a vida do artista acessando o link abaixo:
Mestres da Pintura – ROGIER VAN DER WEYDEN

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A VIRGEM NO JARDIM DAS ROSAS (Aula nº 51 A)

Autoria de Lu Dias Carvalho

Já sabemos que a Renascença — tanto no campo da arquitetura quanto no da pintura e da escultura — havia sido muito bem aceita na Itália, florescendo maravilhosamente bem. Contudo, o norte europeu ainda se mantinha ligado à tradição gótica, mesmo após as fantásticas inovações feitas pelos irmãos Van Eyck (Jan e Hubert). Lembremo-nos de que Jan van Eyck (artista nórdico) já havia ensinado como compor uma imagem pictórica espelhando-se na natureza, ao acrescentar-lhe pacientemente detalhe após detalhe até formar o todo. Aos mestres nórdicos ainda não interessavam as regras matemáticas da perspectiva, os segredos da anatomia científica e o estudo dos monumentos romanos. Por isso, é possível dizer que eles ainda agiam como “artistas medievais”, atrelados ao estilo gótico. Alguns deles, contudo, passaram a aplicar os ensinamentos de Jan van Eyck a temas mais tradicionais, a exemplo do pintor alemão Stefan Lochner (c. 1410-1451), como veremos agora na obra estudada. Primeiramente é necessário acessar o link Stephan Lochner – A VIRGEM DO JARDIM DAS ROSAS e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

Obs.: Os participantes devem ler integralmente o texto indicado pelo link, para aguçar a sua capacidade de interpretação de obras.

  1.  A pintura em estudo possui uma temática:

    1. mitológica
    2. histórica
    3. cristã
    4. budista

  2. É uma obra votiva do artista lírico Stephan Lochner que só gostava de criar em cima dos aspectos mais ternos:

    1. do cotidiano
    2. da religião
    3. da natureza
    4. do sobrenatural

  3. Todas as alternativas abaixo estão corretas, exceto:

    1. A Virgem Maria está sentada sobre almofadas vermelhas.
    2. Maria traz no colo o seu Menino Jesus segurando uma maçã.
    3. A composição apresenta 16 anjos alados, oito de cada lado.
    4. Ela segura delicadamente o braço direito de sua Criança.

  4. O broche de ………….. preso ao vestido de Maria é uma alusão à sua virgindade.

    1. unicórnio
    2. pomba
    3. gazela
    4. beija-flor

  5. A testa alta da Virgem está de acordo com a moda da época, mas também significa:

    1. inocência
    2. humildade
    3. alegria cristã
    4. poder espiritual

  6. A maçã que o pequeno Jesus segura na mãozinha esquerda simboliza a redenção do pecado original em razão de:

    1. sua Humanidade
    2. sua Paixão
    3. seu amor Paternal
    4. seu Nascimento

  7. Os anjos músicos encontram-se em primeiro plano. Aquele que toca ………. possui asas semelhantes às penas de um pavão, símbolo da ressurreição de Jesus Cristo.

    1. harpa
    2. cítara
    3. alaúde
    4. saltério

  8. Na parte superior da pintura Deus Pai — posicionado no meio — abençoa a Virgem e seu Menino. À sua frente está o Espírito Santo em forma de uma pomba branca, direcionando sobre Mãe e Filho seus ………. raios.

    1. sete
    2. oito
    3. seis
    4. nove

  9. O morango possui inúmeras simbologias dentro da pintura cristã. Os morangos vistos no gramado podem ser uma referência:

    Todas as respostas estão corretas, exceto:

    1. à Paixão de Cristo.
    2. à virgindade de Maria.
    3. à Santíssima Trindade.
    4. ao Menino Jesus.

  10. Esta pintura foi feita em cerca de 1440, portanto pertence ao século:

    1. XII
    2. XIII
    3. XIV
    4. XV

Gabarito

1.c / 2.b / 3.c / 4.a / 5.d / 6.b / 7.c / 8.a / 9.b / 10.d

Obs.: Conheça outra obra do artista acessando o link abaixo:
Stephan Lochner – NASCIMENTO DE CRISTO

 

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A ARTE FORA DA ITÁLIA NO SÉC. XV (Aula nº 51)

Autoria de Lu Dias Carvalho

       
(Cliquem nas figuras para ampliá-las.)

As descobertas e as inovações surgidas no campo da arte no século XV foram fundamentais para que houvesse uma grande mudança em sua história. O arquiteto Brunelleschi e sua geração — vivendo em Florença — elevaram a arte italiana a um patamar altíssimo, diferenciando-a daquela produzida no resto da Europa, sobretudo no que diz respeito à arquitetura. Ao introduzir o método renascentista de utilização de elementos clássicos nas suas construções, Brunelleschi pôs fim ao estilo gótico na cidade de Florença. Os artistas fora da Itália levaram quase um século para seguir seu exemplo, optando por continuar desenvolvendo o estilo gótico do século antecedente.

Numa de nossas aulas aprendemos que os arquitetos do século XIV apreciavam o uso de rendilhados delicados e de uma rica ornamentação. No século XV, fora da Itália, esse complexo rendilhado e a opulenta ornamentação foram ainda maiores, como mostra a ilustração acima, à esquerda, referente ao Palácio de Justiça de Rouen que apresenta a última fase do gótico francês, muitas vezes citado como Flamboyant ou Flamejante. Observem que o edifício foi todo coberto por uma infinidade de decoração. É sabido que tais ornamentos não tinham função no que diz respeito à estrutura, o que comprova que os arquitetos góticos já não tinham mais nada a acrescentar ao estilo. Como a arte é dinâmica, restava-lhes partir em busca de um novo estilo.

A Inglaterra, na última fase do estilo gótico, já mostrava a criação de uma nova tendência — conhecida como Perpendicular. No final do século XIV e durante o século XV, as construções inglesas fizeram uma aplicação mais ostensiva de linhas retas, diminuindo a frequência do uso das curvas e arcos das decorações rendilhadas de antes. A belíssima capela do King’s College (Cambridge), conforme mostra a segunda ilustração acima, é o mais celebrado exemplo desse estilo. Observem como seu interior é bem mais simples do que o das igrejas góticas que a antecederam. Nela não existem alas colaterais e, portanto não houve a necessidade de colocar arcos excessivamente profundos. Contudo, se sua estrutura mostra-se mais modesta, seus ornamentos — sobretudo na forma de abóbada (abóbada em leque) — apresentam inúmeros rendilhados de curvas e linhas fantásticos.

A pintura e a escultura fora da Itália tiveram seu desenvolvimento praticamente paralelo ao da arquitetura. O norte europeu — diferentemente da Itália que na Renascença desenvolvia-se em todos os campos da arte — ainda se encontrava fiel à tradição gótica, embora os irmãos Van Eych tenham proporcionado grandes inovações na pintura, inclusive sendo Jan van Eych o criador da pintura a óleo e também o responsável por fazer a imagem pictórica refletir a natureza, ao acrescentar-lhe detalhes cuidadosos. Ainda assim, a arte dessa parte da Europa não teve grandes avanços. Os mestres nórdicos ainda não se viam atraídos pelas regras matemáticas da perspectiva, pelos segredos da anatomia científica e pelo estudo dos monumentos romanos, o que nos leva a afirmar que eles ainda agiam como “artistas medievais”, contrários aos italianos que já se encontravam na “era moderna”.

O pintor alemão Stefan Lochner (c.1410–1451), à semelhança de um Fra Angelico setentrional, fez a belíssima obra intitulada “A Virgem do Jardim das Rosas”  em que ele mostra que tinha ciência dos métodos de Jan van Eych. Por sua vez, o artista francês Jean Fouquet (c.1420–1480) foi outro grande nome da época, como mostra sua ousada obra intitulada “O Díptico de Melun”. Outro artista nórdico fenomenal foi Rogier van der Weyden (c.1400–1464) de quem se conhece muito pouco, encontrando-se sua obra “A Deposição da Cruz” — na qual ele reproduz com fidelidade até mesmo um ponto de costura — entre as mais famosas do mundo. Hugo van der Goes (falecido em 1482) foi, sem dúvida, um dos principais pintores nórdicos, como mostra sua obra “A Morte da Virgem”. Estudaremos todas essas obras.

Exercício:

  1. Qual foi a importância de Brunelleschi e sua geração para a arte?
  2. Nesse período o que aconteceu com os artistas fora da Itália?
  3. Cite o nome de alguns artistas importantes desse período.

Ilustração: 1. Palácio de Justiça (1482), Rouen, França / 2. Interior da Capela do King’s College, Cambridge, Inglaterra, iniciada em 1446.

Fonte de pesquisa
A História da Arte / Prof. E. H. Gombrich

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A SANTA NOITE (Aula nº 50 E)

Autoria de Lu Dias Carvalho                                                   (Clique na imagem para ampliá-la.)

O início do século XVI é sem dúvida o mais famoso da arte italiana, sendo também considerado como um dos mais ricos de todos os tempos. O pintor Corregio — que viria a ser considerado o mais progressista e inovador desse período — fez parte dessa época. Presume-se que tenha estudado as obras de alguns alunos de Leonardo da Vinci, pois possuía grande maestria no tratamento de luz e sombras, tendo desenvolvido e aperfeiçoado efeitos novos nesse campo, efeitos esses que exerceram grande influência nas escolas de pintores posteriores. Estudamos hoje uma das suas mais belas e famosas obras, na qual ele mostra a sua grande habilidade no trato com luz e sombra. Primeiramente é necessário acessar o link Correggio – A SANTA NOITE e ler o texto com muita atenção, sempre voltando a esse quando se fizer necessário.

Obs.: Os participantes devem ler integralmente o texto indicado pelo link, para aguçar a sua capacidade de interpretação de obras.

  1. A temática da obra em estudo é:

    1. religiosa
    2. histórica
    3. mitológica
    4. científica

  2. A obra destaca-se sobretudo pelo uso:

    1. do contorno acentuado
    2. das cores vibrantes
    3. do claro-escuro
    4. do excesso de luz

  3. A Virgem Maria encontra-se ………………. nas ruínas de um estábulo, abraçada a seu Menino, numa postura de adoração silenciosa.

    1. exultante
    2. expressiva
    3. eloquente
    4. silenciosa

  4. Maria tem …………… seu esposo José, na escuridão exterior, cuidando de seu burro.

    1. à frente
    2. às costas
    3. à direita
    4. à esquerda

  5. À frente de Maria e sua Criança estão ………… pastores e um ………… e acima paira uma legião de anjos.

    1. três / cão
    2. dois / gato
    3. três / galo
    4. dois / porco

  6. Sobre a intensa luz vista no ambiente podemos dizer que:

    1. Emana da Criança e ilumina sua mãe e tudo à sua volta.
    2. Origina da Virgem e ilumina sua Criança e tudo à sua volta.
    3. Emana de José e ilumina a Virgem tudo à sua volta.
    4. Origina dos pastores e ilumina Mãe e Filho e tudo à sua volta.

  7. O camponês robusto, segurando um tosco cajado, teve uma divinal visão em que os céus abrem-se e um grupo de …………… sobre uma nuvem branca entoam “Glória a Deus nas Alturas”, enquanto trazem os olhos fixos na cena que veem abaixo.

    1. profetas
    2. santos
    3. pássaros
    4. anjos

  8. Em relação aos pastores, apenas uma das alternativas está incorreta:

    1. O pastor com o cajado parece retirar o gorro em sinal de respeito.
    2. Uma das pastoras leva a mão direita ao rosto, deslumbrada com a luz.
    3. O pastor grandalhão traz os joelhos meio dobrados, como se fosse ajoelhar.
    4. Uma pastora olha com alegria para o pastor grandalhão que acabara de chegar.

  9. Se olharmos ligeiramente para a cena, poderemos achá-la bastante simples e mal posicionada, tendo ficado muito cheia do lado esquerdo se comparada ao direito.

    Acerca disso podemos dizer que o artista:

    1. Agiu intencionalmente.
    2. Não percebeu este detalhe.
    3. Não se preocupou com o desenho.
    4. Não conseguiu vislumbrar o resultado.

  10. O objetivo da explosão de luz criada pelo pintor é:

    1. Dar mais destaque aos pastores.
    2. Tornar a composição mais visível.
    3. Dar mais destaque à Virgem e seu Filho.
    4. Mostrar sua perícia no trato com a sombra a luz.

  11. É ……………. que equilibra os lados da pintura, atraindo os olhos do observador em direção aos personagens principais.

    1. a cor escura
    2. o desenho
    3. o contorno
    4. a luz radiante

  12. A técnica usada pelo artista foi:

    1. afresco
    2. óleo sobre tela
    3. aquarela
    4. óleo sobre madeira

Melhore sua percepção: encontre a cesta de ovos na pintura.

Gabarito
1.a / 2.c / 3.d / 4.b / 5.a / 6.c / 7.d / 8.b / 9.a / 10.c / 11.b / 12.d

Nota: Conheça mais sobre a vida do artista, acessando o link:
Mestres da Pintura – CORREGGIO

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